Viagem Literária: Excalibur - Bernard Cornwell

CORNWELL, Bernard. Excalibur. 23ed. São Paulo: Editora Record, 2015. 532p. (As crônicas de Artur, V.3). Título original: Excalibur.

"Mulheres, como elas assombram essa narrativa!

Quando comecei a escrever a história de Artur pensei que seria uma narrativa de homens; uma crônica de espadas e lanças, de batalhas vencidas e fronteiras criadas, de tratados arruinados e reis derrubados, não é assim que a história é contada?...

A história é uma estória contada por homens e de feitura dos homens, mas nesta narrativa sobre Artur, como o brilho do salmão na água escura de turfa, as mulheres reluzem." p. 17

Cheguei ao final da trilogia As crônicas de Artur do Bernard Cornwell! Não sei porque esses livros ficaram quase dez anos parados na estante, são excelentes. Um épico incrível, uma narrativa inteligente e divertida, personagens fantásticos. Confiram o que achei do final da história com Excalibur.

Contém spoilers se você não leu os volumes anteriores!

Artur foi traído pela esposa, Guinevere, que se aliou a Lancelot que queria governar como rei e tinha o apoio dos cristãos. Depois de derrotado ele foge e Artur deixa Guinevere em uma prisão, sob os cuidados de sua irmã, Morgana.

Enquanto isso ele envia Derfel para tentar um último acordo com seu pai Aelle, um rei saxão. Ele precisa tentar separar os dois reis saxões e evitar que se unam para lutar contra a Britânia na guerra que se aproxima.

Enquanto isso, Merlin e Nimue querem fazer uma grande oferenda aos deuses depois de reunir os 13 tesouros. Eles organizam uma cerimônia enorme, que promete trazer os deuses de volta ao país e expulsar os saxões da terra.

Quando tudo dá errado, eles se preparam para lutar mais uma vez. Com poucos soldados, contra um grande exército e com os padres cristãos impedindo novas alianças. Uma batalha que já parece perdida antes mesmo de começar.

"O negócio dos sacerdotes é explicar o inexplicável. Homens como Sansum teriam inventado um motivo, e as pessoas acreditariam porque querem demais acreditar. As pessoas não desistem da esperança por causa do desapontamento, Derfel, elas só redobram a esperança. Como vocês são idiotas!" p. 98

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Já adianto que o último foi o que menos gostei da trilogia, e digo isso só porque os anteriores foram nota 5! Eu tinha uma expectativa maior para o final, mas a trilogia como um todo é fantástica!

Derfel é um narrador excelente, torci por ele e sua família durante todos os livros. Já Artur, irrita demais em alguns momentos. Ele ficou conhecido como "rei" embora nunca tenha usado uma coroa e nem quisesse governar. Durante todos os livros ele quer proteger o reino para Mordred, uma promessa que fez ao pai antes dele morrer. Como bastardo, Artur não teria direito ao trono, e nunca desejou um. Ele era um soldado, um excelente estrategista, mas falhava em todos os demais relacionamentos. Ele isola Guinevere, uma excelente estrategista e toma decisões tolas, quando todos sabem que Mordred não tem a menor capacidade de governar. Artur se ilude durante todos os livros, e muitos morreram por conta de suas decisões tolas. Guinevere é uma serpente, mas ela está incrível nesse livro e torci muito por ela. Já Nimue, que gostei tanto no primeiro livro, acaba se revelando a pior das vilãs.

As batalhas foram incríveis! Claro que com muitas perdas bem tristes, mas também com muitas vitórias. Amo as descrições do autor, você se sente ali no meio da batalha.

E apesar de já imaginar como algumas coisas terminaram, mesmo assim esperava mais do final em si. Algumas coisas não são bem explicadas, sabemos que Derfel prometeu obediência a Sansum, mas não conta exatamente o porquê dele ter ido viver no mosteiro. E conta sobre o final de Artur, mas não fala sobre o que aconteceu depois com alguns outros personagens.

Eu amei demais a trilogia como um todo, e indico para todos que curtem um bom romance épico ou querem se aventurar neste estilo. Leiam!

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Trilogia As crônicas de Artur: