Psicose - Robert Bloch

>>  segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

BLOCH, Robert. Psicose. Rio de Janeiro: Editora Darkside Books, 2013. 256p. Título original: Psycho.

"Lila se voltou para encarar a figura gorda, disforme, meio escondida no vestido justo desajeitadamente puxado por cima de outras roupas. Viu o xale como uma mortalha, sombreando a cara branca, pintada, abobada sob ele. Encarou os lábios de um vermelho espalhafatoso, viu-os se abrirem em uma careta convulsiva." p. 219

Psicose ficou conhecido pelo filme homônimo, e pela série de TV, Bates Motel. Eu já conhecia muito da história, mas tinha muita curiosidade em conhecer a obra. Confiram o que achei de Psicose, do americano Robert Bloch.

Mary Crane estava arriscando tudo em busca de seu final feliz. Depois de dirigir um dia inteiro e se perder na estrada a caminho da cidade de seu noivo, ela acaba enxergando um letreiro apagado de um motel na estrada, e resolve parar para passar a noite. O Bates Motel era simples, pequeno, mas tudo o que ela queria era dormir um pouco. E decidir se tinha feito mesmo uma loucura, se seguia em frente ou voltava para casa, a tempo de devolver aquele dinheiro...

O gerente do Motel, Norman Bates, parecia um pouco estranho e solitário, mas fora gentil o suficiente para oferecer um lanche na casa no alto da colina, onde vivia com a mãe, Norma Bates. Norman cuidava de tudo sozinho, e cuidava da mãe que era doente e ficava quase sempre em seu quarto. Ele tinha medo da mãe às vezes, sabia o que ela era capaz de fazer e tentava controlá-la. 

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Acredito que quase todo mundo já conhece a famosa história de Psicose e seus desdobramentos, é até complicado falar sobre o livro sem soltar spoilers. Saber muito sobre a obra e, principalmente, seu final, tirou muito da graça do livro para mim. Mas mesmo assim achei a narrativa excelente e gostei dos desdobramentos finais. 

Publicado originalmente em 1959, Psicose é considerado um clássico da literatura de suspense/terror. O autor se inspirou no caso do assassino Ed Gein, que também inspirou clássicos como O silêncio dos inocentes. Norman Bates, como Gein, era um homem solitário que vivia em uma localidade rural isolada, teve uma mãe dominadora e construiu um santuário para ela. 

A personalidade psicótica de Norman Bates vai se revelando aos poucos, e mesmo não sendo surpreendida pela grande reviravolta da história, algumas cenas são bizarras e assustadoras. O final do livro, diferente da série de TV, também trouxe boas surpresas. A narrativa muda de Bates, para o detetive que está investigando o desaparecimento de Mary. E para a irmã da moça e seu noivo, o ápice final, narrado por ela, foi bem interessante.

É uma leitura indispensável para quem ama clássicos de suspense e terror, eu fico pensando se seria surpreendida se já não conhecesse o final, isso nunca vou saber hehe. Leiam! [ALERTA DE SPOILERS] Para quem só assistiu ao filme ou a série, no final da história, Lila e Sam (irmã e noivo de Mary) descobrem a verdade quando Norman, vestido e maquiado como a mãe, tenta matá-la. Ele é internado em um hospício e o pântano onde ele jogou o corpo de Mary e do detetive é drenado, em busca de mais corpos. Descobrem também que mais novo, ele envenenou a mãe e seu companheiro, arrependido, ele desenterra o corpo e o mantém na casa, como se ela estivesse viva, conversando e cuidando dela. No final, o autor usa da distorção de personalidade para explicar parte da psicopatia, Norma Bates era a personalidade dominante no corpo do filho, e assume o controle no quarto do hospital. [ FIM DO SPOILER]

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