A loucura do mel - Jodi Picoult e Jennifer Finney Bolylan

>>  segunda-feira, 16 de setembro de 2024


BOYLAN, Jennifer Finney; PICOULT, Jodi. A loucura do mel. São Paulo: Editora Verus, 2024. 546p. Título original: Mad Honey.

"Acho que existem tipos diferentes de depressão. Um deles acaba com você sem motivo aparente, aquele que minha mãe chama de tipo clínico. 
Mas este é diferente. O meu caso é do tipo que surge porque as coisas que aconteceram na vida são inacreditavelmente, arrasadoramente, tristes." p. 211

Eu sou fã da Jodi Picout e tenho vários livros da autora resenhados aqui no blog, é uma das autoras de dramas favoritas Este livro foi escrito em parecia com a Jennifer Finney Boylan, uma autora transgênero, que fez sucesso com seu livro de memórias (She's not here: a life in two genders, ainda não lançado no Brasil). Em A loucura do mel encontramos um drama com uma ponta de suspense e um romance muito bem construído. Confiram o que achei! 

Olivia McAfee é uma mulher forte, que superou uma fase difícil e recomeçou ao lado do filho, Asher. Olivia se apaixonou e se casou rapidamente com um médico, Braden, que aos poucos revelou um lado sombrio e agressivo. Depois de anos passando por todo tipo de abuso, ela toma coragem e foge de Boston com o filho ainda criança. Ela volta para a casa dos pais, em Adams, New Hampshire, e assume o negócio de apicultura do seu falecido pai. 

Olivia se recuperou, seguiu em frente, mas nunca mais confiou o bastante em algum homem para deixá-lo se aproximar. Ela leva uma vida tranquila na fazenda, cuidando das abelhas. Seu filho, agora já com 18 anos, é um destaque no hóquei da escola e está prestes a ir para a faculdade.  

Lily Campanello se muda para Adams com sua mãe, Ava, em busca de um recomeço. Lily superou uma longa depressão, uma tentativa de suicício e um pai que ela prefere fingir que não existe. Matriculada na escola da cidade para o último ano do ensino médico, Lily não fala do passado, conta para todos que seu pai morreu e começa uma vida nova, literalmente.  

Ela fica amiga de Maya, melhor amiga de Asher, e ele logo fica encantado por Lily. Os dois começam a namorar, completamente apaixonados e encantados um com o outro. Lily sabe que o passado é algo entre eles, mas não sabe se é melhor deixar o passado para trás, ou contar tudo para Ash.

Até que um dia, Olivia recebe uma ligação. Lily está morta, e Asher está sendo interrogado pela polícia. 

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O enredo desse livro é incrível! Uma trama que prende o leitor do início ao fim, uma situação arrasadora que me levou às lágrimas e personagens muito bem construídos. A parceria entre as duas autoras deu muito certo, impossível saber quem narrava cada capítulo.  Eu adorei a leitura e fiquei grudada em cada página. 

Falando sobre as protagonistas, o livro é narrado por Olivia no presente e por Lily em uma espécie de diário, que mistura histórias do passado e do presente dela na nova cidade. Eu amei Olivia, uma mulher forte, resiliente, e que fez o possível para proteger o filho, que tem poucas lembranças do pai, só imagina que a mãe sofreu abusos. Já Lily no início é só uma moça linda, muito inteligente e talentosa. Mas Lily vai desabrochando ao longo do livro, e cada narrativa dela conta uma nova parte de sua vida passada, fazendo com que o diário se integre ao suspense do presente. Afinal, quem matou Lily?

E Ash é uma incógnita. No começo eu estava certa de sua inocência. Um rapaz inteligente, dedicado, apaixonado, um legítimo bom moço. Mas aos poucos, vamos vendo cenas onde ele perde a paciência por nada, onde ele demonstra um lado agressivo e descontrolado. E aí, até Olívia começa a pensar: Será que Ash herdou a violência do pai? Ele mentia para a mãe sobre o pai, não contando que encontrava com Braden uma vez por mês. E o que mais ele escondia? E, principalmente, se ele não fez nada, o que aconteceu com Lily?

A história é desesperadora, durante todo o livro eu torcia para que aparecesse outra opção. Asher é preso, o julgamento tem início. E a pergunta continua no ar, inocente ou culpado? As autoras trabalham brilhantemente o preconceito de gênero, uma história de amor muito bonita, uma perda indescritível, as consequências dos segredos que guardamos e o risco de assumir quem você realmente é. 

O livro foi um favorito quase até o final, certeza que seria um 5 estrelas, mas achei o final morno, corrido e mal desenvolvido. É uma pena, mas não comprei a ideia final para a solução do mistério, achei muito pouco crível tudo aquilo. [ALERTA DE SPOILERS] No final Maya confessa ter ido a casa de Lily, ser secretamente apaixonada por Asher que sempre a considerou como uma irmã mais nova, e brigando com Lily, ela acaba caindo da escada e morrendo. Só que ela conta isso após o julgamento terminar e Ash ser inocentado. E para mim não fez o menor sentido. Ela o amava, e assistiu ao julgamento todo, depôs contra ele, tudo sem falar nada? Até ok, mas no final depois dele já estar livre, qual o motivo dela contar tudo? Para mim não faz sentido. E mais sem graça ainda foi a polícia deixando isso de lado e não acusando Maya de nada, morte acidental. Achei fraco não o fato de ser ela, mas o fato dela contar tudo depois, para mim ela não conseguiria fazer aquilo, teria confessado logo. Ou não confessado nunca e descobrirem de outro jeito... [ FIM DOS SPOILERS] 

Eu adorei a leitura e é um livro que indico para todo mundo! Leiam!

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Avaliação (1 a 5):

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