Uma Esperança Dividida - Alyssa Cole

>>  segunda-feira, 6 de maio de 2024


COLE, Alyssa. Uma Esperança Dividida. Rio de Janeiro: Editora Harlequin, 2022. 304p.(Liga da Lealdade, v.2). Título original: A hope divided.

"Mas ele sabia que a escravidão americana era uma mácula terrível no mundo. Será que isso também seria colocado de lado tão casualmente quando, em um futuro distante, as pessoas lessem sobre a América? A escravidão seria uma nota de rodapé, um adendo? Esse pensamento preocupou Ewan." p. 114

Esta é uma trilogia de romance de época diferente, com uma abordagem maior da parte histórica que retrata a Guerra Civil Americana no século XIX. Confiram o que achei do 2º volume de Liga da Lealdade com Uma esperança dividida da Alyssa Cole.

Marlie Lynch nasceu ao lado da mãe, uma mulher preta que já foi escravizada, mas conseguiu sua carta de alforria. Marlie nasceu livre e foi educada pela mãe na arte da cura. Porém, aos 13 anos, foi levada por sua meia-irmã, Sarah, para viver na casa da família do pai, os Lynch. Com olhos bicolores e um dom misterioso para a cura, sempre foi vista com apreensão e superstição pelos outros. Sem nunca fazer parte em lugar algum. Uma preta era da família, mas não era. Não era também da mesma classe dos empregados.  Ela aceitou sua situação e tentava fazer o melhor com sua vida. 

Além de ajudar a todos da comunidade com seus remédios e poções, Marlie também ajudava na prisão, cuidando dos presos de guerra doentes e servia secretamente à Liga da Lealdade, um grupo secreto que lutava contra os Confederados pela liberdade dos escravizados. 

Ewan McCall é um soldado da União. Mas muito racional e metódico, acabou tendo seus "dons" utilizados para interrogatórios. Péssimo soldado em ação, se tornou um ótimo torturador, um trabalho que cumpria, mas odiava. Ewan é um intelectual, amo os livros e sonho com o fim da guerra. Mais tarde, ele se torna prisioneiro. E é em uma prisão dos confederados que ele conhece Marlie, que cuida dos doentes e feridos. 

Ele sabe que precisa fugir e voltar para casa, e nessa jornada, seu caminho se cruza com o de Marlie mais uma vez, e eles acabam começando a se envolver. 

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O estilo da romancista é diferenciado, a parte histórica ganha terreno e o romance fica em segundo plano. A Guerra Civil Americana ou Guerra da Secessão é um período importante da história Americana e muitas vezes tem pouco destaque, afinal, querem esquecer que os EUA já teve escravizados e que uma guerra sangrenta aconteceu pela liberdade. 

No primeiro livro eu achei que o romance foi raso e um pouco sem sal, e aqui percebi que será realmente assim. Neste volume também temos pouco romance e um relacionamento meio "sem sal" que surge praticamente na última parte do livro. A jornada dos protagonistas está mais envolvida com o curso da guerra.

Marlie é ótima, mais uma vez eu adorei a mocinha! Muito inteligente, perseverante e uma lutadora. Ela faz de tudo para ajudar os esforços da guerra e luta diariamente contra o preconceito em sua própria casa. Apesar de sua meia-irmã, Sarah, ter alforriado todos os pretos após a morte de seu pai, o preconceito na região é grande. Marlie nunca fui tratada abertamente como parte da família, mas também foi criada a parte dos outros empregados. A família Lynch se comporta horrivelmente com ela, mesmo Sarah com suas boas intenções. Pior ainda é seu outro meio-irmão Stephen e a esposa insuportável dele, Melanie. 

Já Ewan é bem sem sal, é o segundo mocinho da trilogia e achei os dois bem sem graça. Seu personagem é apático diante de Marlie e o romance demora muito para engatar. Como sempre, o final é bem bonito e romântico, mas esperava mais química entre os dois. Por outro lado, gostei muito dos diálogos entre eles, comparando livros, crenças e filosofias. 

Como um todo a trilogia não me ganhou, eu gosto da leitura, mas nada que super empolgue. Achei o desenvolvimento lento e custei para emplacar na leitura. Achei que algumas coisas poderiam ter sido melhor abordadas. Eu queria que o casal anterior aparecesse no final, já que o irmão de Ewan, Malcolm, foi o protagonista do primeiro livro; e é um homem branco que se casou com uma mulher preta, algo ainda incomum naquela época. Queria também que Melanie se desse mal no final, e não se falou sobre isso praticamente. 

Bom, agora é ler o último volume, que vai contar a história de Daniel, melhor amigo de Elle (ver Uma união extraordinária) um preto que nasceu livre, mas foi sequestrado e vendido como escravo. Estou curiosa com o livro dele. 

Quem leu me conte se curtiu! 

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Triogia Liga da Lealdade:
  1. Uma união extraordinária (An extraordinary union)
  2. Uma esperança dividida (A hope divided)
  3. Uma liberdade incondicional (An unconditional freedom).
Avaliação (1 a 5):

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