Viagem Literária: O menino da mala - Lene Kaaberbøl e Agnete Friis

KAABERBOL, Lene; FRIIS, Agnete. O menino da mala. São Paulo: Editora Arqueiro, 2013. (Nina Borg, v.1). Título original: Drengen I kufferten.

"- Você adora salvar as pessoas, não é? - Indagou Karin com uma pitada de sarcasmo. - Bem, aqui está a sua chance. Mas vai ter que se apressar." p.30

Esse também é um dos bem antigos na estante, mas que finalmente saiu da fila. É o primeiro volume de uma série de suspense e o título pesado e a capa instigam a curiosidade. Confiram o que achei de O menino da mala!

Nina Borg é uma enfermeira casada e mãe de dois filhos, que trabalha em uma clínica que ajuda vítimas de abusos e pessoas com dificuldades na Dinamarca. Em uma tarde na clínica, Nina recebe uma ligação de Karen, sua melhor amiga da época da faculdade, mas com quem ela perdeu o contato com o passar dos anos. Ela precisa de ajuda urgente. Ao chegar no local de encontro, Karen foge, depois de pedir a Nina para pegar algo em um armário da estação.

Qual não é a surpresa de Nina, ao abrir a mala, e encontrar um menino de uns 3 anos lá dentro! Enquanto pensa no que fazer, ela vê um homem enorme e nervoso, perto do armário. Nina foge sem saber em quem confiar. E leva o menino com ela, tentando descobrir de onde ele é e se tem família.

Sigita Ramoskiene é separada do marido e cria sozinha o filho de 3 anos, Mikas, eles vivem na Lituânia. Ela trabalha na área de contabilidade de uma empresa e vive exausta. Mas o filho, era a luz de sua vida. Até que em um dia, ele desaparece misteriosamente. Sigita acorda confusa em um hospital, todos dizem que ela quase morreu de tanto beber. Ela sabe que não bebe, só não sabe onde está seu filhinho.

Nina descobre que sua vida corre perigo, assim como a do garoto desconhecido. Ele não fala muita coisa, e ela não entende a língua que ele fala. Ela precisa descobrir quem ele é, de onde veio, se tem família, antes que seja tarde demais.

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A premissa é muito interessante e a história toda, principalmente a parte da mãe da criança sequestrada, é muito tocante. Mas o livro foi mal desenvolvido, poderia ter sido um livrão, mas deixou a desejar.

Começando pela narrativa em 3ª pessoa, que se alterna logo no início entre vários personagens. Foi tudo muito jogado, o leitor demora algum tempo para se ambientar e entender quem é quem. Os personagens, por consequência, não foram bem construídos, nem a protagonista tem uma narrativa bem feita. Entre os narradores temos Nina, a suposta protagonista, uma mulher apática e que não desperta empatia por boa parte do livro. Sigita, a coadjuvante, mas que rouba todas as cenas e se destaca no livro, virando a dona da história. Gostei e torci muito por ela e para que ela conseguisse encontrar o filho. Depois temos Juca, o bandido, que desde o início sabemos que foi alguém contratado para entregar a criança em troca de dinheiro. E temos Jan, um homem rico, e o que quer a criança por algum motivo não explicado.

No decorrer da história vamos conhecendo melhor cada um deles e entendendo melhor, mas tudo foi muito jogado. Por outro lado, as autoras entregam logo os mistérios. Nós já sabemos quem é a criança, quem é a mãe, quem quis roubá-la e seus motivos. E no final não temos nenhuma charada a ser revelada, somente os desdobramentos do caso. Faltou suspense, a coisa toda ficou mais como uma "aventura", Nina se Sigita tentando fazer o certo, e o bandido tentando matar todo mundo.

O final teve uma parte bem legal, que até melhorou a história aos meus olhos, mas também foi corrido e mal explicado. Tem um epílogo, mas que fala apenas sobre Nina e deixa um gancho para a próxima história. Eu queria mais sobre Sigita e a criança, tudo isso fica para o leitor tirar suas próprias conclusões.

Foi uma leitura legal, mas bem aquém de ser um thriller inesquecível. Quem leu me conte se curtiu!

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Série Nina Borg: