O último dia de um condenado - Victor Hugo
>> quarta-feira, 21 de junho de 2023
HUGO, Victor. O último dia de um condenado. São Paulo: Estação Liberdade, 2018. 200 p. Título original: Le dernier jour d'un condamné.
Depois de passar 5 longos (e prazerosos) meses da minha vida lendo Os miseráveis, fiquei com vontade de ler tudo o que Victor Hugo escreveu. Assim, logo em seguida, adquiri O último dia de um condenado, mencionado muito rapidamente em Os miseráveis. Um livro pequeno, aparentemente fácil de ler. Será? Descubra agora!
"Condenado à morte!"Esse pensamento e essa sentença definitiva infesta e permeia tudo o que o prisioneiro, narrador deste livro, faz, pensa e fala desde seu julgamento até o momento de sua morte.
Claro, não há spoiler aqui, já que o título já nos conta, sem margem para esperanças, que o dia narrado na história seria o último daquele homem.
E ele sofre. O leitor é levado a acompanhar os últimos pensamentos, sentimentos, o desespero de um homem que só queria mais uns minutos de vida. Um homem que, de início, pensa ser melhor a morte do que os trabalhos forçados nas galés, para horas depois pensar que preferia estar lá, pois pelo menos estaria vivo, respirando. Um homem totalmente desesperançado e, ao mesmo tempo, nutrindo esperanças de uma mudança repentina que o fizesse sobreviver.
Victor Hugo queria com essa história, uma tentativa de abolir a pena de morte. Ele atuava em frentes que tentavam essa abolição, se dedicou anos a isso. Tudo iniciado com a escrita dessa história, tirada de sua cabeça por cenas vistas por ele próprio na Praça da Grève, de penas executadas ali, com a população, os policiais, padres, todos a assistirem o fim de mais um condenado.
As execuções, àquela época, eram um espetáculo, levavam o povo a uma agitação, um frenesi sem fim.
É inegável que é um livro fluido, de fácil leitura, contudo, não me fisgou.
Eu queria ter sentido mais empatia pelo personagem. Torcido para que algum milagre acontecesse e ele se salvasse, mas, apesar de entender a intenção do autor e ter tido a oportunidade de conhecer a suposta visão de um condenado à morte, eu não senti qualquer emoção ao ler a história.
O livro não traz expressamente o crime que levou o narrador a ser condenado à morte, mas dá muito a entender. Queria ter ouvido dele o acontecido, mas não foi possível, já que o foco aqui é acompanhar apenas o desespero pela morte, os pesadelos e devaneios do condenado aguardando a execução de sua sentença e um leve arrependimento pelo que foi feito. Isso não me comoveu.
Foi uma experiência literária interessante e, apesar de não ter me tocado, ainda quero continuar lendo os livros do autor.
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Avaliação (1 a 5): 1.5