Ninguém Escreve ao Coronel - Gabriel García Márquez
>> quarta-feira, 12 de julho de 2023
MÁRQUEZ, Gabriel García. Ninguém escreve ao coronel. Rio de Janeiro: Editora Record, 2020. 96 p. Título original original: El coronel no tiene quién le escriba.
Já fazia um tempo que esse livro estava na minha lista do Clube do Livro das Chocólatras e eu não via a hora que ele fosse escolhido para conhecer sua história. Agora no mês de maio ele finalmente foi o escolhido e agora posso contar para vocês tudo o que achei dessa breve, mas interessante história.
Coronel vive em sua cidade Natal, com sua esposa, em uma casa simples, já consumida pelo tempo. Aliás, tudo na vida do coronel já parece deteriorado, acabando e ele parece simplesmente aceitar e se conformar com tudo.
Sua esposa se incomoda com a atitude do marido e reclama bastante, mas também não é capaz de tomar uma providência para que algo mude na vida de ambos.
E é assim que, entre a perda do único filho e a espera de uma carta importante que reconheça o trabalho do coronel como veterano de Guerra é que vamos acompanhando sua vida e a de sua esposa, assim como a de seus velhos conhecidos da cidade.
Enquanto eu lia essa história o sentimento que me acometeu foi o de revolta com a atitude do coronel. Esperar, esperar e esperar. Ser resiliente, aguentar os amargores da vida abaixando a cabeça, não estava me agradando em nada.
Mas depois de muito remoer, me peguei pensando o que levaria uma pessoa a "aceitar o seu destino". A esperar sem correr atrás, a ver o resto da vida passar, achando que tudo que podia fazer já foi feito, que já está muito velho para mais alguma providência.
Pensei também em tudo que tenho adiado fazer. Vasculhei a minha cabeça atrás de coisas que me conformei por nunca ter feito, que me conformei por já ter acontecido, ou que nunca vai acontecer. Será que estou correndo atrás suficiente do que quero? Será que já não estou "velha demais" para tudo o que quero fazer?
E, após essas reflexões que o livro me trouxe acabei gostando mais da história e tendo um pouquinho menos de vontade de dar uns tabefes no coronel, rs.
Além disso, não posso sentir raiva de alguém que lutou na guerra de Macondo ao lado de ninguém menos que Aurélio Buendía (quem leu Cem anos de solidão me entenderá). Posso só torcer para que consiga aquilo que há muito espera receber.
É uma leitura que indico. Rápida, mas que te prende. Curta, mas intensa. Leiam!
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