Ciranda de pedra - Lygia Fagundes Telles

>>  quarta-feira, 1 de março de 2023

 


TELLES, Lygia Fagundes. Ciranda de pedra. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. 224 p. 


Conheci o livro Ciranda de pedra primeiro pela televisão, embora não tenha assistido a nenhuma das versões. Sabia que se tratava de uma novela, mas demorei um pouco para saber que se tratava de uma adaptação de um livro homônimo. Desde então, tenho vontade de ler o livro. Agora, depois de tantos  anos em grande espera, finalmente pude conhecer  a história de Virgínia. Será que compensou a espera? Vem descobrir lendo esta resenha!


O casamento de Natércio e Laura não existe mais. Eles se separam e ela vai viver com seu novo amor, Daniel. Ela leva consigo sua filha mais nova, Virgínia, deixando para traz seu esposo, suas duas outras filhas e sua casa, onde viviam aparentemente felizes. 

Mas não há felicidade.  Essa família de classe média é abalada pela loucura, pela paixão e pela morte.

Virgínia sempre foi a excluída da família. No início ela pensa que isso se devia ao fato de ser a única a morar com a mãe, mas, com o tempo percebe que não é bem assim. 

Ela luta por toda a sua infância para ser aceita na ciranda que envolvia suas irmãs e seus amigos próximos, mas nunca foi aceita. Será que compensaria mesmo fazer de tudo para que fosse incluída nessa roda, nessa ciranda de pedra?



O livro é dividido em duas partes: a infância e a fase já adulta de Virgínia.
Se trata de um romance de formação em que vamos vendo a evolução da personagem, seu desenvolvimento, seu crescimento enquanto pessoa e como ser humano.

Esse foi o primeiro livro da autora que li e desde o começo fiquei vidrada na história. Lygia tem um jeito de escrever que te deixa grudado no livro. É uma leitura fluida e intensa, mas, muitas vezes desconfortável,  de uma forma positiva. 

A primeira vista pode parecer, é eu tinha essa impressão antes de ler o livro, que se trataria de um romance, cheio de amores e corações apaixonados. Sim, há muitos corações apaixonados, mas não há romance. Há dor, ressentimento,  desprezo. Há carência, necessidade, falta de afeto. 

Mas também há muita imaginação que, por vezes, pode ser confundida com loucura. Tenho certeza que teria sido, se alguém na história tivesse ouvido qualquer pensamento de Virgínia em voz alta. 

Além da falta de romance, que de forma alguma pode ser considerado um defeito, rs, o livro não traz também um grande plot twist. Uma grande reviravolta. Essa não é a intenção da história. É mais voltado para a reflexão sobre amadurecimento, aceitação de si por si mesmo e pelas outras pessoas. Querer ser aceito, recebido em um meio. 

Como eu disse no início, a história já foi adaptada duas vezes para a televisão pela Rede Globo, em 1981 e em 2008. E se já sabia da existência antes de ler, agora fiquei morrendo de vontade de assistir para saber como tudo foi passado para o campo visual. 

Está sendo necessário um tempo para que eu possa digerir essa leitura,  mas, sem dúvida, eu indico!


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Avaliação (1 a 5): 










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