Tudo e todas as coisas - Nicola Yoon
>> segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023
YOON, Nicola. Tudo e todas as coisas. São Paulo: Editora Novo Conceito, 2016. 304p. Título original: Everything, everything.
"De uma coisa eu tenho certeza: a vontade só leva a mais vontades. Não há limite para o desejo." p.86
Eu tenho vários livros que chamo de "os mais velhos na estante", aqueles não lidos que por algum motivo não li quando comprei/ganhei/recebi de parceria e vão acumulando numa lista infinita. E esse foi um bem conhecido, que acabei não lendo na época, mas que finalmente saiu da fila. Confiram o que achei de Tudo e todas as coisas.
Madeline Whittier, 18, nunca viveu como uma garota normal. Ela foi diagnosticada ainda bebê como IDCG, conhecida como "doença da criança na bolha". Basicamente ela é alérgica ao mundo, qualquer coisa pode ser fatal. E a solução é NUNCA sair de casa, nunca ter contato com nada nem ninguém. E ela viveu assim até então. Estudando com tutores online e devorando todos os livros possíveis.
Maddie sempre esteve dentro de casa. Uma casa reforçada e toda fechada. Um aquário particular. Na entrada da casa existe um filtro para desinfecção, e ela tem contato apenas com a mãe e sua enfermeira desde sempre, Carla, que é sua única amiga além da mãe. Sua mãe perdeu o marido e um filho em um acidente, e Maddie é tudo o que ela tem. Ela é obcecada com a saúde da filha.
E para ela tudo isso era o normal, a única vida que conhecia. Até que um garoto muda para a casa ao lado. Olly é alto, lindo, interessante e vive escalando paredes. Ela começa a observar a rotina da família o dia todo. Sua irmã mais velha fuma e enterra os cigarros no jardim. A mãe que vive assustada, o pai que bebe e grita muito. E Olly. Até que um dia ele deixa uma mensagem no vidro e eles começam a conversar online.
Ela tenta evitar, mas a atração é irresistível. Claro que ela vai se apaixonar, e que isso tudo só pode terminar em tragédia.
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Já adianto que não amei igual (quase) todo mundo, não achei essa Coca-Cola toda, longe disso. Achei o romance fofinho, mas a narrativa é bem corrida, falta emoção, falta drama de verdade. Mas a história toda do "amor impossível" sei que é bem apelativa.
E eu adorei os personagens. Gostei muito de Maddie, ela não é nem um pouco mimizenta ou imatura, e olha que ela teria motivos para ser o mais "aborrecente" possível. E Olly é uma gracinha de rapaz. Curti os bate-papos todos entre eles e tudo relacionado ao romance em si.
Mas meu lado objetivo sempre fala mais alto, mesmo em YA, e eu achei o enredo em si muito furado. Pena que tudo o que eu falar sobre isso será spoiler, mas vamos lá. [ALERTA DE SPOILER] Desde quase o começo eu desconfiei que Maddie não era doente coisa nenhuma, que sua mãe era muito louca, e no final, estava certa. Isso já tira um pouco da graça, mas o problema foi a forma como tudo é corrido e jogado. A mãe é médica, alivia muito dos problemas do enredo, mas não tampa os buracos. Ela está presa em casa com uma suposta doença desde bebê. E ela nunca adoeceu realmente, a enfermeira cuida dela há anos e é isso. E piora quando ela é internada durante a tal viagem ao Hawaí. A médica lá percebe que ela não tem essa doença e manda um e-mail para a menina, e é isso. Gente, na vida real isso geraria pelo menos uma avaliação psiquiátrica da mãe, assistente social, avaliação no hospital etc. E lá no final também, quando ela descobre tudo, ela viaja e fim. O que aconteceu com a mãe louca? De onde vinha o dinheiro pra tudo? O que acontece com a Maddie daqui pra frente? nada! [ FIM DO SPOILER]
Essas coisas sem explicação sempre me irritam e a história não convenceu para mim. Isso e a falta de uma carga dramática ou mais emoção foram as razões da nota baixa. Mas é um livro fofinho, gostoso de ler e muito fluido. Quem leu me conte se curtiu.
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Avaliação (1 a 5): 2.5