Viagem Literária: Nunca saia sozinho

DONLEA, Charlie. Nunca saia sozinho. São Paulo: Editora Faro Editorial, 2020. 352p. (Rory Moore, V.2). Título original: The suicide house.

"Ouvir a história da Escola Preparatória de Westmont deixou escapar um sussurro suave que ecoou em sua mente. Nas reverberações, a suspeita de que aquelas vítimas que voltaram para se matar tinham uma história para contar." p.67

Hoje tem suspense com Charlie Donlea! É daqueles livros que eu sempre arrumo um defeito, mas continuo querendo ler todos os livros do autor porque a narrativa é boa e as histórias sempre me prendem muito. Confiram o que achei de Nunca saia sozinho!

A Escola Preparatória de Westmont é um internato exclusivo em Indiana. Alunos problemáticos e aqueles que desejam se preparar bem para uma universidade, claro, alunos com pais que podem pagar por isso. Logo na entrada da escola com seus muros altos e portão de ferro o lema assusta alguns alunos: "Chegar sozinhos, sair juntos". Os pais não podem passar dos portões.

Apesar das regras rígidas, os alunos sempre encontram um jeito de extravasar. E é na floresta que circula a escola, onde isso acontece. Uma casa de professores abandonada, um lugar vazio e sombrio. É ali que eles criam uma espécie de sociedade secreta em volta da lenda do Homem do Espelho. Só estudantes do 3º e 4º ano têm chance de descobrir os mistérios do local. Tudo desperta a curiosidade, até que em 2019, uma tragédia acontece.

Dois alunos são assassinados brutalmente no que fica conhecido como o "massacre de Westmont". O caso foi investigado e um professor foi preso, mas ele se jogou em frente a um trem e isso colocou fim à história. Por trás da polícia, algumas pessoas não estão convencidas da solução do caso, e seguem investigando. Um ano se passa. Quando 3 alunos que faziam parte do grupo do ano anterior, se suicidam da mesma maneira, o caso ganha novo fôlego.

Lane Philips é um psicólogo forense e analista de perfis criminais. Ele ficou famoso publicando sobre o assunto e também criando um programa que permitia a polícia buscar crimes em comuns e localizar possíveis seriais killers. Lane é convidado para trabalhar em um famoso podcast sobre o massacre de Westmont, chamado "A casa dos suicídios". Intrigado com o crime, ele aceita a proposta. E espera poder contar com a ajuda de sua brilhante namorada.

Rory Moore presta serviços esporádicos para a polícia, ela trabalha com reconstituição de crimes antigos não resolvidos. Ela é neurodivergente e tem dificuldade em desligar a mente. Entre seus casos, seu hobby é restaurar antigas bonecas de porcelana, um trabalho difícil e que consome muito tempo. Quando Lane a convida para ir a Indiana, Rory recusa. Precisa viajar e espairecer. Porém, a sua gana por resolver um mistério acaba falando mais alto e ela vai ao encontro de Lane.

Quando algo acontece no presente, eles sabem que a história ainda não acabou. Algo ainda está acontecendo, e eles precisam encontrar o verdadeiro culpado.

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Já li alguns livros do autor, entre eles, o que mais gostei até agora foi Uma mulher na escuridão. Eu nem sabia, mas Rory que foi a personagem que mais gostei faz parte do outro livro também, então temos agora o início de uma série com o casal, Rory e Lane. Eu adorei saber disso e espero que saiam mais livros protagonizados por eles. Eles estão de volta em outro livro ótimo!

O enredo é bem intrigante. Temos dois assassinatos macabros entre um grupo de alunos que ficaram na escola durante as férias de verão. A narrativa se alterna entre vários momentos do passado e do presente. Temos também alguns trechos bizarros do diário do provável assassino, sem citar nomes. Entre os alunos, temos 6 do terceiro ano que foram convidados para a tal casa abandonada. E temos o grupo do 4º ano que é quem lidera a tal sociedade secreta. Inicialmente não sabemos quais deles morreram, aos poucos os nomes vão sendo revelados. E um tempo depois, os suicídios começam. Esses alunos realmente se mataram? O professor acusado era realmente o culpado?

Várias questões em aberto, e aí entram em cena Rory e Lane. Ela é brilhante e tem um jeito único de investigar, eu adoro a personagem. Além deles, a jornalista Ryder Hillier nunca acreditou na versão oficial da polícia, e segue investigando o caso sozinha. Ela tem pouco reconhecimento, trabalha em um jornal pequeno e mantém um blog sobre o caso. Já Mack Carter é o contratado para fazer o tal podcast que fica famoso, ele não tem muito tino para investigação e por isso a emissora contrata Lane. Quando mais alguém morre, toda a investigação muda.

Esse é daqueles livros ágeis, onde a narrativa em terceira pessoa se alterna entre vários personagens e linhas temporais diferentes. Eu teci hipóteses e acertei o "quem matou". Adorei matar a charada. Como sempre, minha reclamação vai para o final. Achei corrido e bem simplório a forma como tudo se resolveu. Alguém tão inteligente não faria algo tão clichê no final ao meu ver, esperava mais não sobre a solução, mas a forma como ela se deu.

Leitura rápida, que prende do início ao fim e é ótimo para quem curte thrillers. Eu adorei e indico, leiam!

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Série Rory Moore/Lane Phillips