O Senhor dos Anéis: O retorno do rei - J. R. R. Tolkien
>> sexta-feira, 16 de setembro de 2022
TOLKIEN, J.R.R. O senhor dos anéis: O retorno do rei. 1 ed. Rio de Janeiro: Editora HarperCollins Brasil, 2019. 528p. (O Senhor dos anéis, v.3). Título original: The return of the king.
"A respeito desse objeto, meus senhores, agora todos vós sabeis o bastante para compreenderdes nosso apuro e o de Sauron. Se ele o recuperar, vossa valentia será vã, e a vitória dele será rápida e completa: tão completa que ninguém pode prever seu fim enquanto durar esse mundo. Se o objeto for destruído, ele cairá; e sua queda será tão vertiginosa que ninguém pode prever que ele alguma vez se reerga." p. 1264
A importância de O senhor dos anéis na literatura fantástica é inegável, um clássico incrível e muito bem escrito que continua encantando depois de quase 70 anos do lançamento original. Quem está chegando por aqui agora, confira antes a resenha de A sociedade do anel e de As duas torres. Este terceiro volume é uma continuação direta, tanto que ele é dividido em três livros, mas a contagem das páginas continua sequencial, como em um livro único. Hoje conto para vocês como termina a saga do anel com O retorno do rei do J. R. R. Tolkien.
Essa resenha contém spoilers sobre os dois volumes anteriores!
Em A sociedade do Anel, nove escolhidos partem de Valfenda com a missão de ir até os domínios de Sauron e destruir o UM anel. Aragorn e Boromir, dois homens, o elfo Legolas, o anão Gimli, o mago Gandalf e quatro hobbits, Frodo, o portador, Sam, Merry e Pippin. Juntos eles passam por muitos perigos, enfrentam batalhas e um deles se perde. Em seguida, a ambição de outro coloca tudo a perder. Frodo então resolve partir sozinho para cumprir sua missão, abandona os demais, mas é seguido por Sam, juntos eles continuam uma jornada sem muitas chances de sucesso.
Em As duas torres, a comitiva inicial está toda dividida e segue caminhos diferentes. Aragorn, Legolas e Gimli partem em uma jornada desesperada para salvar Merry e Pippin, que haviam sido sequestrados pelos orcs. Eles chegam tarde, mas os hobbits escapam e acabam conhecendo os Ents, o que os leva a uma batalha contra Saruman. Depois disso eles se reencontram e Gandalf, que todos acreditavam ter morrido, reaparece. Rohan se prepara para a guerra, toda a força de Sauron é enviada para lá. Merry se torna escudeiro do rei de Rohan. Enquanto isso, Sam, Frodo e Gollum formam uma estranha e traiçoeira união para chegar a Mordor e destruir o anel.
"Temos que caminhar para esta armadilha de olhos abertos, com coragem, mas com pouca esperança para nós mesmos. " p.1266
Pippin e Gandalf partem velozmente montados em Scadufax rumo a Minas Tirith. Gandalf sabe que agora que Rohan venceu a primeira batalha, toda a ira de Sauron se voltará para lá. Pippin é levado junto depois de fazer o que não devia e olhar através da palantir (um importante artefato mágico que permitia que Saruman entrasse em contato com Sauron). O hobbit, curioso, acaba se tornando escudeiro de Denethor, Senhor de Gondor, Regente do Alto Rei.
Gandalf pretende preparar a cidade para a guerra que está próxima, todas as forças de Sauron se dirigem para lá. Mas Denethor está desesperado com a perda do herdeiro, Boromir, e não vê esperança no futuro. Em sua loucura, ele acaba enviando seu segundo filho, Faramir, para uma batalha sem esperanças de sobrevivência. Eles aguardam desesperadamente os reforços de Rohan para a guerra.
Os cavaleiros de Rohan se dirigem para a batalha sob o comando do Rei Théoden. Merry acaba viajando escondido com um cavaleiro misterioso. Mas Aragorn tem outros planos. Ele precisa passar pela Sendas do Mortos, assumir seu destino como herdeiro de Isildur e convocar os mortos para a batalha final. Ao lado dele nessa missão, estão Legolas e Gimli.
"Mas de Cirith Ungol não falarei hoje a noite. Traição, traição é o que temo; traição daquela criatura desgraçada. Mas assim tem de ser. Recordemos que um traidor pode trair a si mesmo e fazer um bem que não pretende." p.1179
Bem longe dali, Sam e Frodo continuam tentando chegar à Mordor, subir para a Montanha da Perdição e destruir o anel. A jornada se torna cada vez mais árdua e perigosa, depois da traição de Gollum na toca da Laracna, Sam está sozinho e desesperado. Ele fará de tudo para salvar Frodo e ajudá-lo a terminar a jornada. Mesmo que essa jornada não tenha um retorno para casa.
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E eu cheguei ao final dessa releitura incrível com muitas lágrimas e sorrisos pelo caminho! Como eu amo essa saga. O senhor dos anéis é um dos meus livros favoritos da vida, aquele que me fez amar literatura fantástica, isso já há muitos anos. Todos os livros são excelentes, mas claro que O retorno do rei tem mais emoção, mais sofrimento, afinal, é onde tudo termina.
Mesmo já sabendo o final depois de ler, reler, assistir aos filmes diversas vezes, meu encantamento foi o mesmo. Rever os detalhes, perceber as mudanças da adaptação cinematográfica e ler este livro com calma (li com o marido durante 3 meses, 1 livro por mês, 1 capítulo por dia), foi um prazer enorme.
Eu amo todos os personagens! A sabedoria e as frases misteriosas de Gandalf, a coragem de todos para fazer o que precisam por um bem maior, não importa a consequência. A força de Aragorn ao assumir o seu destino; a amizade linda de Legolas e Gimli; a alegria dos hobbits, mesmo com todas as dificuldades, tudo o que queriam era uma boa comida e um bom cachimbo; o amor incondicional de Sam e sua dedicação para cumprir o que prometeu, cuidar de Frodo e cumprir a jornada.
Claro que nos filmes temos vários detalhes diferentes, mas uma grande mudança e que me deixou triste, é o protagonismo de Sam nos livros! Sam é o herói, é quem supera tudo e segue em frente, quem enfrenta, luta, que nunca olha para trás nem desanima. Ele luta com Gollum, com orcs, com a Laracna, tudo por Frodo. O filme deu um ar de protagonista trágico ao Frodo que não existe, ele mal consegue andar e pensar carregando o anel, Sam salva o dia várias vezes. Além disso, temos diferenças boas e ruins, grandes e pequenas. [ALERTA DE SPOILER] A partida de Aragorn para a Senda dos Mortos é bem menos dramática, ele vai com seu exército de caminhantes, e sua espada estava forjada há mais tempo, não tem aquilo do filme de Elrond chegar lá com a espada e falar da filha e tal. As batalhas acabam ficando melhor nos filmes, um detalhe no livro é que Merry não vai para os portões de Mordor, a última batalha. Ele está muito ferido, ele, Faramir e Éowyn ficam para trás nas casas de cura de Gondor. Eles são curados pelo Rei, Aragorn, e não por Elrond e os elfos. A mesma coisa com Frodo no final. Um capítulo importante e que ficou de fora no filme foi "O expurgo do condado". Os hobbits voltam para casa e o condado está invadido e aterrorizado sob o comando de Sarumam, os hobbits precisam ir à guerra mais uma vez. [FIM DO SPOILER]
Apesar das suas 1678 páginas, a história de O senhor dos anéis termina na página 1467. Depois disso o livro possui mais de 200 páginas de conteúdo extra. São numerosos apêndices, nos quais Tolkien explora detalhes da história, das línguas, dos alfabetos e até dos calendários de seu mundo ficcional. Eu bati o olho, li algumas informações sobre reis e épocas anteriores à história, mas no geral não li tudo não kk.
Eu amo a saga incondicionalmente, não consigo achar 1 defeito nesses livros! E isso para mim é bem raro hahaha. Indico para todos que amam fantasia ou que não se aventuraram ainda nessa história atemporal, leiam!
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O senhor dos anéis:
- A sociedade do anel (The fellowship of the ring)
- As duas torres (The two towers)
- O retorno do rei (The return of the king)
Avaliação (1 a 5):