Se não fosse você - Colleen Hoover
>> quarta-feira, 16 de março de 2022
HOOVER, Colleen. Se não fosse você. Rio de Janeiro: Editora Galera Record, 2020. 400p.Título original: Regretting you.
"No dia em que descobri que estava grávida, parei de viver por mim. Acho que chegou a hora de entender quem eu deveria ter sido antes de ter começado a só cuidar dos outros." p.184
Já fui fã incondicional da Colleen Hoover, amei todos os seus primeiros livros. De lá para cá, venho tendo alguns altos e baixos com a autora, mas mesmo assim não resisto e acabo comprando os lançamentos kk. Esse estava parado na estante faz algum tempo, hoje conto para vocês o que achei de Se não fosse você.
Morgan praticamente criou a irmã mais nova, Jenny, elas cresceram praticamente inseparáveis. Com pais ausentes e muito mais liberdade do que deveriam ter, elas aproveitavam a adolescência ao lado de Chris Grant, namorado de Morgan, e Jonah, melhor amigo de Chris e que começou a namorar Jenny. Tudo muda quando Morgan fica grávida, aos 16 anos.
Dezessete anos depois
Morgan deixou seus sonhos de lado para se dedicar ao marido e ao filho. Agora, aos 34 anos, ela questiona suas escolhas. Com a filha já prestes a ir para a faculdade e o marido que passa o dia todo fora trabalhando, ela não tem o que fazer. Abandonou a faculdade para criar a filha e cuidar do marido, e agora, sentia um enorme vazio.
Clara, 16, não quer seguir os passos da mãe, alguém que ela considera previsível e entediante. Ela quer estudar teatro, seu grande sonho é ser atriz. Com pais super protetores, e muitas regras, ela se afasta cada dia mais da mãe. Tudo o que eles querem é que ela não cometa os mesmos erros que eles, que largaram seus sonhos para começar uma família. Chris é quem garante a harmonia da casa.
Quando uma tragédia acontece, a vida das duas muda completamente. Clara conhece Miller, um menino lindo da história que parecia não gostar muito dela. Ao mesmo tempo, começa a demonstrar rebeldias diariamente. E Morgan, encontra apoio em quem ela menos imaginava.
Agora ambas precisam lutar para resolver os seus problemas, superar a dor e seguir em frente.
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Andei lendo alguns livros da autora que não curti muito, então comecei sem muitas expectativas. E no final, parece que li dois livros diferentes! Por um lado eu amei o núcleo adulto, adorei o enredo e os desdobramentos... por outro lado, eu achei a narrativa de Clara um porre, gente, eu tenho zero paciência para adolescente mimada, queria jogar o livro na parede em alguns momentos.
Morgan é uma das melhores personagens da autora. Uma adolescente que virou mãe muito cedo e se tornou uma adulta responsável, amorosa e cuidadora. Morgan era a mãe que estava sempre ali para a filha, que cuidava muito bem da casa e do marido e que sentia falta de algo só para si. Seus sonhos se perderam no meio do caminho, mas sua resiliência era o que a fazia seguir em frente. Até que a tragédia acontece, ela acreditava, mesmo com um vazio no peito, que tinha uma vida feliz.
Depois que tudo muda, ela tira forças de não sei onde para seguir em frente. No meio da tristeza e da raiva, ela persiste. Como amei Morgan e torci por ela.
No meio do caminho tinha uma pedra... ops, no meio do caminho tinha Clara. Filha única, que sempre teve tudo, não sabe lidar com a perda e com tudo o que muda em sua vida. Clara se torna cada dia mais rebelde. Ela faz tudo o que consegue para irritar a mãe, para quem ela direciona toda a sua raiva. Para tornar a narrativa dela suportável (risos), temos Miller, um adolescente fofo, inteligente, educado e apaixonado. Eu amei Miller, odiei Clara e foi isso... Eu não sei porque ainda leio livros com adolescentes, sinceramente, sempre passo raiva. Acho que acaba ficando difícil fugir deles hahaha.
O enredo é forte e bem marcante. Não me emocionou, achei que a cena mais trágica foi contada de forma que despertou ódio e não tristeza no leitor. Mas mesmo assim o desenvolvimento da trama foi muito bom. Fiquei com muita pena de Jonah, tanto no passado, quanto no presente. Os personagens não citados, nem merecem ser nomeados (quem leu vai entender).
Como sempre tem aquela coisa dos pais quererem esconder tudo dos filhos para eles não se magoarem e o problema só aumenta. Fiquei o livro todo irritada com Morgan por ela não conversar com a Clara e contar logo a verdade. Achei o núcleo de personagens secundários praticamente inexistente, senti falta. A Morgan, depois de tudo, passa os dias em casa sem contato com ninguém. Ninguém aparece, nenhum amigo, familiar, nada, achei meio bizarro.
Eu adorei o final, achei muito fofo. Então se você não tiver birra com adolescente enjoado igual eu, vai amar! Agora, se sofrem desse mesmo mal, já fiquem avisados hehe. Leiam!!
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Avaliação (1 a 5): 3.5