O som de um coração vazio - Graciela Mayrink

>>  quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

 


MAYRINK, Graciela. O som de um coração vazio. Rio de Janeiro: Editora Bambolê, 2018. 224 p.

Lembro de ter trocado esse livro no Skoob com a própria autora há um tempo atrás e lembro também que a primeira coisa que me atraiu para que aceitasse a troca foi o título. Fiquei muito curiosa para conhecer a história, que acabou sendo escolhida para mim no Clube do Livro das Chocólatras de novembro. Agora, satisfeita a minha curiosidade, divido com vocês as minhas impressões de O som de um coração partido.


Gabriel Moura é um cantor pop bem conhecido Brasil a fora. É bonito, bem de vida, mas por trás de toda a fama e glamour, existe um Gabriel que ninguém conhece. Um rapaz que sofre de problemas psicológicos que afirma ter "herdado" da mãe. Além de T.O.C, de medo de dirigir e da paranoia com quadros mal posicionados na parede, Gabriel acha (e o pai e o irmão dele também) que está sofrendo de depressão.


Ele decide, então, um belo dia, pesquisar mais a respeito na internet e acaba em um fórum em que pessoas que sofrem de depressão se encontram para conversar mais a respeito, pedirem conselhos, etc.


Poucos minutos bastam para um perfil do fórum chamar a atenção de Gabriel: uma garota com o nome de "carol_do_moura". Ele suspeita que seja uma fã e decide puxar conversa se fazendo passar também por uma fã, a fim de satisfazer sua curiosidade de saber como seria conversar com alguém que curte o seu trabalho.


Carol sofre de depressão desde o fim do ano anterior, quando seu ex-namorado espalhou pela internet uma foto dela nua. Ela não confirma que tem depressão, apenas acha que a vida perdeu o sentido e não sente ânimo de fazer nada.


E, é assim que a vida de Gabriel e Carol se cruzam e ele entende que tem uma missão: ajudar a linda e simpática garota a sair da depressão, ou pelo menos entender que ela não está sozinha no mundo e que pode, sim, ser feliz. Como ele fará isso? Você só descobrirá lendo O som de um coração vazio.




Eu gostei muito da história. A temática me prendeu desde o início e Gabriel e Carol tiveram minha torcida para que ficassem bem e, se possível, juntos.


Alguns personagens, sobretudo os pais de Carol, me irritaram bastante. Nada pior do que não ter apoio dentro da própria casa. Não encontrar amparo em sua própria família. Luciana, a irmã gêmea de Carol, oscilou entre me irritar e me agradar, acreditando que a irmã não tinha nada, apenas estava triste. Os sinais estavam todos ali, só não via quem não queria. Alguns amigos também me irritaram, mas para mim cumpriram bem o seu papel daquelas pessoas que, na "vida real" insistem em não enxergar que alguém pode estar precisando de ajuda e não de crítica ou de julgamento.


O livro é narrado em terceira pessoa, quando mostra o dia a dia de Carol, e em terceira, quando narrado pelo Gabriel. Adoro livros que mostram ambas as visões dos protagonistas, contudo, um ponto negativo em relação a isso nesse livro é que, talvez por essa alternância se dar dentro do mesmo capítulo, separado apenas por um símbolo de clave de sol, acabou me confundindo um pouco no início. 


Prefiro quando são separados por capítulos. Depois de um tempo, acabei acostumando.


Outro ponto negativo foi a forma um tanto repetitiva com que Gabriel afirmava que precisava fazer alguma coisa em relação à depressão da Carol e sobre as paranoias que ele tinha. Ficou parecendo que havia uma necessidade de preencher mais o texto. Era como se ele tivesse comentado com um amigo e esquecido, sabe? Aí conta tudo de novo como se a pessoa não soubesse, rs. Acabou ficando um pouco cansativo. Ainda notei que ao longo da história, por vezes, a autora impediu que o leitor "participasse" da história, dando um salto nos acontecimentos. Assim, em uma cena tínhamos Gabriel tentando puxar papo com a Carol e, no capítulo seguinte, ele já vinha contando que tinha conversado várias coisas com ela há dias e, assim, o leitor foi excluído dessa evolução da história.


Por causa desses  pontos, o livro perdeu algumas estrelinhas.

Em compensação, achei, e sempre vou achar, super válido a abordagem do tema da depressão. É importante, na minha opinião e pode incentivar outras pessoas a buscar ajuda, a entenderem que não estão sozinhas.


O final do livro me deixou um quentinho no coração que também compensa os pontos ruins e a gente acaba com um sorriso inevitável no rosto.


Se você é daqueles que curte romances que abordam temas importantes e ao mesmo tempo aquecem o coração, eu indico!



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Avaliação (1 a 5): 3.5


 

 

 

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