Venho aqui, no
último post do Blog de 2021 apresentar pela primeira vez os meus livros
favoritos do ano. Isso me traz muita alegria pois, 1. Eu AMO fazer listas e 2.
É uma excelente forma de agradecer todos vocês: A Nanda pela oportunidade, a
Evelyn pela companhia e todos os comentaristas fiéis ou de passagem que sempre
deixam uma palavra simpática e de apoio aos meus textos e resenhas. Vocês me
dão ânimo para continuar escrevendo, compartilhando a minha opinião, minhas
notas tidas como rígidas e novos projetos.
O Viagem
Literária continua firme e forte apesar das novas tendências de comentários e
resenhas de livros. Eu tenho um grande prazer em escrever e ler textos mais
completos e bem elaborados, então sou fiel adepta às resenhas de livros. Para
mim é algo muito natural: a escrita sobre algo que foi escrito. 2021 marcou a
minha participação mais constante por aqui e, consequentemente, um ano de
leituras muito frutíferas. Não foram tantos livros – 41 ao todo – mas algumas
leituras me marcaram profundamente e esse ano marca um recorde: pela primeira
vez tive 3 livros 5 estrelas e um 4.5 estrelas, sendo o melhor ano neste
sentido desde que comecei a controlar as minhas notas, lá em 2009! Não tem como
reclamar de um resultado assim, certo?
2021 para mim
foi um típico ano intermediário, de mover os pauzinhos para planos futuros.
Talvez seja um ano que eu esqueça no futuro por que não tive nenhum grande
marco, mas foi um ano de muita reflexão, auto análise e cuidado com a minha saúde
mental. As leituras ficaram em livros clássicos ou alguns textos que me
chamavam a atenção, e tenho muita alegria de ter participado de dois projetos
por aqui: A Leitura Coletiva, que vêm expandindo meu mundo literário e
apresentando novas amigas ávidas por ler e conversar sobre livros; e o Projeto
Agatha Christie, onde ganhamos companhia para ler as obras daquela que talvez
seja um dos maiores nomes da literatura mundial. Apresento para vocês a minha
lista, com alguns títulos que me marcaram nesse ano e alguns que certamente
levarei para a vida. Vamos lá?
Resenha
disponível AQUI
O escolhido para
a 10ª Leitura Coletiva do blog passou raspando, mas acaba abocanhando a 10ª posição
desta lista. Essa escolha é um pouco polêmica pois o livro tem alguns defeitos
claros que eu narro na minha resenha, mas o fato é que poucas leituras me fascinaram
tanto quando a história de Rhoda Penmark uma criança simplesmente má. Eu
me pegava pesquisando documentários sobre o tema, estudando o assunto,
conversando com amigos psicólogos e refletindo sobre a influência desta
história da literatura. Quantos vilões surgiram depois de Rhoda, quando March
teve a coragem de colocar o mal em uma garotinha loirinha bem criada? Uma porta
foi escancarada e um gênero surgiu depois disso, fazendo com que hoje tenhamos
livros incríveis e até mais bem escritos do que esse. Foi uma experiência
fascinante e engajante e que pude compartilhar com outras pessoas. Merece um
lugar ao sol!
9. A Menina
que Contava Histórias – Jodi Picoult
Resenha
disponível AQUI
Sabe aquele
livro que aparece na sua vida por acaso, sem qualquer planejamento ou conhecimento
prévio? A Menina que Contava Histórias simplesmente caiu no meu colo e eu
comecei a ler e pronto, fisgada estava! Sempre fugi da Jodi Picoult por achar
que ela gostava de escrever um drama exagerado, mas fui surpreendida pela
história de Sage Singer e sua avó, uma sobrevivente do holocausto. O livro
ainda tem muito drama, mas fui surpreendida por uma história bem tecida e muito
bem elaborada, com doses de drama, romance, suspense e personagens realmente
cativantes. Quem me conhece sabe que eu fujo de romances passados na 2ª Guerra
Mundial, mas esse não me incomodou tanto, pois mesclava narrativas do passado
com o presente, bem como uma história com um mistério que me deixou ligada e
envolvida desde o princípio. Terminei o livro sem conseguir achar muitas
críticas à escrita e a como o enredo foi bolado e tive que me render: Jodi
Picoult sabe contar uma história!
8. O
Misterioso Caso de Styles – Agatha Christie
Resenha
disponível AQUI
Assassinato?
Temos! Envenenamento? Temos! Quarto trancado? Temos! Inúmeros suspeitos com os
mais diferentes motivos? Temos! Testamento destruído? Presente! Hercule Poirot?
Aí sim! O primeiro livro da Rainha do Crime, Agatha Christie (carinhosamente
conhecida como A Gata Triste na sessão de comentários) vem trazendo tudo e mais
um pouco. É uma leitura fácil, divertida e que marca um Projeto que pretendemos
levar por muito tempo aqui, uma viagem pelo mundo da literatura policial. O
livro acaba roubando a 8ª posição da lista pela qualidade de uma escrita estreante
e por abrir com chave de ouro uma incrível jornada que tanto marcou a minha
vida e que repetirei agora com vocês!
7. A Montanha
Mágica – Thomas Mann
Resenha ainda
não disponível
A 7ª posição
fica com um dos grandes clássicos da literatura mundial e um livro que me
persegue desde os meus 15 anos. Vencedor do Nobel de literatura, o alemão filho
de uma brasileira Thomas Mann sempre fez parte da minha lista de desejados.
Dele já li “Morte em Veneza”, uma tentativa de me familiarizar com alguém tão
venerado que me intimidava. Mann é o autor favorito do meu pai e seus livros
sempre me encararam na prateleira, esperando o momento de eu estar pronta para
encará-los. Mas especificamente A Montanha Mágica, talvez a sua obra prima, ela
me olha há 20 anos, e 2021 foi o ano que decidi estar preparada para tentar
encarar escalar essa montanha do simbolismo, da sociologia, da magia, do tempo
parado e da crítica à sociedade europeia antes e após a primeira guerra. O nome
do livro não é em vão, pois a leitura se equipara a escalar uma montanha. Temos
que ir devagar, guardando o fôlego, devagar e sempre para não desistir e
abandonar. O resultado? Alcançar o topo da montanha era um dos meus objetivos da
minha vida literária, e estou muito feliz por ter cumprido esse desafio. A
história de Hans Castorp em um sanatório suíço, interagindo com os
diversos pacientes, me marcou e é um marco tão significativo que ainda não
consegui organizar as ideias para escrever a resenha deste livro. Mas um dia
ela sai!
6. Crime e
Castigo – Fiódor
DostoiévskiA
literatura russa sempre nos reservas leituras marcantes, não é mesmo? Esse é o
caso de Crime e Castigo, livro da 5ª Leitura Coletiva que me mostrou complexidade
de uma história e será para sempre uma referência quando falar em obra-prima. Ao
nos apresentar sobre a vida, o crime e os dilemas de Rodion Raskólnikov,
Dostoiévski conseguiu unir debates sobre religião, culpa, redenção, pobreza,
pátria, amor, psique... são temas plurais e infinitos e meu queixo cai em
pensar como uma história pode ser tecida em tão alto nível. Esse ainda não foi
um livro 5 estrelas para mim pois algumas passagens são bem lentas, mas é um
livro que para sempre vou lembrar pela complexidade e simplicidade de seus
temas e as discussões daí geradas. Foi uma obra incrível para uma leitura
coletiva e que marcou um dos melhores encontros, com todo mundo contribuindo um
pouco com os diversos significados do livro. Uma experiência brutal, rica e
questionadora. Terminei a leitura em
março, no início do ano, e até hoje consigo me lembrar da angústia social, o
medo, a preocupação, a raiva, a confusão em todos os personagens, das mais diversas
origens e com os mais diversos caráteres.
5. No Bosque
da Memória – Tana French
Resenha
disponível AQUI
O livro de Tana French, primeiro da série Dublin Murder Squad, é outra
leitura do início do ano que sobreviveu ao tempo e garante a 5ª posição desta
lista. Eu adoro literatura policial, e este foi o melhor exemplar que li no
ano, logo em janeiro, e nenhum outro conseguiu o tirar deste posto. O que eu
mais gostei da história foi como os personagens possuem falhas bastante humanas
e podem não ser pessoas muito boas, fugindo do estereótipo anti-herói tão comum
nesse gênero. Adam Ryan é um detetive em Dublin que acaba investigando um caso que
ele não devia investigar por ter conexões com seu passado, vai se enrolando na
busca de sua verdade e acaba perdendo as rédeas do caso em questão. Os
personagens secundários são interessantes, bem escritos e o estilo da autora me
conquistou. O final pode ser um pouco controverso, mas bati palmas de pé por
ser muito coerente e corajoso. Com certeza lerei o segundo livro da série em 2022
já com as expectativas bastante elevadas!
4. As Aventuras de Sherlock Holmes – Arthur Conan
Doyle Resenha ainda não disponível
2021 marcou meu encontro com o detetive mais famoso do mundo: Sherlock
Holmes! Em outubro comecei a ler as aventuras desta controversa, mas conhecida
figura, devorando “Um Estudo em Vermelho” e “O Signo dos Quatro”. Sem me
encantar com a história e o personagem, começava a duvidar do sucesso dos
livros e a qualidade das obras, até que me deparei com o terceiro livro do
detetive, As Aventuras de Sherlock Holmes, e todo o caráter lendário do
personagem fez sentido. O livro é um primor e consolida Arthur Conan Doyle como
um dos melhores escritores de contos que já li nos últimos anos, para não falar
na vida. Os livros anteriores eram arrastados e longos, o que foi corrigido com
o dinamismo das histórias, muito interessantes, criativas e simplesmente irresistíveis.
O livro traz 12 contos do detetive e seu fiel amigo-ajudante-colega Watson, e
destaco aqui alguns de meus favoritos: O Homem da Boca Torta, O Carbúnculo Azul
e O Nobre Solteirão. Não tivemos tempo de publicar as resenhas esse ano, mas
certamente teremos mais de Sherlock Holmes por aqui em 2022!
3. O Homem
que Morreu Duas Vezes – Richard Osman
Resenha
disponível
AQUI
De longe o livro mais divertido do ano! O segundo livro da série que se
iniciou em O Clube do Crime das Quintas-Feiras, temos mais uma aventura dos
idosos mais ativos e divertidos do pedaço. Desta vez, Elizabeth, Joyce, Ron e
Ibrahim se encontram no meio de um roubo de diamantes avaliados em 20 milhões
de libras, e dessa vez não são páreo nem para o serviço secreto britânico. O
primeiro livro me agradou e é uma leitura que indico e inclusive presenteei
pessoas nesse final de ano, mas o segundo livro consegue ser ainda melhor. Enquanto
o primeiro perdia preciosas páginas nos apresentando à casa de repouso e aos
personagens, o segundo já chega mergulhado no caso e pode dar muito mais ênfase
no dia a dia dos velhinhos mais amados da literatura. Eu literalmente chorei de
rir, é leve, divertido e imperdível, o tipo do livro que não tem como errar! Ao
terminar a leitura me peguei pensando em que nota dar, pois é um livro mais
leve do que eu normalmente leio. Mas como consigo tirar nota de algo que me
divertiu tanto, me fez tão bem e cumpre perfeitamente todos seus propósitos e
objetivos? É 5 estrelas sim, e já me deixa ávida esperando as próximas
aventuras dessa trupe incrível!
2. Torto
Arado – Itamar Vieira Júnior
Resenha
disponível
AQUI
Para mim, o
melhor livro nacional dos últimos tempos. Torto Arado conseguiu algo
impossível: ser unanimidade na era do cancelamento e das redes sociais. Eu fui
picada pelo mosquito da curiosidade e, no início do ano mergulhei na história
das irmãs Bibiana e Belonísia, quilombolas na chapada diamantinense. Sabe
aquele livro que você lê já sabendo que é um clássico e que para sempre será
estudado e falado? Essa é a honra de ler esse brilhante texto de Itamar Vieira
Júnior, que esbanja sensibilidade e uma complexa simplicidade para nos mostrar
a luta da mulher brasileira. E muito mais além! Quando li, achei o livro muito
bom e de cara um ícone da literatura nordestina. Agora, alguns meses depois,
tenho uma visão ainda maior do que ele é e representa. Vai além do Nordeste, vai
além da mulher, vai além das questões sociais. É um livro que quanto mais você
pensa sobre, mais você descobre o quanto ele é querido, e há quanto tempo não tínhamos
uma obra para amar e defender assim. Como um bom vinho, Torto Arado só melhorou
com o tempo e o distanciamento e hoje é um favorito 5 estrelas na minha
estante!
1. E O Vento
Levou – Margareth Mitchell
Resenha
disponível
AQUI
Um ano de livros épicos, clássicos da literatura,
favoritos na estante, um ano grandioso para a minha vida literária tem que
terminar com um livro grandioso no topo. E O Vento Levou, de Margaret Mitchell,
é esse livro. Fiquei muito na dúvida sobre as duas primeiras posições, mas ao
final decidi por esse clássico da literatura americana por uma simples razão:
eu não acredito que esse livro existia esse tempo todo, do jeitinho que eu
gosto, e estava ali esperando por mim. É por essa razão que eu continuo
desbravando clássicos, eu sei que há pérolas por aí que são exatamente o que eu
preciso, eu só ainda não descobri. A história da teimosa, mimada e orgulhosa
Scarlett O’Hara definitivamente não envelheceu bem e tem que ser lida com MUITA
cautela, mas é um épico com direito a tudo: tragédia, guerra, traição, romance,
reconstrução, queda, paixão... O mais engraçado é pensar que eu jamais leria
esse livro se não fosse pela 7ª Leitura Coletiva do Blog! Mais uma história de
como as vezes sair da zona de conforto pode ser algo muito bom e me trouxe uma
narrativa vívida e inesquecível.
E agora vamos partir para 2022, que espero ser um ano de
muita alegria para todos, e que venham livros incríveis! Nos vemos ano que vem
compartilhando esse amor por livros!
Feliz Ano Novo!
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