Jantar secreto - Raphael Montes
>> quarta-feira, 8 de dezembro de 2021
Quem me acompanha aqui sabe que sou uma fã declarada dos livros de Raphael Montes. Desde que li Uma mulher no escuro, já terminei a leitura querendo ler tudo o que o autor escreveu. Nem todas as histórias foram cinco estrelas para mim, infelizmente, mas também nenhuma delas recebeu menos de quatro estrelas. Agora, em homenagem ao mês do terror (porque sim, os livros do Raphael são os únicos capazes de me deixar perto de sentir medo, ainda que não envolva terror na história), decidi ler o único do autor que faltava ler. E divido com vocês minhas impressões de Jantar secreto.
Dante, Miguel, Hugo e Leitão são amigos de infância e saíram de uma cidade nos cafundós do Paraná para o Rio de Janeiro para cursarem faculdade.
Cinco anos depois, nem todos eles estão contentes com a escolha de curso ou de profissão. Dante, apesar de formado, trabalha como atendente de uma livraria, Hugo não consegue se lançar como um cozinheiro importante e Leitão, o mais largado dos quatro, abandonou a faculdade e passa dias e noites em seu quarto no apartamento que eles dividem, se empanturrando de comida e jogando vídeo game ou fuçando na internet.
Dante achava que a vida deles não poderia ir pior, até que um dia é chamado pelo corretor de imóveis que alugou o apartamento para eles para cobrar os últimos seis meses de aluguel que não haviam sido pagos.
A dívida no valor aproximado de R$25.000,00 precisava ser paga, ou eles seriam despejados e ainda sofreriam um processo da imobiliária.
Leitão, então, tem uma ideia. Ele encontrou na internet um site chamado Jantar secreto, onde as pessoas promoviam jantares cujo cardápio não seria revelado. As pessoas aparentemente pagavam pequenas fortunas para desfrutar das iguarias.
Assim, surgiu a equipe Carne de Gaivota e o grupo (apesar de nem todos concordarem) começaram a se arriscar no meio da gastronomia exótica, para dizer o mínimo.
Contudo, o que começou como uma brincadeira acabou ficando mais sério do que eles poderiam esperar e pode acabar afetando a amizade, a vida e o futuro de todos eles.
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O livro é narrado por Dante, cujo nome, logo de cara, ele pede que você não se esqueça e que se lembre de que ele era um cara legal. Para mim, um nome propositalmente escolhido para um cara que passa o livro todo vivendo um inferno, rs.
Confesso que não fui com a cara dele logo de início, demorou umas boas páginas para que o personagem me causasse empatia. O que não aconteceu em relação ao Miguel que, para mim, era o personagem mais empático. Hugo é um babaca completo e tive vontade de dar tabefes no Leitão o livro inteiro.
Talvez, a única personagem que tenha me conquistado tenha sido, por coincidência uma garota. Cora.
Raphael Montes, nessa história, nos traz a ironia e podridão de um país mal governado, em que tudo é feito por baixo dos panos e ninguém percebe. Do dinheiro que sempre compra tudo e todos, sobrando sempre pro pobretão, afinal, a manteiga sempre cai virada para baixo.
No início do livro, fiquei me perguntando onde o autor queria chegar e o que iria acontecer. Confesso que a história estava legal, mas não estava me prendendo como as outras histórias dele costumam me fisgar de cara. Até que em determinado momento tudo começou a acontecer de uma forma que me vi devorando as páginas, faminta (perdoem o trocadilho) e quando vi, o livro acabou.
E, foi aí que o livro perdeu uma estrelinha para mim, já que no final, fiquei com a sensação de que tanto eu quanto Dante fomos feitos de bobos e fiquei com cara de tacho.
Passei dias remoendo a história, sobretudo o final. Ainda não me decidi se fiquei feliz ou fula da vida de não ter percebido os sinais ao longo da história que levaram ao desfecho.
Mesmo assim, sigo fã do autor e, no geral, o livro é muito bom, de modo que indico para todo mundo!
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