Os garotos do cemitério - Aiden Thomas
>> quarta-feira, 8 de setembro de 2021
THOMAS, Aiden. Os garotos do cemitério. Rio de Janeiro: Editora Galera Record, 2021. 350 p. Título original: The cemetery boys.
Depois de mais de 15 meses lendo praticamente 5 livros ao mesmo tempo, sendo mais de dois deles de literatura clássica, todo mês, decidi dar uma pausa. Sabe como é, a cabeça uma hora pede arrego, rs. Como disse o meu esposo (com certa dose de razão): eu estava criando metas de leituras muito ambiciosas, beirando à impossibilidade de cumprir. Estava ficando exausta e sem aproveitamento devido da leitura. Assim, deixei um pouquinho o excesso de leituras simultâneas, a literatura complexa e decidi partir para os romances leves que há tempos eu havia deixado de lado. Foi então, procurando livros nessa vibe para ler, que me deparei com a indicação de Os garotos do cemitério. Se seria da leveza que eu esperava só a leitura me diria. E agora conto para vocês como foi a leitura.
Yadriel é um jovem trans e gay que vive com seu pai e sua avó em uma casa em um cemitério. Sua família compõe um clã de "bruxes" latinos que vivem nos Estados Unidos. Digo sua família porque, apesar de já ter atingido a idade, Yadriel ainda não foi aceito como um deles, pois enfrenta, na própria casa, os preconceitos e rejeições por ser trans e gay. Mas ele não pretende ser rejeitado por muito tempo.
Um dia, junto com a prima Maritza, que deveria ser uma bruxa curandeira, mas não é porque é vegana e se recusa a usar o sangue animal, tão comumente utilizado pelas curandeiras de seu clã, para praticar a cura, Yadriel decide fazer, sozinho, o ritual para se tornar bruxo.
Tudo teria corrido muito bem, não fosse o fato de ambos sentirem, ao final do ritual, que alguém de seu clã havia morrido de forma cruel, bem como se não fosse o fato de, sem querer, ter invocado um espírito que simplesmente não quer ir embora.
Yadriel precisa, assim, tentar ajudar o espírito que invocou sem querer a encontrar seu caminho e, ao mesmo tempo, tentar encontrar o corpo desaparecido daquele de seu clã que sentiu falecer. Tudo isso, para provar para si mesmo e para os de seu clã que, apesar dos que não acreditam ele é, sim, um bruxo, e bem competente.
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O livro é narrado em terceira pessoa e, desde o início me afeiçoei por Yadriel e Maritza. A leitura é bem leve. Quando assustei, metade do livro já tinha se passado!
Yadriel e Maritza, junto com Julian, o espírito invocado por Yadriel, passam por algumas situações engraçadas e também perigosas e torci e me diverti com eles o livro todo. Me senti muito solidária a Yadriel pela família dele não o aceitar e não o aceitá-lo como bruxo por ele ser trans e gay. Fiquei torcendo para que essa situação se resolvesse e ele encontrasse o apoio que precisava em sua família.
Julian é um espírito muito aventureiro e teimoso. Vez ou outra me dava uma vontade de dar uns tabefes nele, mas no fim das contas ele era um cara legal.
Em determinado momento, eu me lembrei do livro A mediadora da Meg Cabot, que sempre tive vontade de terminar e nunca sai do segundo livro. Se você tiver ou teve essa impressão ao longo da leitura, me conte aqui!
O livro traz um pouco sobre a cultura do Dia de los muertos, a comemoração mais famosa e popular do México que ocorre no dia 02.11. Eu só tinha ouvido falar disso quando assisti Volver de Pedro Almodóvar, mas desde então essa comemoração me intrigou e gostei de me deparar com ela de novo nessa história, ainda que adaptada para o contexto fantasioso da história.
O final do livro me deixou de coração quentinho e bem feliz de uma forma geral com a história, apesar de ter encontrado uns leves "buracos" no texto ao longo da leitura, mas nada que estrague a história.
Acho que não tinha me tocado que, apesar de já ter superado um pouco a leitura de livros voltados para o público mais "jovem" eu estava morrendo de saudades de livros assim. No mínimo, saí da história com o cérebro "desobstruído", rs.
Para quem está atrás de uma leitura leve e cheia de fantasia, indico muito esse livro!
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