O amante da princesa - Larissa Siriani

 SIRIANI, Larissa. O amante da princesa. São Paulo: Verus Editora, 2018. 224p.

Não sou muito de ler romance de época, vocês já devem ter notado. Mas, de vez em quando, rola uma vontade de inovar nas leituras (ou eventualmente um romance de época é escolhido para mim no clube do livro das chocólatras, como este).

Então, aproveito o momento para diversificar um pouco e aproveitar a leitura mais leve. No geral, acho todos do gênero muito parecidos e clichês, o que também é válido, afinal, de vez em quando precisamos de livros que chamo de "desobstruidores de cérebro". Mas será que O amante da princesa  se encaixa na categoria de "romance leves e clichês?"

Continue a ler esta resenha até o final e descubra (ou não, rs).

Maximiliano, Arquiduque da Áustria, está indo para Lisboa conhecer aquela que foi escolhida como sua futura esposa. Maria Amélia de Bragança, princesa do Brasil. Um casamento que trará benefícios às duas famílias, sobretudo após a morte do imperador do Brasil. Amélia, a imperatriz-viúva, não vê a hora desse matrimônio ser selado.

Acontece que a imperatriz não contava com alguns percalços em seu caminho.

O primeiro deles é que pode ser que o arquiduque tenha um segredo que pode desfazer esse enlace.

O segundo é o companheiro de viagem do arquiduque. Um nobre, de família decadente, chamado Klaus, que não queria nada sério com a vida, tampouco com as mulheres. Isso, até ele bater os olhos na princesa do Brasil.

Mas, como Klaus poderia se interessar por aquela que está prometida a seu melhor amigo?

Isso, vocês descobrirá lendo O amante da princesa.


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Inspirada em Maria Amélia Augusta Eugênia Josefina Luisa Teodolinda Heloisa Francisca Xavier de Paula Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança, a história é narrada alternadamente por Maria Amélia e Klaus.

Apesar de trazer como pano de fundo o império brasileiro, ao longo do livro percebi que não há grande menção a isso ou à atribuições tanto da princesa quanto da imperatriz. O foco da história é exclusivamente o romance, de modo que essa parte histórica ficou praticamente esquecida. Eu, que sou uma grande fã de ficção histórica não ligaria de ver mais sobre o tema no livro.

A princesa é uma grande amante dos livros e isso me fez identificar com ela. Contudo, não há grandes pontos para dizer, que mulher forte, que personagem! Mesmo assim, gostei dela.

Já a imperatriz deixou bem a desejar, já que foi tratada de forma bem superficial pela autora.

Klaus e Maximiliano são os típicos homens experientes dos romances de época (pelo menos os poucos que li). Aquele que chega arrasando o coração e causando calafrios nas donzelas indefesas e virgens inexperientes.

A maior parte do livro é totalmente clichê e previsível. Na verdade, em determinado momento é possível até mesmo antecipar como será o final.

Porém, o que me chamou atenção nesse livro foi a intenção da autora (ou não), de dar um desfecho pouco comum aos personagens, fugindo da obviedade comum aos romances de época. Por causa do final, minha nota sofreu um leve aumento, o que deve ser levando em consideração por você, caro leitor, ao considerar ler este livro.

Achei relaxante imaginar, ao longo da história, o cenário criado pela autora. Quase pude sentir o cheiro das árvores, do estábulo e dos livros na biblioteca, lugar favorito da protagonista.

Algumas curiosidades sobre Maria Amélia, a que inspirou a personagem, é que ela nasceu na França, mas em seguida mudou-se com a família para Portugal, pois Dom Pedro I, seu pai, estava tentando resgatar o trono da irmã, Maria II, que foi usurpado por seu irmão, Dom Miguel. Assim que venceu o irmão, restituindo o trono à irmã, Dom Pedro faleceu de tuberculose.

Maria Amélia e a mãe não foram reconhecidas como parte da família imperial (Amélia é a segunda esposa de Dom Pedro) até que Dom Pedro II assumisse o trono.

Outra curiosidade, que se distancia um pouco da realidade do livro, é que Maria Amélia foi realmente prometida ao arquiduque da Áustria e se apaixonaram perdidamente. Contudo, um acontecimento impediu que a união se realizasse.

Se você curte romance de época, ou tem vontade de ler, mas não sabe por onde começar indico este livro!


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