O sonho de uma filha - Francine Rivers
>> quarta-feira, 4 de agosto de 2021
RIVERS, Francine. O sonho de uma filha. São Paulo: Editora Verus, 2013. 583p. (O legado de Marta, v.2). Título original: Her daughter's dream.
"- Você vai se alimentar direito e recuperar a saúde. Você vai parar de se condenar. Vai se levantar, pôr um pé na frente do outro e seguir a sua vida. É isso que todos nós temos de fazer.
- Falando assim parece fácil.
- Nada é fácil, Carolyn. A vida não é fácil. Fazemos o melhor possível com o que Deus nos dá.
- Eu estraguei tudo.
- O importante não é o que você fez. É o que vai fazer agora." p. 145
A continuação direta de A esperança de uma mãe, completa a saga de uma família através de gerações. Confiram o que achei de O sonho de uma filha da Francine Rivers.
No livro anterior conhecemos a história de Marta desde a adolescência, na Suíça de 1901. Ela lutou bravamente para vencer na vida e para cuidar de sua família. Muitos anos se passaram. Depois da Segunda Guerra Mundial, Marta precisou mudar mais uma vez. Sua filha mais velha, Hildemara Rose, cresceu sem entender a mãe, que acreditava não amá-la. Será que algum dia elas iriam se entender?
A partir daqui contém spoilers para quem não leu o primeiro livro!
Hildemara Rose precisa de todas as suas forças para lutar contra a tuberculose mais uma vez, Marta se muda para lá para cuidar dos dois netos pequenos, enquanto a filha se recupera. Desesperado, Trip só pensa na melhora da esposa. Charlie, o mais velho, estava muito envolvido com os amigos e a escola. Já, Carolyn, sente profundamente a ausência da mãe (que não chegava perto das crianças para evitar contaminá-las) e se apega profundamente a avó.
Quando a mãe melhora e a avó vai embora, o abismo entre as duas está maior, elas nunca conseguiram se entender, nunca conseguiram conversar abertamente sobre as mágoas do passado. Com os pais trabalhando, as crianças crescem brincando sozinhas, o que terá consequências irreversíveis na vida da pequena Carolyn.
Califórnia, 1966
Carolyn estava na faculdade com sua melhor amiga, Rachel, mas nos últimos tempos as aulas perderam a importância. Charlie havia se alistado e enviado ao Vietnã. Tudo que ela queria era lutar contra a guerra e manifestar para o fim dela. Querendo salvar o irmão, acaba abandonado as aulas, bebendo muito e se envolvendo com pessoas erradas. Mais tarde, ela acaba fugindo e se juntando aos hippies de São Francisco. Anos depois, ela precisa juntar os cacos e reconstruir sua vida.
Muitos anos se passaram. Exatamente como aconteceu com sua mãe, May Flower Dawn, filha de Carolyn, desenvolve uma ligação mais forte com a avó, Hildemara, do que com a mãe. Ao contrário do que aconteceu com Marta e Hildemara, Dawn percebe o que acontece com sua avó e sua mãe e quer lutar para que a história não se repita.
Em meio a perdas, dificuldades e muita dor, a força dessas mulheres se destaca. E elas seguem lutando por um futuro melhor para aqueles que amam.
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Já começo dizendo que eu esperava bem mais... E não é que tenha sido uma leitura ruim, mas o primeiro livro foi bem melhor! Além disso, foram quase 600 páginas, um exagero que acabou perdendo no conteúdo e no ritmo do livro.
Alguns personagens eu já conhecia e amava pelo livro anterior, mas nenhuma delas irá superar Marta, a matriarca da família. Uma mulher forte, que lutou a vida inteira por um futuro melhor; lutou por si mesma, depois pelo marido e filhos, pelos netos e seguiu lutando. Hildemara me decepcionou um pouco, a menina que cresceu sentindo que não era amada pela mãe, acabou fazendo o mesmo com a filha. As novas personagens que viram narradoras, me deram preguiça ao longo da história rs. Carolyn sofreu muito coitada, mas ela aprende e cresce muito durante a narrativa. Porém ela logo "perde sua voz" e a filha, Dawn, vira narradora. E Dawn é um porre durante boa parte do livro! Eu tive muita preguiça dela até a vida adulta, claro que mais velha ela também conquista seu lugar na história. Mas Hildemara disputa com a filha o amor da neta, fazendo chantagem com Dawn muitas vezes. Carolyn se ressente e se fecha, deixando a filha de lado. Preguiça, é um ciclo que nunca se quebra.
Acho que o grande problema foi o tamanho do livro! Francine Rivers escreve ficção cristã, então eu já espero que a religião seja bastante explorada em seus livros. Porém, neste livro, ela exagera demais nisso. Não é só uma história sobre fé... São páginas e páginas de grupos de jovens, orientação com pastores, a igreja e tudo sobre o "jovem cristão". Do quanto era pecado dormir com alguém antes de se casar e blah blah blah. Enfim, eu ainda acho que todos os livros da autora passam uma linda mensagem sobre fé e sobre confiar em Deus sobre todas as coisas, mas nesse ela errou a mão.
Para mim faltou emoção também, parece que a autora foge dos grandes dramas e foca só na fé. Cenas tristes que em outros livros eu teria chorado horrores, não emocionam. Eu senti que nas duas partes mais tristes, ela trocou as narradoras e tudo foi contado de forma muito superficial. A grande perda do livro foi narrada por Dawn, ainda adolescente. E depois, já quase no final, o drama de partir o coração, foi contado apenas depois de tudo acontecer, por outra pessoa (não posso explicar melhor para evitar spoilers).
Eu gosto da autora e adorei o primeiro volume, o primeiro termina muito aberto então para fechar a história, precisa-se ler este segundo. Apesar do segundo ter me decepcionado um pouco, o final foi muito bonito. Ao todo a história conta mais de 200 anos da saga de uma família e a história como um todo é linda, reflexiva e emocionante!
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Duologia O legado de Marta:
- A esperança de uma mãe (Her mother's hope)
- O sonho de uma filha (Her daughter's dream)
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