Susan não quer saber do amor - Sarah Haywood

>>  sexta-feira, 9 de julho de 2021

HAYWOOD, Sarah. Susan não quer saber do amor. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2021. 336 p. Título original: The cactus.


Este livro recebido do Clube Intrínsecos do mês de junho (n. 33) me conquistou pela decoração do interior da capa e pelo brinde que o acompanha. Eu não fazia ideia do que me esperava dentro daquela capa rosinha fofa. Tinha só uma leve suspeita de que seria uma história de amor. Mas será que foi isso mesmo que encontrei ao longo das páginas? Vem que te conto!


Susan tem 45 anos, é formada em direito e funcionária pública (afinal, advogar propriamente dito nunca foi a intenção dela). Sempre foi uma mulher que se achava no controle de absolutamente tudo em sua vida: relacionamentos, emprego, amigos, planos. Não gostava de surpresas desagradáveis e sempre teve convicção sobre duas coisas: nunca se casaria e jamais teria filhos.

Ela e o irmão, Edward, nunca se deram bem, de modo que viviam em pé de guerra.

A morte da mãe acaba trazendo uma guerra ainda maior entre os irmãos, sobretudo após Susan descobrir que a mãe havia deixado um testamento em que Edward ficava com a casa para viver até quando pudesse conseguir um lugar melhor, o que para Susan era um absurdo, já que ela era tão filha de sua mãe quanto seu irmão e tinha tanto direito sobre a casa quanto ele. Mas parece que não era bem assim que a mãe pensava, e isso também causou em Susan um sentimento de que, talvez, ela não tivesse controle sobre tudo.

Além disso, pra variar, após um "não-relacionamento" com Richard, Susan de repente se pega fazendo um teste de gravidez e descobrindo que está grávida.

E, apesar de ainda tentar, com todas as suas forças, manter o controle sobre si mesma e sobre o mundo, ela começará a entender que, no fim das contas, não se pode controlar tudo.

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No início, tive uma dificuldade muito grande de entender e aceitar o jeito de Susan. Ela se mostrava bem chatinha e controladora, implicando até mesmo com a demonstração de boa vontade das pessoas.

Contudo, comecei a ter uma empatia grande por ela quando se confirmaram as minhas suspeitas de que ela estava grávida (qualquer  um notaria; afinal, ninguém passa toda uma manhã enjoando, fora os enjoos quando sentia cheiros fortes e estranhos sem ter uma razão para isso que não fosse um problema estomacal grave). Até mesmo passei a me divertir com as situações que ela passa ao longo da gestação, sobretudo por eu ter passado e ainda estar passando por algumas delas (sim, teremos um baby mascote pro blog em breve!).

Além dessas situações, acabei superando o jeito peculiar de Susan e me divertindo com o jeito dela e com sua convicção de que tudo ia sair do jeito que esperava que sairia. O mais legal é a coleção de cactos que ela tinha e a semelhança que a personagem apresenta em relação à sua plantinha preferida: sobretudo em relação a ser "espinhosa" e a não precisar de muito tratamento, companhia, etc.

Os personagens que ela vai conhecendo ao longo da história, ou que vão sendo apresentados ao leitor ao longo do texto, são inseridos de propósito para demonstrar essa ausência de controle a Susan, sobretudo em relação ao irmão dela. E a própria situação dela como gestante já é uma grande prova de que esse controle que ela espera ter não existirá, mas ela aparentemente não queria se dar conta disso.

Isso acabou me levando a refletir sobre como lidamos com as situações adversas em nossas vidas, a alteração repentina de rotina que acaba modificando nossos planos e nos tirando daquilo que acreditamos ser o controle das nossas vidas. Será mesmo que precisamos controlar tudo? Será que não é bom de vez em quando apenas deixar a vida seguir?

Não gostei nenhum pouquinho de Edward, irmão da Susan. Possivelmente a narrativa em primeira pessoa feita pela própria protagonista, que por vezes até mesmo dialoga com o leitor (adoro!), contaminou meu julgamento em relação a ele. Mas, no fim das contas, ele não merecia mesmo nenhuma empatia.

Não curti muito também a tia materna e as primas de Susan. A tia deixa a gente doida de tanto que fala, e as primas nunca gostaram de Susan, mas não perdiam a oportunidade de se meter na vida dela. (tudomundotemumparenteassim)

No mais, a maioria dos personagens são legais, engraçados e exercem um papel importante na vida de Susan, embora ela mesma não se dê conta.

Na minha humilde opinião de leitora, é sim um livro sobre amor, porém, de uma forma diferente do que estamos acostumados a encontrar por aí em livros de romance. E apesar de eu ter ficado emocionada e empolgada em determinadas cenas, a maioria dos acontecimentos e as reviravoltas da história são bem previsíveis. Mesmo assim, é uma leitura gostosa, leve e que ainda assim traz uma boa reflexão.

Indico para todo mundo que curte leituras gostosas e leves, e para todo mundo que está sempre precisando de um livro assim, né?

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Avaliação (1 a 5):





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