Jogador número dois - Ernest Cline

>>  quarta-feira, 9 de junho de 2021

 


CLINE, Ernest. Jogador número dois. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2021. 416 p. Título original: Ready player two.

Se tem uma coisa que eu desconhecia completamente era a possibilidade de haver uma continuação para Jogador número um. Fiquei sabendo de supetão quando recebi a lista de livros de parceria da Intrínseca. Por ter amado o primeiro, claro, imediatamente solicitei para saber, afinal de contas, o que Ernest Cline traria como continuação. Bora descobrir?



OBSERVAÇÃO: Esta resenha contém spoilers sobre o primeiro livro!



Wade está sendo perseguido pelo clã dos Seis, e Sorrento parece disposto a matá-lo a qualquer custo. Após Wade encontrar mais uma chave e estar prestes a encontrar o easter egg de Halliday, Sorrento, usando a arma mais poderosa de OASIS, mata todos os Avatares que estão no Castelo de Anorak. Contudo, ele não contava com o fato de Wade ter em seu arsenal uma moeda que lhe concede uma vida extra e possibilita que ele continue sua busca por vencer o concurso.

Wade, então, passa a ser ajudado por ninguém menos que Ogden Morrow, o sócio de Halliday. Além, claro, de contar com seus amigos, Aech, Art3mis e Shoto, que vão ajudá-lo no combate final para encontrar o easter egg. Todos eles são alocados na casa de Og para se protegerem até que o concurso termine. Wade, então, vence o concurso e se transforma no herdeiro de Halliday, bem como cumpre sua promessa de dividir o prêmio com seus amigos e, juntos, todos eles se transformam em proprietários da GSS, empresa de Halliday.



Fim do spoiler!



Um dia, Wade descobre, sem a ciência de seus amigos, a existência de uma espécie de headset, criado por Halliday, que lê as sinapses cerebrais do usuário, transformando a experiência no mundo virtual muito mais sensitiva, mais atrativa e, claro, mais perigosa. INO, como é chamado o dispositivo, pode ser usado por até doze horas logado no OASIS, mas, depois desse tempo, há necessidade de que o usuário deslogue, ou suas funções cerebrais vão acabar fundindo e a pessoa pode, até mesmo, ficar em coma permanente.

Apesar disso, o dispositivo chega ao mundo por um preço acessível e irresistível, de modo que praticamente todos os usuários do OASIS adquiriram o seu.

Não bastasse isso, Wade acaba de encontrar um novo desafio de Halliday, que não vale exatamente milhões de dólares, mas um prêmio muito mais valioso e importante, mas não para qualquer pessoa.

O problema é que chegar a esse prêmio pode ser muito mais difícil e, sobretudo, mais perigoso. Se Wade já tinha tido uma experiência difícil, dolorosa e perigosa ao batalhar pela herança de Halliday, como seria ter que batalhar pela própria vida?


A vida é como um videogame, extremamente difícil e injusto. Quando você nasce, recebe um personagem gerado de maneira aleatória, com nome, raça, rosto e classe social. Às vezes, o jogo pode parecer fácil. Até divertido. Outras vezes, pode ser tão difícil que você tem vontade de desistir. Mas, infelizmente, neste jogo, você só tem uma vida. Ou você morre um herói ou vive o bastante para se tornar o vilão". - Contracapa.



Jogador número dois, n
arrado novamente em primeira pessoa por Wade, mostra uma evolução dos personagens e do jogo OASIS propriamente dito. Somos lançados junto com ele na nova aventura de localizar um novo easter egg.


Contudo, toda a diversão e a leveza que eu encontrei no primeiro livro não estão presentes nesse segundo volume. Não que o livro tenha ficado chato, nada disso. O que acontece, na verdade, é um amadurecimento em relação ao primeiro livro.

Alguns anos se passaram, e Wade, por exemplo, já se tornou adulto. As decisões que lhe cabem são mais difíceis, duras. Os conflitos internos que o acometem também são mais complexos. Art3mis, cujo nome  fora do OASIS é Samantha Evelyn (adorei o segundo nome, rs), está lutando pelo que acredita, tentando salvar o mundo da miséria, assim como Aech e Shoto também estão correndo atrás do que acreditam.

Mas parece que a evolução mais difícil dentre todas elas vem para Wade.

Assim como no primeiro livro, nos deparamos com dezenas de referências à cultura pop dos anos 80, e se tornou inevitável para mim 
(eu que já era fã) ouvir qualquer música dessa época e não pensar nos livros desse game.


Outra coisa com que nos deparamos nesse livro é a crítica do autor à forma como as pessoas lidam com a realidade x mundo virtual, isto é, nossa dependência cada vez maior da tecnologia, mais especificamente como nos tornamos reféns diante de tanto aparato tecnológico que nos permite ser e fazer praticamente tudo. Isso porque a nossa realidade não alcançou a grandeza da tecnologia narrada no livro! Não ainda.

Algumas partes do livro me deixaram bem tensa, principalmente depois da metade para o final. Mas, como eu esperava, não amei de paixão este como amei o primeiro livro, ainda que tenha lido ambos em sequência 
(talvez exatamente por isso).


A edição, na minha opinião, está ainda mais bonita que a do livro um (acho que poderiam ter invertido, mas depois de ler, analisando um detalhe da capa, eu até entendi porque este é que ficou com a cor que eu queria que estivesse no primeiro, rs).

Apesar de não ter amado, i
ndico para quem leu o primeiro. Só acho bom esclarecer que não se trata de obras independentes. Se você não leu o primeiro, não vai adiantar ler o segundo, pois vai boiar total. Então, leiam ambos e se esbaldem! Indico também para quem tem interesse em ler ficção científica e não sabe por onde começar!



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Série Jogador Número Um, de Ernest Cline

  1. Jogador número um (Ready player one)
  2. Jogador número dois (Ready player two)




Avaliação (1 a 5):





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