A escrava Isaura - Bernardo Guimarães

>>  quarta-feira, 30 de junho de 2021



GUIMARÃES, Bernardo. A escrava Isaura. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2018. 176p. 


Desde a minha adolescência ouço falar na Escrava Isaura, história que ficou famosa principalmente por suas adaptações para novelas. Mas confesso que nunca assisti à novela, tampouco tinha tido a oportunidade de ler o livro. Até que agora em junho ele foi escolhido para mim no Clube do Livro das Chocólatras e finalmente pude conhecer quem foi escrava Isaura e qual é sua verdadeira história. Agora divido com vocês o que descobri. Vamos lá?



A escrava Isaura nasceu em uma fazenda no município do Campo dos Goytacazes e é filha de uma escrava e do feitor da fazenda. Sua mãe sofreu nas mãos de seu senhor, o comendador dono da fazenda, não só por ser bela, mas também por não ter sequer a chance de fugir das investidas dele. O que ele não esperava era que a escrava fosse engravidar do feitor, um cara de sua confiança, e por isso ele acaba por destruir a vida de ambos. 



A mulher do comendador, dono da fazenda, apegada e com pena da pobre criança que nada tinha de culpa pelo acontecido, bem como por nunca ter sido agraciada com uma filha, decide adotá-la como sua criada, mas a trata quase como uma filha, dando todo o carinho, apoio e estudo que lhe era possível. 



Até que a velha senhora falece, e fica a cargo de sua nora, que já tinha um apreço pela escrava, dar continuidade aos ensinamentos e à criação da escrava. 



O que nem a senhora nem a nora, Malvina, poderiam contar era que Leôncio, filho da senhora e esposo de Malvina, fosse herdar o sangue ruim e egoísta do pai, tampouco que Isaura fosse herdar a sina de sua mãe, de ser bela e perseguida por seu senhor.



É então que começa a saga de Isaura para tentar se ver livre das garras de seu dono, que a trata como sua propriedade,  enquanto seu pai tenta a todo custo libertá-la da escravidão e das investidas de Leôncio. Vamos, assim, acompanhando a luta de Isaura por sua liberdade, literal e metafórica. 



Foi a primeira vez que li algo de Bernardo Guimarães e gostei muito da forma como o autor escreve: de uma forma poética e leve.



Senti empatia por Isaura e fiquei tensa em diversos momentos, com medo do que Leôncio poderia fazer com ela. Em todo o seu amor doentio pela escrava, ele era capaz de qualquer coisa para tê-la para si, e eu morri de medo dele e por ela. 



Senti muita empatia pelo pai de Isaura também, o senhor Miguel. Um pai capaz de tudo para libertar a filha da escravidão (seja ela literal ou não) terá sempre o meu apoio. 



Malvina oscilou no meu conceito, principalmente por não abrir os olhos sobre o marido que tinha. Mas levando em consideração o período em que a história se passa e a forma como era o casamento naquela época, dá para entender determinadas atitudes dela, embora eu não concorde, rs. 



O livro foi publicado originalmente em 1875, no auge das campanhas abolicionistas pelo mundo todo, e a história acabou ficando conhecida internacionalmente. 



O final não é um grande UAU, mas, diante da temática, sobretudo se levarmos em conta quantas mulheres ainda são tratadas hoje em dia como propriedade de seu marido, namorado, noivo, vivendo em uma prisão, uma verdadeira escravidão, o livro me agradou como um todo. Fiquei com vontade de ler outros livros do autor, que, eu não sabia, também é mineiro, assim como esta resenhista que vos escreve, nascido na bela cidade de Ouro Preto. 



Indico para todo mundo, sobretudo para conhecer um pouco mais sobre clássicos da literatura nacional. Vai ser uma ótima viagem!



Adicione ao Skoob!



Compre na Amazon: A escrava Isaura - (Texto integral - Clássicos Autêntica)  



Avaliação (1 a 5) :






                      Comente, preencha o formulário, e concorra ao Top comentarista de junho!

Postar um comentário

  © Viagem Literária - Blogger Template by EMPORIUM DIGITAL

TOPO