Depois do sim - Taylor Jenkins Reid
>> quarta-feira, 9 de dezembro de 2020
Não é novidade para ninguém que eu sou fã da autora deste livro. O que talvez não fique muito claro é que toda vez que um novo livro dela é lançado, eu tenho quase 100% de certeza que vou gostar. Em geral, ela não me decepciona. De todos os livros lançados, me resta apenas Em outra vida, talvez? para ler. Depois do sim é o lançamento mais recente e não pensei duas vezes antes pegar para ler. Será que a autora manteve 100% de aproveitamento (utilizando termos futebolísticos, rs), ou será que, pela primeira vez, eu não achei a história lá essas coisas? Só lendo abaixo para descobrir!
Lauren Spencer era uma jovem tímida e quieta de dezenove anos quando conheceu Ryan pelos corredores da UCLA, onde ela cursava psicologia. Ele se aproximou dela de uma forma tão natural e engraçada que Lauren não teve nem como se sentir intimidada, e em pouco tempo eles estavam apaixonados. A família de Lauren também se apaixonou por Ryan e ele era considerado como parte da família. Ele era muito importante principalmente para Charlie, o caçula da família, que, criado sem o pai numa família composta pela mãe e duas irmãs mais velhas, encontrou em Ryan mais do que um cunhado.
Onze anos e meio depois de se conhecerem, Ryan e Lauren não se suportam mais. O casamento está uma porcaria, eles não conversam mais sem brigar e tudo é motivo para perderem a paciência e explodirem. Lauren tem certeza de que eles não se amam mais. Ryan tem certeza que não aguenta mais as manias e as coisas que Lauren faz e que ele não consegue mais fingir tolerar. Ate que, no meio de tanta discussão, eles finalmente concordam em uma coisa: precisam se separar, precisam se afastar para esfriar a cabeça e descobrirem se vão sentir falta um do outro, se o amor que sentiam está apenas adormecido ou se já não existe mais.
Ryan, então, sai de casa deixando para trás sua esposa e seu cachorro, e passamos a acompanhar a jornada de Lauren ao longo desse "ano sabático" do casamento.
"Talvez não faça diferença ter um marido com quem dividir o cotidiano. Talvez o mais importante seja que, quando de fato precisamos de alguém, essa pessoa tenha que ser ele. Talvez precisar de alguém não signifique ser incapaz de viver sem ele. Talvez precisar de alguém signifique que essa pessoa torna sua vida mais fácil." p. 277-278.
"Algumas pessoas adoram isso, o fato de a vida ser imprevisível e caótica. Eu detesto. Odeio que a vida não tenha a decência de esperar por um momento solene quando tira alguma coisa de nós." p. 300
Vou começar a ficar repetitiva se nesta resenha eu também iniciar minhas impressões dizendo: "Que história, minha gente!". Então, antes que isso aconteça, passo a listar para você, caro leitor, os motivos pelos quais eu achei essa história sensacional e que podem levar você a se interessar e, quem sabe, curtir também!
1 - Porque a forma como Taylor nos passa a mensagem pretendida é, a cada livro, tão única e inusitada, que ela consegue, no caso deste livro, transformar uma briga conjugal em um grande ensinamento.
2 - Porque a família de Lauren é o máximo! Ainda que, de início, eu tenha chegado a achar que não fosse curtir muito a mãe dela, Leslie, e tenha me enganado redondamente ao pensar que ela seria a megera da história; depois acabei descobrindo que ela é uma mãe maravilhosa! A avó de Lauren, Lóis, também não fica atrás. Que senhora incrível! A irmã/filha do meio, Rachel, é a melhor irmã/amiga que uma mulher poderia ter! Solteirona convicta, Rachel se sente um pouco excluída de determinados assuntos que envolvem relacionamento, só porque ela acha que não precisa de um homem para se sentir bem consigo mesma. E não está errada! Ela tem mãos de fada para fazer doces, e torci muito para que tivesse uma vida e um desfecho feliz. Charlie é o caçula que se sente um pouco deslocado por ter nascido muitos anos depois das duas irmãs e por ter sido criado apenas no meio de mulheres. Tem zero referência de amor paterno, mas é um rapaz muito sagaz e irônico; curti muito ele.
3 - Porque, não importa o tipo de relacionamento que você tenha, em algum momento você vai se identificar com algum dos relacionamentos (ou a falta deles) apresentados pela autora ao longo da história. Seja uma mãe que foi abandonada pelo marido e se relaciona com as pessoas apenas para se sentir viva, pois não acredita mais no amor; seja um relacionamento relâmpago que acaba trazendo consequências para toda a vida; seja um casamento que está indo por água abaixo porque as pessoas pararam de prestar atenção no que importa; seja um casamento gay em que o excesso de hormônios, às vezes, pode colocar em risco o casamento; seja uma viúva que viveu na época em que o casamento tradicional (aquele que hoje é considerado ultrapassado e que não funciona mais) era o que valia. Enfim, há tantos relacionamentos inseridos pela autora nessa história, que o livro vai muito além de um casamento em falência e nos leva a conhecer uma variedade de relacionamentos, o que me passou a mensagem de que o que importa, no final das contas, é que sejamos felizes.
4 - Porque a história te faz pensar e refletir sobre o próprio relacionamento conjugal, assim como o relacionamento com a família e os amigos. É inevitável. Se você é casado e se tem filho, vai ter muito o que refletir com essa história. Até as discussões entre Ryan e Lauren nos levam a refletir. Afinal, quem nunca teve uma discussão boba no relacionamento, jurando que aquele motivo era a coisa mais importante do mundo?
5 - Porque o final do livro me fez chorar tanto e por tantos motivos, que quem me visse ia pensar que um ente querido tivesse morrido. Isso porque o livro não é dramático nem trágico! Mas achei impossível não me emocionar com o final da história.
6 - E, por fim, porque depois de ler essa história, você talvez seja capaz de, ainda que esteja no fundo do poço, lembrar que o sol sempre nasce. Sempre.
Espero que você tenha motivos de sobra agora para ler, porque indico sem restrições! <3
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