Sol da meia-noite - Stephenie Meyer
>> quarta-feira, 2 de setembro de 2020
MEYER,
Stephenie. Sol da meia-noite. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2020. 736p. (Crepúsculo, v.5). Título original: The midnight sun.
Finalmente,
uma das leituras mais aguardadas no ano aconteceu! Para quem não sabe, A saga
Crepúsculo ocupa a minha estante de livros favoritos/marcantes da vida. Então,
nada mais natural que eu ficasse ansiosa e ao mesmo tempo temerosa pelo
lançamento de Sol da meia-noite, certo? Depois de tantos anos, como seria
voltar ao universo de Forks? Como seria revisitar esse romance que foi tão
aclamado no Brasil e no mundo? Finalmente, posso dizer que li e posso, também,
contar como foi a minha experiência de leitura. Bora descobrir?
Edward
é um vampiro e vive com a sua “família” em Forks há algum tempo. Apesar de a
família se manter o mais discreta possível e eles não serem exatamente
sociáveis, os “mais jovens” frequentam a escola da cidade. Carlisle, o mais
velho do grupo, é médico no hospital. Isso ajuda a dar um ar de humanidade e
normalidade à vida deles e a não chamar a atenção dos humanos.
Edward
acha tudo muito entediante. Já sabe de trás pra frente todas as matérias
ensinadas na escola, já está cansado de ouvir os pensamentos enfadonhos dos
colegas de classe, não aguenta mais tanta humanidade e fragilidade.
Até
que um dia uma novata chega ao colégio, Bella Swan. De início ele não a nota,
mas entre pensamentos invejosos das meninas e desejosos dos meninos, Edward
começa a prestar atenção na garota e, sem que perceba, vai ficando mais que
interessado nela.
Quanto
mais interessado ele fica, mais ele é dominado por uma dúvida cruel sobre
deixar-se envolver ou manter-se afastado, afinal, ele é um grande perigo para a mortalidade e a fragilidade de Bella. Contudo, ela contraria todos os sensos ao
reagir de forma totalmente diversa da que ele espera, querendo sempre estar ao seu lado, o que o faz pensar se deve mesmo lutar contra a vontade de ficar ao lado
dela e de viver, depois de dezenas de anos sozinho, a sua história de amor.
"(...) Eu nunca seria um rapaz comum. Que estupidez a minha me colocar como candidato ao amor de Bella. Como ela poderia algum dia se interessar por alguém que , para todos os efeitos, era o vilão da história?"p.116
Desnecessário
dizer que a história é narrada em primeira pessoa pelo Edward, certo? E que,
até então, tínhamos toda a saga narrada pela visão da Bella, nos outros livros.
Dito
isso, e pulando as demais preliminares e impressões sobre personagens – afinal,
os dessa história são mais do que mundialmente conhecidos –, vamos à parte que
importa! Rs
Primeiro,
alguns esclarecimentos sobre a organização e a estética do livro:
A
arte da capa, a folha de rosto e o sumário seguem o mesmo padrão dos primeiros
livros da saga. O papel em que o livro foi impresso é mais leve e mais fino que
o dos anteriores, e eu gostei bastante.
Os
títulos dos capítulos são, em sua grande maioria, os mesmos de Crepúsculo, o
que achei bem legal, pois foi como se Edward e Bella tivessem tido a mesma “visão”
para o momento narrado. Apenas aqueles capítulos sem a “participação” da Bella
têm títulos diferentes, ou então quando o título corresponde à percepção do
Edward para uma mesma situação, de modo que faz mais sentido o título representá-lo
de forma diferente da Bella, certo?
Pelo
fato de se tratar da “versão” de Edward para a história já conhecida por nós, pode parecer que os livros são completamente espelhados.
Mas não é bem assim. Preciso lembrar vocês que o protagonista aqui é Edward, e
ele também tem sua vida privada e a vive longe de Bella em alguns (raros)
momentos, rs. Assim, Sol da meia-noite traz outros acontecimentos que não são
mencionados no primeiro livro, narrado por Bella. Inicialmente, esse me pareceu
ser o motivo de o livro do Edward ter ficado tão longo.
Ledo
engano!
Embora,
pra mim, o ponto mais positivo do livro tenha sido a oportunidade de conhecer
mais a fundo a história de como ele se tornou vampiro, como conheceu e passou a
fazer parte da vida de Carlisle, como conheceu os demais membros da família – e
até mesmo conhecer um pouco melhor esses membros –, a verdade é que a leitura
que começou arrastada foi se tornando torturante de tão chata.
Isso
não me incomodou até alcançar, mais ou menos, 250 páginas de leitura. Eu sei
que o Edward é de outra época – ele tem mais de um século de idade –, o que
pode alterar muito a forma de ver e narrar o mundo. O problema é que, depois de
250 páginas nesse ritmo, foi só ladeira abaixo, e minha irritação com a
morosidade da leitura foi só aumentando. Ela simplesmente não rendia! É tanta
lamentação, tanta dúvida e insegurança (que não se restringem a poucos
parágrafos, mas se arrastam por páginas e páginas...), que toda a imagem de
vampiro bonitão, cheio de si, experiente e vivido se perdeu totalmente.
Quando
li Crepúsculo, já me incomodava com a possessão dele em relação à Bella, mas
nesse livro essa visão alcançou um nível surreal! Uma relação assim não pode
ser saudável! No fim do livro, o que me restou foi a lembrança de por que eu
sempre preferi o Jacob!
Entendo
que algumas pessoas, principalmente aquelas que são fãs, vão dizer que essa é a
chance que a gente tem de perceber o quanto ele é sensível e apaixonado e tal,
mas infelizmente não compartilho dessa opinião.
Nos
momentos em que Edward e Bella estão conversando efetivamente e o assunto rende,
foi fácil rememorar aquela nostalgia de antigamente. Mas então vinha o Edward
desfiando mais um rosário de lamentações e estragava tudo.
Quando
comecei a ler, já tinha em mente algumas cenas que eu estava curiosa pra ver
pelos olhos dele, o que, de novo, se tornou uma grande frustração, como o dia que eles passam juntos na clareira (quando ele
se mostra no sol pra ela), e também o trajeto até o estúdio de balé onde Bella
está com James, o rastreador. Essa cena do trajeto foi tão surreal, que juro
que fiquei lembrando de Velozes e furiosos e pensando: cara, para de se exibir
e vai salvar a garota!
Sei
que esse livro foi escrito há tempos e que chegou a vazar e tal. Eu não li na
época do vazamento e ainda sou uma ignorante acerca do que a autora acrescentou
ou não ao longo dos anos que demorou para lançar. Então fiquei na dúvida se ela
tentou trazer algo inédito pra diferenciar da versão vazada, ou se o texto
sempre foi assim mesmo. Fato é que poderia ter tido muito menos páginas do que
tem – e ser menos prolixo – e, ainda assim, ser uma versão “toda Edward” para a
história.
Sei
que esta saga foi responsável por trazer muitas pessoas para o mundo mágico da
literatura, de modo que essa história foi inesquecível para muita gente, para
mim também! Sei, também, que tem muita
gente amando o livro, e até o momento vi poucas opiniões negativas sobre ele. A
verdade é que fiquei chateada de não ter curtido tanto quanto esperava. Infelizmente
não foi possível!
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