Eu sou a lenda - Richard Matheson
>> quarta-feira, 16 de setembro de 2020
MATHESON,
Richard. Eu sou a lenda. São Paulo: Novo Século Editora, 2007. 295 p.
Titulo original: I´m am legend.
Gosto
muito de histórias pós-apocalípticas, embora não as leia com muita frequência.
Desde o início da pandemia de coronavírus, contudo, tenho me sentido levemente
incomodada, ao mesmo tempo que ainda mais empática, com relação a histórias sobre
mundos pós-apocalípticos ou que passam também por situações de pandemia,
epidemia e afins. Afinal de contas, quem não preferiria que esse tipo de
acontecimento ficasse apenas nas páginas dos livros de ficção?! Enfim, sem
muitas delongas, vamos às minhas impressões de Eu sou a lenda.
Robert
Neville é o último homem vivo na Terra, após um surto inexplicável que
transformou todas as pessoas em vampiros. Robert passa os dias se dividindo
entre matar vampiros enquanto dormem, na esperança de extingui-los, e tentar
transformar sua casa em uma fortaleza à prova deles. À noite, fica trancado
para se proteger e não ser atacado. Não são tarefas fáceis, sobretudo para um
homem solitário. Mas ele tenta.
~~~~~~~
“Com o horror ele
tinha se acostumado, mas a monotonia era o maior obstáculo.”
P. 105.
De
modo geral, o livro alterna entre os dias pós-apocalípticos da vida de Robert e
os momentos mais importantes da vida dele quando tudo aconteceu e devastou a Terra,
deixando-o sozinho em um mundo de vampiros.
É
muito difícil falar muito do livro sem dar spoiler, então vou me limitar a
falar o que der, rs. A pergunta que se faz, inevitavelmente, durante toda a
leitura, é quanto tempo Robert vai aguentar isso, quanto tempo ele pode
sobreviver aos vampiros, qual a possibilidade de ele viver até a velhice, ou se
ele poderia ficar de saco cheio e enfrentá-los, correndo o risco de ser
assassinado. São dúvidas que nutrem a curiosidade por continuar lendo o livro.
É
fácil sentir solidariedade por Robert, sobretudo nos momentos em que ele
relembra como perdeu aqueles que ama. Achei muito interessante acompanhar o que
ele faz para se ocupar, matando os vampiros e tentando entender o que aconteceu
para que as pessoas morressem.
Mais
interessante ainda foi me identificar com o momento que Robert estava passando,
já que durante minha leitura estávamos no início da pandemia de coronavírus, e,
assim como eu disse no início da resenha, foi impossível não pensar em todas as
adaptações que estávamos tendo que fazer na vida, no trabalho, na família, nos
hábitos, para passar por tudo da melhor forma. Contudo, ainda que a gente queira
que essas histórias pós-apocalípticas fiquem só nos livros, de vez em quando a
vida resolve imitar a arte...
Não
sei se vocês sabem, mas o livro foi adaptado para o cinema em 2007, com Will
Smith e Alice Braga. No filme, Robert é um cientista militar famoso,
importante, mas no livro ele não é essa coca-cola toda, e tudo o que sabe e
estuda sobre o vampirismo ele aprendeu em livros que achou em bibliotecas.
E,
infelizmente, no filme a relação de Robert com o cachorro não é retratada igual
no livro. Eu gostaria que tivesse sido, embora eu tenha ficado mais chateada
com os acontecimentos do filme do que do livro, talvez justamente por causa da
diferença de relacionamento entre eles.
Achei,
também, por incrível que pareça, o filme um pouco mais completo que o livro. É
possível? Sim!
Para
quem não conhece, Eu sou a lenda é um pouco mais longo que um conto, tem 163
páginas. Assim, os acontecimentos são mais ligeiros e não tão aprofundados, o
que me incomodou um pouco. O filme supre um pouco isso, acrescentando alguns
detalhes que eu curti bastante.
Na
edição que eu tenho, da Editora Novo Século (a que aparece nesta postagem) além
de Eu sou a lenda, ainda há dez outras histórias de suspense escritas pelo
autor. Eu só li a que dá título ao livro, mas me contem se já leram ou
pretender ler as demais.
Indico
tanto o livro quanto o filme para quem curte histórias do gênero.
Assistam ao trailer!
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