A cantiga dos pássaros e das serpentes - Suzanne Collins
>> quarta-feira, 23 de setembro de 2020
COLLINS, Suzane. A cantiga dos pássaros e das serpentes. Rio de Janeiro: Editora Rocco Jovens Leitores, 2020. 575 p. Título original: The ballad of songbirds and snakes.
Jogos Vorazes é a minha segunda série de livros favorito da vida, perdendo apenas para Harry Potter. Por mais séries séries que eu tenha lido ou venha a ler, nenhuma tira essa posição de ambas as histórias. Dá pra ter uma ideia, então, da minha ansiedade pelo lançamento de A cantiga dos pássaros e das serpentes, certo?! Foi um misto de ansiedade e medo, mas eu confiava que Suzanne não ia me decepcionar e que eu ia, no mínimo, gostar do livro. Então, ganhei de presente de aniversário (obrigada, marido!) e, finalmente, pude matara curiosidade/ansiedade/medo. Quer saber o que achei? Vem que te conto!
Coriolanus Snow é um jovem de 18 anos, de família rica em decadência, e vive com a tia e a prima no apartamento da família da Capital. Graças aos contatos e ao nome de peso da família Snow - além da sua esperteza em esconder de todos a decadência da família -, Coriolanus estuda na Academia, melhor escola secundária da Capital, que poderá lhe dar um grande futuro. Mas, para isso, ele precisa se destacar.
A décima edição dos Jogos Vorazes está prestes a começar e, nesse ano, traz uma novidade: os tributos, pela primeira vez, teriam mentores. Seria a grande chance de Coriolanus se destacar e garantir o seu futuro, se conseguir ser mentor do tributo vencedor.
Mas ele não contava com dois imprevistos que dificultarão e muito sua vida: a) Ele foi designado para ser mentor de Lucy Gray, tributo feminino do Distrito 12, o pior dos distritos; b) Ele começa a simpatizar por ela, o que não é proibido, mas faz com que ele esteja disposto a enfrentar as rígidas regras da Capital para que a garota do Distrito 12, muito além de vencer os jogos, sobreviva.
"- Snow cai como a neve, sempre por cima de tudo." p. 18.
"- Que bom. A verdade, enfim. Mentirosos não me servem de nada. O que são mentiras além de tentativas de esconder algum tipo de fraqueza?" p. 130/131
Conforme eu disse, minha expectativa se confirmou, pois Suzanne não me decepcionou.
Acompanhar a jornada do jovem Snow, na tentativa de salvar a honra e o nome de sua família, me fez sentir por ele uma empatia que não esperava. Ao contrário daquele senhor malvadão que vemos na trilogia inicial, Coriolanus é um jovem divertido, alegre, espirituoso, apesar de adversidades da vida. Ao longo do livro, vamos percebendo que ele foi tão afetado pela Capital quanto todo mundo de todos os Distritos. Mas, talvez por estar tão próximo do "ninho de cobras" e da crueldade da Capital, ela tenha sido afetado de uma forma mais brutal e irreversível.
Alguns personagens me cativaram bastante, como o Sejanus, um dos alunos e, também mentor dos jogos que teria gostado de conhecer Katniss, caso tivessem vivido na mesma época, rs.
A Tigris também, que é a prima do Coriolanus (isso não fica explícito, mas há indícios de que poderia ser a mesma Tigris que aparece na trilogia, será?). O amor que eles sentem um pelo outro é quase de irmãos, e ela é quase todo apoio que ele tem para suportar as dificuldades que a família vem enfrentando.
A avó de Snow é como todas as avós, rs. Apegada à sua época, com ideias levemente ultrapassadas, mas que não geram conflitos, por sabermos que se trata de uma mentalidade habituada à época em que viveu.
Quanto à Lucy Gray, eu gostaria de dizer que senti empatia por ela e torci tanto quanto sempre torci por Katniss Everdeen, mas estaria mentindo miseravelmente. A verdade é que Lucy não me conquistou, e acabei passando a história toda com um pé atrás em relação a ela. Se ela me fez confirmar as suspeitas ou me arrepender, vocês terão que ler para descobrir.
Quanto ao Snow, se você espera encontrar respostas para as perguntas a relativas ao amado presidente (SQN) , a única coisa que posso dizer é que pode ser que sua espera valha a pena!
Apesar de a história se passar muito antes da existência de Katniss, Peeta e demais personagens que acompanhamos na trilogia inicia, não há como não se sentir em casa novamente com a descrição dos jogos (que, arrisco dizer, eram ainda mais cruéis e sangrentos (sim, isso é possível)) e com algumas referências que aparecem também nos outros livros (principalmente em relação a uma certa árvore-forca e uma musiquinha wue gruda na cabeça da gente durante semanas).
E se você está se perguntando por que razão o livro foi tão querido e mesmo assim não levou 5 estrelinhas, eu te conto de quem foi a culpa: do final, o único ponto negativo do livro e que me impediu de dar nota total. Achei um bocado corrido, tanto que, quando a história começa a se encaminhar para o final, isso acontece de forma tão repentina que voltei algumas páginas pra tentar entender se eu tinha perdido alguma coisa, pulado alguma página sem perceber, mas não tinha, infelizmente.
Assim mesmo, o livro vale cada página, e foi muito bom estar de novo na Capital e nos distritos. Fiquei me sentindo como aquela personagem do conto Felicidade clandestina, da Clarice Lispector (conto que, aliás, me representa de ponta a ponta como leitora): fui lendo em suaves prestações, fingindo esquecimento, adiando só pra demorar mais a chegar no final e terminar a leitura. Uma pena o final ter sido corrido, pois assim não tinha como ler aos pouquinhos! Mas, como eu disse, mesmo com essa ressalva, compensa demais a leitura!
Tive notícias de que esse livro também será adaptado para o cinema! Mais alguém ansioso para saber quem interpretará Coriolanus Snow na adolescência? Alguém arrisca um palpite?
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A cantiga dos pássaros e das serpentes
Série Jogos Vorazes da Suzanne Collins:
- Jogos Vorazes (The hunger games)
- Em chamas (Catching fire)
- A esperança (Mockingjay)
- A cantiga dos pássaros e das serpentes
Avaliação (1 a 5):