De todos os motivos - Vitor Castrillo
>> quarta-feira, 19 de agosto de 2020
CASTRILLO,
Vitor. De todos os motivos. Editora independente, 2017. 46 p.
Já
faz um tempo que venho querendo ler essa história, mas não tinha tido
oportunidade, até agora, quando De todos os motivos foi escolhido para mim como
leitura do mês no Clube do Livro das Chocólatras. Fiquei muito feliz! Como já é
de conhecimento comum, gosto de todo tipo de romance fofinho e sou daquelas que
acreditam que amor é amor e pronto, neh?! Bom, já que vocês já sabem de tudo
isso sobre mim, resta saber o que eu achei de De todos os motivos.
Quando
Pedro conheceu Bruno Henrique na época de escola, de uma coisa ele tinha
certeza: Bruno jamais ia querer sequer conversar com ele. Pedro achava que
Bruno era bonito demais e descolado demais para querer conversar com alguém como
ele. Mas, para a surpresa de Pedro, Bruno Henrique se aproximou. Ficou
ainda mais surpreso quando se tornou seu melhor amigo. E ficou ainda mais e
mais surpreso porque Bruno Henrique, um cara que detestava manifestações de
afeto, vivia procurando um jeito de encostar nele. E, claro, surpreso mais
ainda – pois as surpresas nunca acabavam – quando eles foram para a mesma
universidade e se tornaram ainda mais inseparáveis.
Mas
uma dúvida vivia assombrando Pedro: se Bruno Henrique se dedicava tanto a essa
amizade, se vivia procurando um jeito de estar próximo de Pedro, se sempre lhe
comprava presentes e demonstrava carinho e afeto das mais diversas formas,
afinal de contas, o que eles eram? Amigos? Mais que amigos? Namorados?
Para
entender essa relação, ou ao menos tentar, Pedro começa a listar todos os
motivos que, para ele, levavam à conclusão de que os dois eram mais do que
amigos. Mas, é claro, apenas uma pessoa poderia esclarecer essa dúvida que
persistia. Então, como perguntar isso diretamente para ele?
~~~~~~~~
Narrada
em primeira pessoa por Pedro, a história alterna entre o presente, que é no
final de 2016, e o passado, que é revivido por Pedro por meio de lembranças de
momentos marcantes entre ele e Bruno Henrique.
Essa
é uma história de leitura rápida e fácil, e isso não se deve apenas ao fato de
ser um conto, rs. A forma como o autor escreve é fluida, de modo que chegamos
ao final em um pulo.
O
que sabemos sobre Bruno Henrique é contado pela ótica de Pedro, e talvez por
isso eu tenha sentido falta de saber mais sobre o personagem, mas gostei muito
dele (principalmente por ser nerd e fã de Star Wars, rs). Na verdade, a falta de profundidade me incomoda um pouco no gênero conto.
A gente sempre fica querendo saber mais e mais profundamente, mas sei que em
histórias assim isso nem sempre é possível.
Pedro,
por sua vez, se mostrou bem inseguro, o que é compreensível, em parte, já que
ele não sabia muito sobre o que Bruno Henrique sentia por ele. Além disso,
achei o personagem um pouco infantil, o que também é compreensível, já que ele
tinha acabado de sair do ensino médio, logo era bem jovem, rs.
Não
há muito romance efetivamente na história. Na maior parte do tempo, Pedro está
sonhando acordado, imaginando se alguma coisa “a mais” existia entre ele e
Bruno Henrique. Mesmo assim, apesar de eu ter concluído que Pedro é a
personificação do ditado “o pior cego é aquele que não quer ver” – o que me irritou
um pouco –, o livro é bem fofinho e vale a leitura. Afinal, tanto a leitura
quanto o amor sempre valem a pena!
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