Entre a ruína e a paixão - Sarah MacLean

>>  segunda-feira, 27 de julho de 2020

MACLEAN, Sarah. Entre a ruína e a paixão. Belo Horizonte: Editora Gutenberg, 2016. 304p. (O clube dos canalhas, v.3). Título original: No good Duke goes unpunished.

“A indagação o trouxe de volta ao mundo. Alteza. O título para o qual ele tinha nascido. O título que ele havia ignorado durante anos. Dele, mais uma vez. Restaurado pela pessoa que o havia tomado. Sua Graça o Duque de Lamont. Ele escancarou a porta e se virou para encará-la, a mulher que mudou sua via. Que arruinou sua vida.
- Mara Lowe. Ele falou e o nome saiu áspero e despedaçado, recoberto de história.
Ela aquiesceu. Ele riu, um ruído solitário ecoando na escuridão. Era tudo que ele podia fazer. Ela franziu a testa, confusa. Ele fez uma reverência rápida e debochada.
- Perdoe-me. Veja, não é todo dia que um assassino reencontra uma vítima do passado.
- Você não me matou, ela ergueu o queixo.
Tais palavras foram ditas com suavidade, mas com determinação, e estavam embebidas de uma coragem que ele devia ter admirado. De uma coragem que ele devia ter odiado. Ele não a matou. As emoções estavam tomando conta dele, impiedosas e ferozes. Alívio. Fúria. Confusão. E mais uma dezena. Bom Deus. Que diabo tinha acontecido? ” p.23-24

Cheguei ao terceiro volume da série O clube dos canalhas da Sarah MacLean. Mais uma das minhas queridinhas de romance de época! Confiram o que achei de Entre a ruína e a paixão.

Há 12 anos atrás, o Duque de Lamont foi destituído de tudo o que era seu por direito. Sua honra, seu lugar na aristocracia, sua família e sua paz de espírito. Ele se tornou outra pessoa, lutou e sobreviveu. Ele ainda lutava, diariamente, contra seus demônios do passado. Ele se tornou Temple, um dos sócios do cassino mais famoso da cidade. Mas em toda a cidade ele ficou conhecido como “o duque assassino”. Ele era o implacável, o que lutava no ringue contra os nobres que perderam tudo e tinha uma última chance de salvar sua fortuna. Mas ele nunca perdia.  

Mara Lowe só queria fugir do destino que o pai abusivo lhe impôs, ser esposa de um Duque. Um homem mais velho, e tão implacável quanto o pai. Então ela encenou sua fuga e partiu, sem nunca mais olhar para trás. O problema é que seu desaparecimento foi dado como morte, e sua “fuga” se tornou “assassinato”. E o culpado era o filho do Duque em questão. Doze anos depois, o passado bate a sua porta. Seu irmão perde toda a fortuna dela e da família no jogo. Ela se vê obrigada a voltar, e a encarar o homem cuja vida ela arruinou. Sua única moeda de troca é o passado, um segredo que só ela sabe e pode revelar para o mundo: ela está viva, ele não é um assassino!

Temple quer provar a todos que não é um assassino, e ter tudo que a vida lhe negou até então. Ele também quer se vingar da mulher que destruiu todos os seus sonhos. Ela só quer salvar o irmão e a si mesma da miséria. Os dois começam um jogo perigoso de poder e sedução. Porém, a atração que sentem um pelo outro, pode arruiná-los para sempre.

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Uau, que enredo!! A melhor trama da série até agora, desde o primeiro livro eu estava curiosa sobre o passado de Temple e seu jeito meio brutamontes, mas que sempre aparecia para ajudar os amigos. Essa série é toda ótima!! Já estou morrendo de curiosidade sobre o último livro, do misterioso Chase.

Eu li o livro todo morrendo de pena do Temple! Apesar de tudo o que ele passou e toda a injustiça, ele continua sendo um homem de ótimo coração. Ele quer se vingar de Mara, mas não consegue resistir aos seus encantos. E mesmo prometendo pôr sua vingança em curso, exibir a moça em algum grande evento para que todos saibam da farsa do passado, ele é muito cuidadoso e atencioso com ela. Já Mara é uma personagem difícil de amar no início. Por pior que fosse a sua situação, embora ela fosse uma adolescente quando fez tudo aquilo; doze anos se passaram! E ela nunca voltou para corrigir esse grande “mal-entendido” e quando volta, não é por Temple, é pelo irmão. Além disso ela continua sem contar nada e fica negociando dinheiro o tempo todo com ele, por cada encontro, por tudo, isso sim me irritou muito!

Apesar disso tudo, logo no início eu já não consegui odiar a personagem. Ela cuidava de um orfanato, cheio de crianças ilegítimas, bastardos abandonados pelos pais nobres. E aquelas crianças todas a amavam e dependiam dela. Ela queria o dinheiro para salvar o orfanato, e não pelo irmão imprestável e inconsequente. E na cabeça dela se passou tempo demais, para que voltasse para pagar pelos seus pecados. Ela se arrependia, mas contava meia verdades para ele por boa parte do livro, o que foi bastante irritante.

Depois de terminar o livro, eu vi muitas notas bem baixas no Skoob e no Goodreads, de gente falando que odiou a mocinha! Que não perdoou tudo o que ela fez com ele... E mesmo que, inicialmente, eu também tenha ficado irritada com a protagonista, ela se redimiu durante o livro. E isso me fez refletir! Romance de época geralmente tem um enredo bem clichê, mocinhas perfeitas, mocinhos terríveis que mudam e se tornam perfeitos no final do livro. E todas amamos esses “bad boys de época” que melhoram tanto e terminam apaixonados. E por que o contrário não é aceito? Por que a mocinha tendo errado no início e melhorado no final, causa tanta revolta e asco nas leitoras? Fica aí algo para pensarmos! Sinto que nós mulheres condenamos e julgamos muito fácil outras mulheres, e perdoamos fácil demais os erros dos homens. O que vocês acham?

Bom, voltando ao livro, o enredo é excelente! Tem uma cena mais dramática que mal respirei até tudo ficar bem. Adorei todos tentando defender Temple e as esposas dos livros anteriores, Philippa e Penélope, sendo as primeiras a darem uma chance para Mara. Eu amei o final, muito emocionante e romântico!! E não foi corrido, aleluia.

Amo a série e obviamente indico para todos!! Leiam!!

Adicione ao seu Skoob!

Série O clube dos canalhas da Sarah MacLean:
  1. Entre o amor e a vingança (A Rogue by any other name)
  2. Entre a culpa e o desejo (One good earl deserves a lover)
  3. Entre a ruína e a paixão (No good duke goes unpunished)
  4. Nunca julgue uma dama pela aparência (Never judge a lady by her cover)
Avaliação (1 a 5):

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