Com amor, Creekwood - Becky Albertalli

>>  quarta-feira, 29 de julho de 2020

ALBERTALLI, Becky. Com amor, Creekwood. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2020. 144 p. Titulo original: Love, Creekwood.

Comecei a acompanhar a trajetória de Simon Spier quando o livro Com amor, Simon ainda tinha um nome comprido (Simon vs. a agenda homo sapiens) e não tinha sido adaptado para o cinema ainda. Já naquela época, ele tinha se tornado um de meus personagens favoritos da literatura LGBTQIA+, e desde então vivo torcendo para que a Intrínseca anuncie alguma coisa nova sobre Simon, Bram, Leah, Abby, Nick e os demais amigos. Claro que, depois de ler Leah fora de sintonia, fiquei muito curiosa para saber o que foi feito do pessoal, porque, claro, depois do ensino médio é que a vida começa, e eu queria saber como seria essa mudança na vida desses personagens também! E eis que, depois de eu tanto dizer que nada seria lançado a respeito, Becky Albertalli nos presenteou com Com amor, Creekwood – e para mim foi impossível não ficar desesperada para ler. Ficou curioso para saber do que se trata o livro? Vem que te conto!

Depois de todo o reboliço do último ano do ensino médio, Simon, Leah, Bram, Abby, Nick, Garret e toda a galera da escola Creekwood High School estão agora na universidade. Mas, para a tristeza de todos, ou da maioria, não na MESMA universidade. Cada um foi para um canto do país, exceto Abby e Leah, que não só estão na mesma universidade, como são colegas de quarto.

Simon está na Universidade Haverford, na Pensilvânia. Bram, por sua vez, está a exatos 189,1 km de distância, na Universidade de Nova York.

Agora, eles precisam aprender a lidar com a distância, não só da família, mas também uns dos outros. Aprender a lidar com sentimentos e dores que não sabiam poder existir. É um lugar novo, com pessoas novas e completamente diferentes. Vão ter que aprender a fazer novas amizades e a manter as antigas. Tentar aprender a lidar com a convivência quase que integral com a pessoa amada, para uns, e estar a uma distância tão grande que parece impossível um relacionamento sobreviver a tanta saudade, para outros.

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O livro é narrado de forma, digamos, “epistolar”, mas em um sentido moderno da palavra, rs, já que é 100% escrito em forma de e-mails trocados pelos personagens.

Essa forma de narrativa, na minha opinião, é muito boa e muito ruim, ao mesmo tempo. É boa porque faz com que o texto flua muito mais rápido. É ruim porque não há muita profundidade nos acontecimentos. Por exemplo: em um e-mail, Simon combina como será o retorno dele à cidade natal e o reencontro com os amigos. No e-mail seguinte, Leah responde ao e-mail de Simon, ou o próprio Simon escreve outro para ela, comentando como tudo foi legal e tal. Dessa forma, o leitor é meio que deixado de fora do acontecimento – e... poxa, gostaríamos de “participar” também, certo? Mas o ponto positivo que se tira (nem todo mundo vai achar isso positivo, mas eu achei) é que nos dá ainda mais curiosidade de saber com detalhes o que aconteceu, e aí só podemos imaginar! (É, pensando bem, não é assim tão positivo. Me digam vocês!)

Fato é que é sempre muito bom reencontrar Simon e a galera toda. Não é novidade pra ninguém que acompanha minhas resenhas, e minha trajetória como leitora, que Simon é um dos meus personagens favoritos. Então, sempre que tiver a oportunidade de reencontrá-lo, não vou perder.
Foi muito bom acompanhar um pouquinho mais sobre ele (por mais que ele passe a maior parte do tempo lamentando a saudade que sente da pessoa que ama; apesar de ficar um pouco incomodada no início, tentei me colocar no lugar dele e não ficar repreendendo as lamentações do cara).

Adorei também o fato de que, apesar de tantos personagens já conhecidos, a autora ainda tenha dado um jeitinho de acrescentar um personagem novo, Kellan, colega de quarto de Simon. Ouvi falar dele só pelo que Simon contou nos e-mails e já fiquei querendo saber mais e torcendo para que tenha uma história sobre ele no futuro. (Sonhar não paga, por enquanto!)

Além disso, é sempre bom encontrar tantas referências nos livros da Becky, sejam elas literárias (Harry Potter, It de Stephen King, Edgar Alan Poe), musicais (Shawn Mendes), pop (CatDog) ou cinematográficas (Billy Elliot, Stranger Things). Não sei vocês, mas quando entendo as referências, me sinto ainda mais dentro da história!

Não posso deixar de avisar que, apesar de ser uma história contada apenas por e-mails, ela tem início, meio e fim. E, mais uma vez, um final de deixar o coração quentinho e os olhos úmidos.

Indico para todos, sobretudo os que já amam as histórias sobre Simon e seus amigos, e para quem adora um romance de deixar o coração quentinho! Não indico para quem não leu nenhum dos livros anteriores, vocês vão boiar com certeza. Mas, para quem leu, é como eu disse: vai ser ótimo matar a saudade e (quem sabe?!) responder aquela pergunta que, pelo menos eu, fico me fazendo quando termino um livro e gosto muito dos personagens: “O que será que eles estão fazendo agora que se formaram?”. Ler este livro é um ótimo jeito de descobrir!

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Série Simonverse da Becky Albertalli
  1. Com amor, Simon (Love, Simon)
  2. Os 27 crushes de Molly (The upside of unrequited)
  3. Leah, fora de sintonia (Leah on offbeat)
3.5 Com amor, Creekwood (Love, Creekwood)

Avaliação (1 a 5): 







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