Viagem Literária: A prometida

CASS, Kiera. A prometida. São Paulo: Editora Seguinte, 2020. 344 p. Título original: The betrothed.

Eu não sei você, mas eu faço parte do time que adorou a série A seleção. Torci por América e ficava agoniada quando ela passava por situações difíceis e ruins, e ficava feliz quando algo de bom lhe acontecia. E foi com um misto de alegria e medo que recebi a notícia da adaptação feita pela Netflix (finalmente!). Então, não foi com pouca curiosidade que recebi o primeiro livro da nova série da autora para ler. E também não foi com pouco medo, rs. Finalizada a leitura do primeiro livro da série, conto para vocês o que achei de A prometida.

Hollis Brite é uma jovem garota de uma família nobre de um reino chamado Coroa e está prestes a cair nas garras do rei Jameson. Vez ou outra, o rei escolhe determinada moça do reino para lhe fazer companhia, e todas criam expectativas de que se tornarão a próxima rainha de Coroa e, quem sabe um dia, uma lenda, como as rainhas anteriores, de certa forma, se tornaram.

É claro que é uma alegria imensa para as demais candidatas quando o rei deixa a moça da vez de lado e convida outra para lhe fazer companhia.

Agora é a vez de Hollis, e ela e sua amiga Delia Grace estão radiantes. O rei a convida para todos os passeios, para eventos importantes em seu castelo. Ela está mais próxima do que nunca de receber o convite oficial.

Até que, um dia, uma família do reino vizinho, Isolte, pede asilo em Coroa e, pela primeira vez, Jameson pede que Hollis decida se a família deve ou não ficar. Seria uma decisão simples e rápida, não fosse o fato de a moça ter se perdido nos olhos azuis do filho mais velho dessa família, Silas, e de ter simplesmente se esquecido de respirar.

Agora, com a sombra de Silas, o jovem rapaz de olhos profundos, e cada vez mais envolta nas relações e decisões do reino, Hollis começa a se perguntar se quer mesmo passar a vida toda ao lado do rei ou se quer ser feliz do próprio jeito e ao lado de outra pessoa.

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Tenho certeza que você ficou muito encantado(a) com a premissa da história e ficou louco(a) de curiosidade para ler, certo? Então vá fundo, leia e me conte se, assim como eu, você terminou a leitura completamente frustrado(a) – se bem que, logo na metade da história, eu já estava acometida por essa sensação.

Hollis é uma boa protagonista, com menos rompantes de infantilidade do que eu esperava, o que é positivo. Delia Grace se mostra uma ótima amiga, até determinado ponto, e é melhor eu não me estender nesse ponto para que não haja spoiler.

O rei Jameson é um rei bom até demais para o bem dele e do reino. Pensei que fosse ter mais empatia por ele, mas não foi tanta quanto a que tive pela família Eastoffe, sobretudo pelo jovem Silas, que não encanta apenas a jovem Hollis.

De repente, ele se tornou meu personagem favorito e eu queria mesmo que Hollis largasse tudo e os dois fossem ser muito felizes.

Quero deixar bem claro que sei que esse não é o único livro e que eu não poderia esperar que tudo fosse resolvido apenas neste volume. O final não é o problema, isso eu garanto.

O problema é que tudo é muito raso e acontece muito rápido. Os dilemas e confrontos são resolvidos em um estalar de dedos, de modo que o leitor mal tem tempo de ter expectativa, de ficar ansioso pelo que está por vir. Isso é muito frustrante, pelo menos para mim.

A única coisa que eu pensava era que tudo estava dando certo demais e acontecendo rápido demais, e que com certeza alguma coisa grave ia acontecer. E quando acontece, senhoras e senhores, é de arrancar o coração do peito.

De certa forma, esse acontecimento salvou um pouco a história e foi o que me fez ansiar pelo próximo livro, porque eu sou daquelas que, se iniciam uma série, têm que terminar.

Então, vamos torcer para que o segundo livro não seja tão corrido e que tudo termine bem!

Mas, antes de ir, tenho que deixar claro que apesar do ponto negativo acima, a escrita da autora segue fluida e muito fácil de ler, rapidinho eu estava entrando na reta final da história e com o coração na mão para o que aconteceria a seguir. Contraditório? Talvez, mas é assim também a vida de quem lê, certo? Quem ler este livro, vai entender o que digo.

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Série The betrothed - Kiera Cass