Semana especial - #ClássicosIntrínseca - Me chame pelo seu nome: Frases e trechos inesquecíveis

>>  quinta-feira, 9 de abril de 2020

 Nos livros que amamos sempre é possível encontrar trechos ou simples frases que nos encantam e nos tocam de maneira profunda e irreversível, não é mesmo? Algumas levamos para a vida. Aquela frase, aquele trecho que, vira-e-mexe, tentamos relembrar, que nos faz voltar à estante à procura do livro e daquele pedacinho específico.

Em Me chame pelo seu nome há vários desses trechos que fiz questão, inclusive, de marcar com post-its para facilitar a procura quando bater aquela vontade de reler (é verdade, o vídeo abaixo é do meu exemplar e não me deixa mentir).




Mas chega de bancar a egoísta. Compartilho com vocês alguns desses trechinhos que tanto acalentaram meu coração e contribuíram fortemente para que este se tornasse um livro inesquecível (dentre tantos e tantos outros) da Editora Intrínseca no meu coração (e na minha estante, claro!).


"- Elio.
 -Oi.
 - O que você está fazendo?
 - Lendo.
 - Não está, não.
 - Pensando, então.
 - Em quê?
 Eu morria de vontade de contar.
 - É pessoal – respondia.
 - Então você não vai me contar?
 - Então eu não vou contar.
 - Então você não vai me contar – repetia ele, pensativo. – P. 37




“Olhei para ele como se estivesse devolvendo o desafio.

 - O que você está insinuando?

- Eu sei que você gosta dela.

- Você não faz a menor ideia do que eu gosto – rebati. – A menor ideia.” – P. 67




 
“- Eu gosto da forma como vê diz as coisas. Por que você sempre se diminui?

                                                         Dei de ombros. Oliver estava me criticando por eu me criticar?

                                     - Não sei. Para que você não faça isso, talvez.” – P. 93





 "Dobrei o pedaço de papel e passei por debaixo da porta dele com a apreensão resignada de César atravessando o Rubicão, sabendo que não tinha mais como voltar atrás." P. 140

"Quando voltei para o meu quarto para pegar meus livros, vi o mesmo pedaço de papel dobrado em cima da minha mesa. (...) Muito provavelmente ele tinha devolvido sem acrescentar nada, como se dissesse Encontrei isso no chão. Deve ser seu. Até depois. Ou poderia ter um significado muito mais brusco: sem resposta". 
 
                                  "foi o que ele acrescentou embaixo das minhas palavras". P. 141.




              "- Na verdade, não sei o que sinto. Nem acho que sinta alguma coisa.

              Falar de modo abstrato era o único jeito de falar a verdade para ele. 

              - Não tenha medo. Virá. Pelo menos eu espero que venha. E quando  você menos espera. A natureza sabe como encontrar nossos pontos mais fracos. Apenas se lembre: estou aqui. Agora talvez você não queira sentir nada. Talvez você nunca tenha desejado sentir nada. E talvez não seja comigo que você vai querer falar sobre essas coisas. Mas você sentiu algo, sim.

            Olhei para ele. Era o momento de mentir e dizer que estava completamente enganado. Eu estava prestes a fazer isso.

           -Olha só. Vocês tinham uma bela amizade. Talvez mais do que amizade. E invejo vocês. No meu lugar, muitos pais esperariam que a coisa simplesmente sumisse, ou rezariam para que seus filhos se reerguessem logo. Mas eu não sou um desses pais. No seu lugar, se houver dor, cuide dela, e se houver uma chama, não a apague, não seja bruto com ela. Arrancamos tanto de nós mesmos para nos curarmos das coisas mais rápido do que deveríamos, que declaramos falência antes mesmo dos trinta e temos menos a oferecer a cada vez que iniciamos algo com alguém novo. A abstinência pode ser uma coisa terrível quando não nos deixa dormir a noite, e ver que as pessoas nos esqueceram antes do que gostaríamos de ser esquecidos não é uma sensação melhor. Mas não sentir nada para não sentir alguma coisa... que desperdício!” – Pág. 258





Como vocês podem ver no pequeno vídeo acima, são tantos post-its, que corria o sério risco de eu transcrever o livro todo nesta postagem. Para evitar isso, encerro com um pequenino trecho da conversa de pai para filho mais sensata e linda da vida, na esperança de que, enfim, você tenha se decidido por fazer esta leitura, e que, finalmente, esta história possa se tornar, sim, um verdadeiro Clássico Intrínseca!

 

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