Viagem Literária: O último suspiro

BRYNDZA, Robert. O último suspiro. Belo Horizonte: Editora Gutenberg, 2018. 304p. (Erika Foster, v.4). Título original: Last breath.

"Ela tinha sido tão bonita, inclusive no fim, apenas algumas horas antes, quando chorava e implorava, com o cabelo oleoso e as roupas imundas. Agora não passava de uma coisa molenga. Seu corpo não era mais necessário, nem para ela nem para ele." p.10

Estou feliz que tenho conseguido encaixar vários livros meus na meta de leitura, e escolhi mais um da série policial Erika Foster. Chegamos agora ao quarto volume da série com O último suspiro do Robert Bryndza.

A Detetive Inspetora Erika Foster, 44 anos, continua trabalhando com serviços administrativos e louca para voltar para o setor de homicídios. Ela sabe que errou ao bater de frente com seu novo chefe, Sparks, mas não costuma dar o braço a torcer. Enquanto morre de tédio no serviço burocrático, ela começa um relacionamento com Peterson. E é assim que ela vai parar em mais uma cena de homicídio, só para acompanha-lo ao local.

A vítima em questão é uma jovem encontrada em uma lixeira. Lacey Greene tinha apenas 22 anos. Seu corpo foi torturado, ela foi abusada, espancada e brutalmente assassinada. Erika começa a sondar e a se meter na investigação, só que mais uma vez, o caso não é dela. Quando a detetive responsável prende um mafioso local pelo crime, ela sabe que ela está errada. Erika descobre uma outra vítima com o mesmo modus operandi e tem a certeza de que o perfil psicopatológico do assassino não bate com o bandido que foi preso.

Ela fará de tudo para assumir a investigação. E uma vez no caso, precisa achar um assassino que usa as redes sociais para selecionar suas vítimas, para construir o seu perfil, e para matar.

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Hoje tenho certeza de que vou bater de frente com os fãs dessa série! Eu estou adorando a série, mas ao contrário de muitos leitores, achei esse livro o mais fraco entre os quatro primeiros. E percebam que eu disse fraco, não pouco interessante. O enredo é ótimo, mas o desenvolvimento deixou a desejar.

Começando pelos personagens, a Erika me irrita um pouco com o seu pavio curto. Ainda bem que ela parou com as bebedeiras, mas o fato dela xingar todos os superiores e com isso acabar rebaixada de cargo já deu. Pelo jeito a partir do próximo livro isso acaba, espero que continue assim. Estou curtindo uma Erika mais madura, tentando retomar a vida e abrindo seu coração para um novo relacionamento. Eu adoro os outros personagens! Moss, Peterson e Isaac são ótimos amigos e conselheiros para ela.

Esse é um daqueles policiais onde o serial killer narra boa parte do livro. E logo de cara já sabemos quem é ele, o que ele faz e etc. Para mim isso tira boa parte da graça do livro, que é tentar descobrir o “quem matou” junto com o detetive. De interessante nisso, foi acompanhar o assassino nojento e sua mente deturpada. Dessa forma conseguimos acompanhar melhor suas motivações e tentar entender um pouco a loucura toda. E nesse ponto o autor cumpriu bem o papel, o personagem era de dar arrepios, completamente detestável.

Mas uma vez temos um policial que aborda o perigo da Internet atualmente, algo que tenho visto em vários livros do gênero. As pessoas postam tudo na Internet!! Elas não percebem que com isso uma pessoa pode descobrir tudo sobre ela. Onde mora, onde trabalha, seus relacionamentos, suas preferências, absolutamente tudo. O assassino escolhe sua vítima e descobre tudo sobre ela pelas redes sociais. E depois constrói um perfil falso para ele em alguns meses. Fotos falsas de um homem bonito e interessante, rico e solteiro. Amigos em comum, tudo. Por último ele faz contato através do Facebook ou algum site de relacionamentos, e algumas semanas depois está pronto para conhecer pessoalmente sua vítima em um tão esperado primeiro (e único) encontro.

Dito isso, meu problema foi que o livro foi mal desenvolvido e muito corrido. Trezentas páginas são muito pouco para contar tudo isso e construir uma história de investigação crível. A polícia parecia perdida na investigação e me irritou muito todos os erros que Erika cometeu, coisa de principiante. O assassino estava longe de ser muito inteligente, e continuava escapando ileso por pura sorte. Em uma cena uma testemunha dá uma descrição completa do assassino, falam que ele é baixinho, gordinho, com cara de nerd, etc. Logo depois Erika arruma uma corrida louca para prender um cara alto, magro, negro. E ela nem interroga o cara após a prisão, manda outros prenderem e segue em frente. Na parte onde investigam a empresa onde uma das vítimas trabalharam também foi muita lambança. Não engoli isso, o final foi muito corrido. Do nada o assassino está cheio de pústulas de herpes no corpo e na cara toda. Não faz sentido como não tinha antes, ou como certa vítima ficou próxima dele mesmo assim.

Enfim, eu curti a leitura, mas não me convenci com os desdobramentos. Esse realmente não foi meu favorito da série, mas indico muito a série como um todo, para quem curte esse estilo, mas principalmente para quem está começando a ler policiais. São livros ágeis, mais simples e de rápida leitura. Leiam!

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Série Erika Foster do Robert Bryndza: