Uma sombra do passado - Nora Roberts
>> segunda-feira, 2 de setembro de 2019
ROBERTS, Nora. Uma sombra do passado. Rio de Janeiro: Editora Bertrand,
2019. 462p. Título original: The search.
“De algum jeito, tinha arrumado um cachorro e uma namorada,
mesmo sem querer nada disso. E, agora, não conseguia imaginar seus dias e suas
noites sem os dois. ” p. 219
Eu geralmente gosto
muito dos livros da Nora
Roberts, minha favorita é a série Mortal, que ela escreve sob pseudônimo, mas
eu também adoro os romances, principalmente esses suspenses românticos. Confira
o que achei do seu novo livro por aqui, Uma
sombra do passado.
Fiona Bristow, 29, reconstruiu sua vida em uma pequena ilha do pacífico. A ilha
Orcas, no arquipélago de San Juan era o paraíso para se viver. Calma, com montanhas
e praias, destino de muitos turistas. Lá ela tinha uma empresa de adestramento
e era voluntária na unidade canina de busca e resgate. Fiona morava sozinha em
um pequeno chalé, mas tinha ao lado seus três inseparáveis labradores: Peck, Newman e Bogart.
No passado, ela
havia sobrevivido ao impensável. Foi a única vítima a escapar do serial killer
que ficou conhecido como “o assassino a echarpe vermelha”, ela o feriu e fugiu,
e forneceu pistas para ajudar o FBI a encontra-lo. Para se vingar, o assassino
voltou e matou seu noivo, Greg, e o
cachorro dele. Foi preso em seguida, e encontra-se em prisão perpétua desde então.
Ela se mudou, se fortaleceu, os cachorros eram sua alegria e sua proteção. Fiona
era cuidadosa, sabia o que uma mera distração podia causar.
Simon Dolye, 32, é um marceneiro escultor, seus móveis são obras de arte que já
ganharam fama e encantam os clientes. Um homem fechado e solitário, que se
mudou para a ilha em busca de sossego. Ele conhece Fiona porque está desesperado, em busca de ajuda com seu cão. Tubarão é um filhote de labrador que ele ganhou da mãe, que não
aceitou muito bem o isolamento do filho. O filhote come tudo, late o tempo
todo, enfim, inferniza sua vida tranquila. Ele só quer dar um jeito no cão, mas
acaba se aproximando de Fiona no processo.
O FBI está de
volta. Uma nova onda de assassinatos começou, duas mulheres foram mortas
exatamente da mesma forma de antes. Porém o assassino está preso, então eles
estão buscando por um imitador, que de alguma forma teve contato com ele. E
Fiona foi a única que escapou, o que a torna automaticamente num alvo. Ela se protege, está segura, e dessa vez, afirma estar pronta para ele.
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Eu tenho uma relação de amor e ódio com a Nora
Roberts rs. Por um lado, eu adoro os personagens, o romance, acabo me
encantando pelo cenário e pela trama. Por outro, quase sempre, acho a narrativa
artificial, os diálogos são todos formatadinhos, falta algo para deixá-los mais
reais. É tudo muito clichê, muito estereotipado, os diálogos truncados parecem
escritos por robôs. O suspense é bem preguiçoso.
Por isso e pelo seu ritmo acelerado de
publicação, muitos dizem que a Nora usa ghostwriters
para escrever. A autora negou essa acusação, como vocês podem ver nesse post
no site da Record. Verdade ou mentira, o que sei é que seus romances bem
mais antigos fluem bem melhor.
Peck, Newman e Bogart |
Apesar de tudo o que eu disse acima, eu
adorei! Eu enxergo os defeitos todos como vocês perceberam, mas gente, eram
quatro cachorros que praticamente são protagonistas do livro, QUATRO! Eu estava
encantada com tantos dogs fofos, treinados, só faltava eles falarem. E são
inúmeras cenas que envolvem os cachorros da Fiona, o cachorro do Simon e todos
os outros cachorros que treinam lá ou participam dos resgates. O livro já
começa com a busca por um garotinho de três anos, que se perdeu na floresta, em
poucas páginas eu já estava emocionada, chorando. Mas confesso que, até eu que
amo pets, cansei de tanta informação sobre adestramento, busca usando cachorros
e tudo o mais sobre os cuidados caninos, foi uma aula. Quem não gosta do
assunto, imagino que não curtiria tanto o livro.
Mas, mesmo para os não tão fãs de pets fofinhos
(não entendo isso kk), o mocinho é um prazer a parte na leitura. Simon é um
cara másculo, de uma beleza arrasadora e com um jeito de ogro. Mas um ogro fofo! Suas
tentativas de espantar a Fiona são hilárias. Ele tem zero romantismo e fala
tudo o que pensa. Mas acaba agindo de forma fofa e protetora, um contraste com
tudo o que ele fala. Ele dizia coisas como “você nem é bonita, não sei o que me
atraí por você”, que daria vontade de socar qualquer homem, mas só me faziam rir. E
o fato dele se irritar com o seu filhote, mas mesmo assim, fazer tudo pelo cachorro,
me conquistou de vez.
Fiona é bem legal. Forte, decidida, firme em
sua profissão e em suas atitudes. Perfeitinha demais, como todas as mocinhas da
Nora, sempre muito madura, muito forte e inteligente e tal... Mesmo assim, foi impossível não
gostar dela e não se compadecer por tudo que ela passou no passado, e agora
precisa enfrentar de novo.
O suspense é fraco, bem preguiçoso. A Fiona
conhece o Simon, páginas depois descarrega em uma conversa a história toda do
que aconteceu no passado (quem faz isso com um quase estranho?), o serial
killer narra uns capítulos e já conta tudo o que fez e o que pretende fazer
agora, e é isso. Você passa o livro esperando ele aparecer e tentar matar a
Fiona, já imaginando que vão acabar com a raça dele. Não tem assassino
desconhecido nem nada. E fora os discursos da Fiona, parecendo mais uma
especialista do FBI do que uma adestradora de cães. Ela deixa o FBI no chinelo
nas suas longas análises montando o perfil do assassino, a vitimologia, tudo.
Seja “menas” rs.
Obviamente eu queria um epílogo dos dois, porque
é muita fofura reunida. Mas termina bem, com alguma ação e muita emoção.
Eu terminei o livro suspirando... por um
cachorro! Eu queria tanto ter um aiai. Saudade duplicada do Toby :(. Mas enfim,
eu adorei e indico para quem curte esse estilo. Quem leu me conta se curtiu também?
Comenta aí gente, não custa nada rs. Leiam!!
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Avaliação (1 a 5):