A corrente - Adrian McKinty
>> segunda-feira, 23 de setembro de 2019
MCKINTY,
Adrian. A corrente. Rio de Janeiro:
Editora Record, 2019. 378p. Título original: The Chain.
“ – Você tem
que se lembrar de duas coisas – diz uma voz distorcida eletronicamente. –
Número um: você não é a primeira e certamente não será a última. Número dois:
lembre-se, não é pelo dinheiro. É pela Corrente.” p.16
Esse
foi um dos thrillers mais divulgados por aqui esse ano. Fora a divulgação da
Editora bem interessante, ainda conta com uma lista de autores consagrados
enchendo a contracapa de elogios. E eu estava como? Estava louca para ler e com
as expectativas nas alturas! Hoje conto para vocês o que achei de A corrente do Adrian McKinty.
Sobrevivente.
Rachel Klein superou o divórcio,
venceu um câncer e estava perto de começar um novo emprego como professora de
filosofia. Estava bastante preocupada, porque sua médica analisou seus exames e
marcou uma consulta de urgência. Ela se dirigia para lá, achando que isso era a
pior coisa que poderia lhe acontecer. Ledo engano...
Kylie Klein, 13 anos, estava
esperando o ônibus escolar quando foi sequestrada. Não deu tempo de correr, não
deu tempo de pensar, uma arma, um homem, e de repente ela estava presa em um carro.
Uma mulher assustadora avisa para ela ficar quieta, só sua mãe poderá salvá-la.
Vítima.
Rachel recebe uma ligação, a pior ligação de sua vida. Uma mulher avisa que sua
filha foi sequestrada e que, se ela não fizer exatamente o que lhe foi ordenado,
sem chamar a polícia, sua filha morre. Simples assim, a mulher promete. Se você
fizer qualquer coisa errada, eu mato sua filha e começo de novo, eles estão com
meu filho, é pela corrente. Primeiro você transfere 25 mil dólares...
Sequestrador.
Depois você sequestra uma criança. É isso mesmo, para você ter sua filha de
volta você precisa sequestrar o filho de alguém. A mãe dessa criança precisa
sequestrar outra, e só então sua filha é libertada. E você não fala sobre isso
para ninguém, você segue as regras e obedece, ou sua filha morre. E é assim que
Raquel, uma mulher comum, se torna uma mulher capaz de qualquer coisa.
Criminoso.
Você se torna um sequestrador para ter seu filho de volta. Se mesmo depois de
recuperar o filho, a pessoa contar para a polícia, a represaria é grande. Uma
família inteira assassinada, a Corrente protege a Corrente. Qualquer membro
pode ser ativado novamente, para resolver algum problema. Obedeça, se quer
continuar vivo, se ama sua família.
Eles
acreditam que qualquer um é capaz de fazer qualquer coisa pelos filhos. Que o
medo mantém todos na linha. Mas o que acontece quando alguém tenta quebrar a
Corrente?
~~~~~~~~~~
Uma premissa dessa bicho... O enredo desse livro é
incrível! A ideia é excelente e muito interessante. Lembram daquelas correntes
que rolavam muito antigamente? De cartas, de e-mail “se você não fizer isso vai
ter 7 anos de azar”. Aqui isso toma proporções inimagináveis. São mães, pessoas
comuns, que de repente estão comprando armas, cordas, procurando um local
isolado para manter uma criança refém. Pesquisando perfis, selecionando vítimas,
cometendo crimes.
E
o leitor ali agoniado, devorando cada palavra. Você torce muito pela coitada da
Rachel e por Kylie, para que dê tudo certo e ela volte para casa. Mas isso
significa torcer para que a Rachel consiga realmente sequestrar uma criança,
deixando mais um casal desesperado. Você fica ali pilhado, torcendo, e só
depois pensa... “tadinha da menina! ”. A gente realmente não sabe até que ponto
uma pessoa pode ir, por um filho, por amor.
Eu
comecei alucinada, mas já tinha medo dos desdobramentos, no meu histórico do
livro no Skoob, escrevi assim logo no início do livro: “Gente, que livro louco!!! Que o santo dos bons livros proteja para que
não caguem tudo no final, porque prevejo um nota 5!!!”. Porque a ideia é
original, é diferente e interessante, mas daí conseguir desenvolver e fechar
isso bem é outra história. E aí? E aí caros leitores, foi um balde de água fria!
Pois
é, acabei me decepcionando com o desenrolar da história e principalmente com a
conclusão. De repente fica mais lento, o ritmo cai muito e começa a ficar sem
graça. A narrativa é bem simplória, isso eu achei desde o início, mas o ritmo
louco fazia com que eu nem reparasse. Mas é como se a linguagem fosse de um
jovem adulto, sei lá, bem thriller para iniciante.
Mas
ok, se fosse só isso, o problema realmente foi que a conclusão foi muito aquém
do esperado. Tive toda aquela expectativa com o grande cérebro por trás da Corrente, imaginei um grupo
forte e muito inteligente... para depois pensar, ah era só isso? E aí o
autor joga um monte de informação entediante sobre matemática, informática e
sistema de rastreamento. E de repente, por coincidência, está todo mundo no
mesmo lugar e tudo se resolve. E fim. Sério gente? Acho que ele queria publicar
logo e terminou de qualquer jeito, não tem explicação.
Para
mim foi uma ideia “foda”, mas muito mal executada. Ficou simplório, ficou
corrido. E aí você pega um livro cheio de elogio do Stephen King, da Tana French e
vários outros autores de suspense, e obviamente, a gente espera mais.
Mas
calma lá, se você não é um leitor assíduo de thrillers e suspense, se esse não é um
estilo que você costuma ler, provavelmente vai amar. Leitores mais maduros no
gênero, com certeza irão esperar mais e se decepcionar.
Deixando
de lado o meu problema com a parte final
do livro, foi uma leitura rápida e que eu gostei muito. Ótimos personagens,
trama intrigante, impossível não gostar de Rachel, Kylie, Pete e não torcer por
eles. E claro, depois disso tudo você pensa em todos os pais que conhecem e
fica pensando. Até onde eles iriam pelos seus filhos? Até onde você iria??!
Se eu indico? Ah eu indico sim! Eu curti, vale a leitura. Só não é essa Coca-Cola
toda, não é a última bolacha do pacote, nem a.... ah vocês já entenderam.
Leiam, mais com moderação!
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Avaliação
(1 a 5): 3.5
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