E se fosse a gente? - Becky Albertalli & Adam Silvera
>> quarta-feira, 31 de julho de 2019
ALBERTALLI,
Becky. SILVERA, Adam. E se fosse a
gente? Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2019. 352p. Título original:
What if it’s us.
Com
amor, Simon é dos livros LGBTQ+ que mais curti em todos os tempos. Todos os
livros de Becky Albertalli lançados em seguida eu tive que ler também, tão
apaixonada que fiquei com a escrita da autora. E, assim, minha ordem de
preferência pelos livros dela sempre foi a seguinte: Com amor, Simon; Os 27
crushes de Molly e Leah fora de sintonia. Quando E se fosse a gente foi lançado, de uma coisa eu tinha certeza: ia
adorar a história, ainda que não tivesse lido nada do Adam Silvera. Só restava
saber em que lugar no meu ranking de preferência o livro ficaria, rs. Querem
saber? Eu conto para vocês.
Arthur
é um rapaz de 17 anos, filho único, apaixonado por musicais da Broadway, em
especial Dear Evan Hansen e Hamilton. Ele tem dois melhores amigos, Ethan e
Jessie, e está morrendo de saudade deles, porque está passando as férias de
verão em Nova York, enquanto a mãe trabalha na sede do escritório de advocacia
para o qual trabalha. Para auxiliar em suas notas e atividades, exigidas para
entrar para a tão sonhada universidade de Yale, Arthur resolve estagiar no
escritório em que a mãe trabalha, uma ótima oportunidade para ganhar uma
graninha. O estágio se resume basicamente a tirar cópias e comprar café e
lanche para o pessoal do escritório. Mas... pagando bem... E foi durante um dos
“passeios” para compra de café que Arthur, que nunca namorou nem beijou alguém,
conhece o que pode ser o amor de sua vida.
Ben
está no terceiro ano do ensino médio, não é muito inteligente e acabou de
terminar um namoro. Hudson, seu ex-namorado, não foi uma pessoa muito legal em
relação a incentivar Ben a se dedicar mais aos estudos, de modo que agora estão
os três (incluindo Harriett, amiga deles) de recuperação. Harriett namorava,
até pouco tempo atrás, o melhor amigo de Ben, Dylan. Contudo, aparentemente esse
grupo de amigos não nasceu para ser mais do que isso. Ben está preocupado,
pensando como vai lidar com a presença de seu ex, Hudson, ao longo de todo o
verão, já que terão que frequentar a mesma sala durante a recuperação. O
primeiro passo então, para que tudo fique às claras entre os dois e para seguir
em frente, é Ben devolver para Hudson tudo aquilo que ganhou de presente dele ao
longo do namoro. Mas, para decepção de Ben, Hudson não comparece ao primeiro
dia de recuperação. Para não ter que voltar para casa com aquele “peso”, ele
decide enviar pelo correio aquela que ele passa a chamar de “Caixa do término”.
E é no caminho para lá que ele conhece o garoto que vai mudar o seu conceito
sobre relacionamentos.
________
Como
eu torci por esses dois! Dois rapazes completamente diferentes, mas que eu
shippei desde o início. Com a personalidade de Arthur me identifiquei um pouco
mais, principalmente com a sua empolgação excessiva em relação às coisas que
ama. Ben é um pouco mais introvertido e, me arrisco a dizer, um pouco egoísta,
de modo que, apesar de ter curtido muito o personagem, ainda assim Arthur
ganhou um espacinho maior no meu coração.
O
livro é narrado alternadamente por Arthur e Ben. Becky Albertalli escreve sobre
Arthur, Adam Silvera sobre Ben. Confesso que fico muito receosa quando o livro
é de autoria compartilhada, medo de que durante a leitura aconteça algum
descompasso entre os autores e a história tenha furos, seja repetitiva ou tenha
informação de menos ou a mais. Mas, no caso deste livro, não resta a menor dúvida
de que essa coautoria contribuiu para marcar a diferença brutal entre os
protagonistas. Foi impossível confundi-los.
As
referências feitas neste livro, sobretudo a Harry Potter, me fizeram curtir
ainda mais a leitura, afinal nada melhor do que entender a referência, certo?
Rs... Porém, o que mais me animou foi a paixão de Arthur por Dear Evan Hansen,
cuja história conheci há pouco tempo, e por Hamilton. Eu nunca tinha ouvido
falar sobre esse último musical, mas Arthur fala tanto sobre ele que tive que
pesquisar a respeito e achei no YouTube o áudio completo e as letras traduzidas
(afinal, eu não sei inglês). Ouvi tudo e adorei!
Inclusive,
o título do livro é um trecho da música Only us, do musical Dear Evan Hansen,
que, como eu disse, é um dos favoritos de Arthur.
Resumindo,
a leitura é muito rápida, fluida. Além disso, o livro é engraçado, as tiradas
são inteligentes. É muito empolgante!
Contudo,
o epílogo matou qualquer sonho que eu tinha de dar cinco estrelas. Em relação
ao contexto, o final ficou muito aquém do restante da história. Fui induzida a
acreditar que tudo aconteceria de uma forma, mas quanto mais caminhava para as
últimas páginas, percebia que não seria como eu esperava. A não ser que os
autores deem seguimento à história, sinto dizer que o final decepcionou.
Mas,
por favor, não desanimem de ler. O livro é sensacional de uma forma geral e
merece e deve ser lido!
Ah!
Não poderia partir sem dizer que, mesmo sem amar o final, atualmente, E
se fosse a gente? ocupa a segunda posição na minha preferência dentre os livros
da Becky! J
E é isso!
Avaliação
(1 a 5):
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