Daisy Jones & The Six: Uma história de amor e música - Taylor Jenkins Reid

>>  sexta-feira, 26 de julho de 2019


REID, Taylor Jenkins. Daisy Jones & The Six: Uma história de amor e música. São Paulo: Editora Paralela, 2019. 360 p. Título original: Daisy Jones & The Six.


Zapeando canais ou até mesmo de propósito, você possivelmente já assistiu, em algum canal por aí, um documentário sobre algum artista ou banda famosa de décadas atrás, com aquele cenário com uma cadeira onde pessoas que fizeram parte da banda ou tiveram alguma participação/envolvimento com a história do artista/grupo ficam sentadas, contando/relembrando a época de sucesso da banda, certo? Pois é exatamente assim que você pode imaginar o cenário do livro Daisy Jones & The Six. E enquanto você imagina isso, eu conto para vocês como foi conhecer a história dessa banda.

Billy e Graham Dunne são dois irmãos que foram abandonados pelo pai quando crianças e criados apenas pela mãe. A única coisa importante e útil que o pai deixou  para trás foi uma guitarra que Billy e Graham aprenderam a tocar sozinhos. Ao longo dos anos, eles foram se tornando melhores nos instrumentos que tocavam, imaginaram como seria ter uma banda, montaram uma e passaram a se apresentar como Dunne Brothers. Contudo, a banda foi crescendo e ficando cada vez mais conhecida. Foi ganhando cada vez mais integrantes, até que se tornou impossível continuar simplesmente se chamando Dunne Brothers. Foi então que passaram a se chamar The Six.

Daisy Jones é filha única, rica e tem tudo na vida, exceto a atenção dos pais. Por causa disso, teve que crescer sozinha e aprender a se virar. Desde cedo se enveredou por caminhos obscuros e perigosos, como o mundo das bebidas e das drogas, mas nunca se importou com isso. Desde cedo também compunha músicas e sonhava viver disso. Não precisava aparecer no palco, só queria que suas músicas fossem gravadas. Um dia, sua voz foi descoberta e Daisy gravou seu primeiro disco. Não ficou satisfeita com isso, já que as músicas que gravou não eram suas. Ela queria mais, queria ser reconhecida pelo que escrevia.

Um dia, durante a gravação do segundo CD do The Six, o produtor da banda concluiu que uma das músicas escritas por Billy tinha que ser gravada em dupla com uma voz feminina. Billy não curtiu a ideia no início, mas acabou cedendo. O estúdio tinha a cantora perfeita para a música. E foi aí que Daisy Jones entrou para a história do The Six e a banda se tornou Daisy Jones & The Six.

Mas, uma dúvida pairava no ar. Até onde iria essa parceria?

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Como eu disse no início, o livro é integralmente um documentário escrito, em forma de entrevista. Foram entrevistados todos aqueles que de alguma forma se envolveram com o trabalho da banda.

Uma coisa interessante sobre o livro é que a banda é fictícia, e no início fiquei com receio de não comprar a ideia da forma como a história é contada e acabar não desenvolvendo a leitura. Esse medo sumiu cerca de 3 capítulos depois de iniciada a leitura e tive que me forçar a lembrar que a banda efetivamente não existia, de tão real que parecia.

Foi muito legal acompanhar a história da banda, quando ainda era uma ideia na cabeça de Billy e Graham, sua evolução e o estouro nas paradas de sucesso, o que a fez se tornar uma banda internacional. Fiquei ansiosa pela parte em que Daisy entraria para o grupo e me peguei sorrindo várias vezes, empolgada com a empolgação dos integrantes e com o amor que eles sentiam pelo que faziam.

Claro que tem sempre um chato, como Eddie, o guitarrista base, sempre se achando o excluído de tudo. Mas me apaixonei pelo restante da banda. Queria ser amiga de Karen, a tecladista. Warren só pensa em mulher e sexo. Graham só pensa em uma mulher específica (que vocês descobrirão ao longo do livro). Billy é um cara complexo e luta diariamente para não voltar a ser um bêbado drogado e estragar seu casamento com Camila, que é uma esposa até compreensiva demais na minha opinião, mas gostei dela.

No início, Daisy não me provocou muita empatia. Achei ela muito mimada e louca demais com todas aquelas drogas. Billy, por outro lado, me conquistou desde o início, apesar de ter errado um bocado no começo da história.

Obviamente, tanto Daisy quanto Billy são o foco central da história. Ainda que Billy fosse casado, a tensão entre ele e Daisy é tão forte que chega a ser quase palpável.

Fica óbvio também que o livro vai trazer a trajetória da banda do início ao fim, já que a entrevista se passa décadas e décadas depois (a banda estourou na década de 70/80 e a entrevista se passa em 2012). Deste modo, tudo segue uma linearidade que poderia parecer previsível e estragar a graça da coisa. Mas não estraga nada, uma vez que apenas com a leitura poderá o leitor descobrir o que levou a banda ao sucesso e ao declínio.

E eu fiquei completamente apaixonada pela banda. Eu, que sou fã de rock, já amei de cara a ideia/conceito da banda. Se existisse de verdade, eu com certeza ia querer ir no show (se eles viessem ao Brasil, claro!). Teria blusinhas com capa de CD (rs), ouviria as músicas. Quem dera se as músicas estivessem disponíveis para ouvir, como em Talvez um dia, da Coleen Hoover (quem já leu vai entender).

Indico para fãs e não fãs de rock, para quem curte livro biográfico, ainda que seja uma biografia de banda fictícia, e para quem curte livros, ainda mais os legais.


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