36 perguntas que mudaram o que sinto por você - Vicki Grant

>>  quarta-feira, 10 de julho de 2019


GRANT, Vicki. 36 perguntas que mudaram o que sinto por você. Rio de Janeiro: Editora Galera Record, 2019. 248 p. Título original: 36 questions that changed my mind about you.


Não adianta. Já tentei não ter grandes expectativas quando vou iniciar uma leitura cujo livro tenha o título “engraçado/grande demais/diferentão”. No caso de 36 perguntas que mudaram o que sinto por você, à primeira vista a expectativa não foi nada boa, porque pude jurar que se tratava de um livro de autoajuda ou de estudo científico feito por alguém. Contudo, ao ler a contracapa, a impressão logo passou, já que o mais próximo de estudo científico que o livro chega é a inspiração para a história. Assim, a expectativa aumentou um pouco e, mais ainda, quando comecei a leitura e vi que havia grande chance de ser mais um daqueles romances jovem-adulto fofinhos que a gente jamais esquece. Agora conto para vocês se minhas expectativas se confirmaram e o que achei do livro.

Hildy tem 18 anos, está no último ano do ensino médio e é a única garota em uma família de três filhos. O mais velho, Alec, já está na faculdade, em Dublin, e Gabe, o mais novo, está se tornando cada dia mais aqueles adolescentes questionadores, revoltados e fedidos. O pai é professor de teatro e arte, e a mãe é chefe em um hospital da cidade.

Hildy sempre foi uma menina tímida, com os mesmos amigos desde a infância, Xiu, Max e Iris, que não é mais tão sua amiga assim. Suas experiências amorosas foram poucas e terríveis. Seus pais, que ela acreditava terem o casamento perfeito, não param de brigar desde que um segredo veio à tona na família, o que apenas reforça a teoria de Hildy de que romance e amores verdadeiros existem apenas nos livros que tanto ama ler.

Um belo dia, ela vê um anúncio de um estudo do departamento de psicologia da universidade local e decide se candidatar, apesar de quase ter desistido ao descobrir o objetivo do estudo: facilitar ao proximidade pessoal e, talvez, resultar em um relacionamento. Ela decide participar porque quer fazer parte de algo importante, mal sendo informada de que receberia para responder às perguntas.

Ela então é colocada em uma sala com um rapaz e ambos devem responder 36 perguntas aparentemente inofensivas.

O rapaz é Paul. Ele tem 19 anos, vive sozinho, é marrento, de poucas palavras, tem uma tatuagem de lágrima abaixo de um dos olhos, esconde um segredo e não gosta muito de responder perguntas. O único objetivo do rapaz é receber o dinheiro que é oferecido a quem se presta a participar do experimento: 40 dólares. Ele sequer sabe qual é o objetivo do estudo, isso não importa, desde que seja pago.

Contudo, o que de início parece ser um diálogo difícil entre Paul e Hildy, que vivem em mundos completamente diferentes, vai tornando os dois cada vez mais próximos. Os segredos que insistem em esconder um do outro vão sendo, aos poucos, revelados; os medos e anseios, compartilhados. Será que o experimento estaria dando resultado? Será que, ao final das perguntas, Paul e Hildy se apaixonariam? Seriam apenas amigos? Só colegas?


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Que livro fofo, gente! Daqueles clichês que só fazem bem à mente e ao coração da gente e que, quando você termina a leitura, quer voltar ao início e ler de novo!

O texto é muito fluido, sobretudo porque alterna entre prosa e texto para teatro.

Além disso, ele é engraçado. As tiradas são ótimas e os diálogos são superinteligentes e instigantes. Fiquei só querendo ler mais e mais.

Paul e Hildy se mostram mais maduros do que a idade que têm, e praticamente o livro inteiro sequer me lembrei que eles tinham 18 e 19 anos.

Saquei quase de cara o que tinha acontecido com Paul e um pouco depois entendi o que aconteceu com Hildy. Ainda assim, quando os segredos finalmente são trazidos à tona, fiquei bem tocada e emocionada.

Os amigos de Hildy são um amor, ainda que não tenham apoiado o tempo todo a empreitada da amiga de praticamente entrar de cabeça em um encontro à cegas com essa história de experimento – e apesar de Xiu não acreditar 100% que Paul seja um rapaz bom para Hildy.

Gabe, o irmão de Hildy, é o adolescente que não irrita. Talvez seja porque ele não aparece efetivamente tanto assim, logo não dá para se irritar muito com ele.

Você pode guardar toda a irritação e rancor para Greg, pai de Hildy. Ainda que ele tenha razão para agir como age na história, acho que tudo tem um limite e pode-se agir de determinado modo só até determinado ponto. Mas quem sou eu para julgar – e ainda mais desse jeito misterioso, para não dar spoiler com esse meu devaneio, rs.

Mas o que posso dizer de forma clara e explícita é que este é um livro que indico para todos. Se você procura algo para ler depois de uma leitura difícil, se você quer “desobstruir” o cérebro, se distrair, se divertir (principalmente), venha conhecer Paul e Hildy e se apaixonar por eles você  também!

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