Vem comigo - Karma Brown
>> quarta-feira, 5 de junho de 2019
BROWN,
Karma. Vem comigo. Campinas (SP):
Editora Verus, 2019. 305 p. Título original:
Come away with me.
Já
tinha visto fotos deste livro na internet e nas divulgações da Editora Verus,
mas confesso que inicialmente não dei muita atenção. Quando li a mensagem na
capa que diz que fãs de Comer, rezar, amar iriam correr para ler o livro, quase
me deu vontade de correr em sentido contrário, já que eu não sou fã dessa
história. Contudo, ao ter o livro em mãos, deixei de lado o pré-conceito e
iniciei a leitura de peito aberto. Foi a melhor coisa que eu fiz.
Tegan
Lawson, de 26 anos, tem tudo o que uma mulher de sua idade poderia querer.
Acabou de se casar com o homem de sua vida, Gabe, e está no sexto mês de
gestação de seu primeiro filho, um menino. Seu marido, um advogado
recém-formado, está tirando uns dias de folga para passar o feriado festivo de
fim de ano ao lado da esposa e dos pais.
Contudo,
no caminho da festa de Natal, o casal e o bebê sofrem um grave acidente. Ela
não consegue lidar com a perda do bebê, tampouco consegue perdoar Gabe,
culpando-o pelo acidente, por estar dirigindo acima da velocidade naquele
momento terrível.
Tegan
está cada vez mais depressiva e não quer mais sair de casa nem lidar com outras
pessoas. Não quer superar a perda. Então, Gabe propõe a ela retomarem um
momento em que, juntos, fizeram um “pote dos desejos”, colocando diversas
experiências e viagens que gostariam de fazer juntos. Ele sugere que eles
escolham alguns papeizinhos e iniciem uma aventura rumo à saída do fundo do
poço e a uma vida mais alegre.
Três
destinos são escolhidos: Tailândia, Itália e Havaí. Tudo vai muito bem, Tegan
parece estar superando sua perda, até que, diante de um acontecimento repentino, ela
precisa decidir se prosseguirá sua vida, ainda que não do jeito que sempre
imaginou.
____________
Narrado
em primeira pessoa, por Tegan, o livro é dividido em seis partes, cada uma
correspondente a um país que ela e Gabe estão conhecendo, começando por Chicago,
onde eles moram.
Ainda
que eu tente, até este momento não consigo descrever o que sinto por essa
história. O jeito que Karma Brown escreve é tão fluida, envolvente e
emocionante, que me tocou bastante. Quando li o primeiro capítulo, composto de
apenas uma frase, já comecei a imaginar o que estaria me esperando nas páginas
seguintes. Não poderia estar mais enganada, e já vou explicar o por quê.
Primeiro,
preciso dizer que chorei durante os sete primeiros capítulos inteiros.
Capítulos pequenos, sim, o que sempre conta um ponto a favor do livro. Quando pensei que iria virar um poço de
lágrimas e meleca, a história aliviou um pouco e a leitura continuou seguindo
de forma envolvente.
Fiquei
com muita vontade de viajar e conhecer os lugares por onde Gabe e Tegan passam.
Na verdade, dá vontade de pegar uma mochila e viajar imediatamente para
qualquer lugar que seja, só para curtir uma viagem como acontece com o casal.
Tive
muita empatia por Tegan, mesmo que eu não seja mãe (ainda) e não possa sequer
imaginar pelo que ela passou ao perder seu filho recém-nascido. Contudo, uma
perda é uma perda e não tem como não se solidarizar e torcer para que ela se
recupere.
Em
determinados momentos me perguntei como ela conseguia ficar ao lado de Gabe e
culpá-lo tanto pelo acidente, e ao mesmo tempo amá-lo tanto. Não consegui
compreender. Ao mesmo tempo, tentei imaginar que se o acidente tinha que
acontecer, aconteceria até mesmo com Tegan na direção.
Apesar
disso, não fiquei com raiva de Gabe. Ele é um cara legal e evidentemente amava
a esposa, e sem dúvida estava tão feliz quanto ela com a vinda do primeiro
filho.
A
família de Tegan e de Gabe é muito legal, apesar de toda dureza de Rosa, sogra
de Tegan. Ela ama a nora. É apenas seu sangue italiano que fala mais alto.
Anna,
melhor amiga de Tegan, é a amiga que toda mulher gostaria de ter,
principalmente em um momento terrível como o enfrentado pela protagonista.
Os
personagens secundários que aparecem ao longo da história, pelos lugares que ela
passa, também são marcantes e de certa forma contribuem para a recuperação de
Tegan.
Entretanto,
meus amigos leitores, eu não estava preparada para o plot twist deste livro.
Nem nos meus maiores sonhos esperava pelo que acontece na história, e então fui
pega com as calças na mão e passei os últimos sei lá quantos capítulos mal
enxergando as páginas de tanto chorar.
Se
você já leu o livro e achou que estava tudo muito evidente e que só eu não
percebi, meus parabéns, mas eu prefiro ficar com a minha surpresa. A autora
está de parabéns!
Já
se tornou um dos queridinhos da vida e do ano. Top 10 de 2019, com toda
certeza! Indico para amantes de livros fáceis de ler, de livros de drama, de
grandes reviravoltas. Indico para todo mundo!
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