Pollyanna moça - Eleanor H. Porter
>> sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019
PORTER, Eleanor H. Pollyanna moça.
Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2017. 224p. Título original: Pollyanna Grows
up.
“-
É claro que ela sabe que você e eu, e mais da metade da população de
Beldingsville, estamos fazendo o jogo com ela, e que... que estamos
maravilhosamente mais felizes porque estamos fazendo isso – a voz da Senhora
Chilton estava trêmula, mas logo voltou a ficar firme. – Se ela,
conscientemente, começar a ser qualquer coisa diferente do seu jeito natural,
iluminado e feliz, fazendo o jogo que seu pai ensinou, vai ficar como a
enfermeira disse sobre a impressão que as pessoas que não a conhecem têm dela:
impossível. Portanto, não vou dizer que está indo pra casa da Senhora Carew com
o objetivo de animar a mulher – concluiu a Senhora Chilton, levantando-se,
decidida.
-
É por isso que digo que você é uma pessoa sábia – disse o médico, com tom de
aprovação.” p.24
Como vocês sabem, eu amo o clássico
Pollyanna, um livro com gostinho de infância. Eu reli e amei da mesma maneira,
e corri para ler a continuação, Pollyanna moça!
Pollyanna Whittier, agora com 13 anos, se tornou uma mocinha
encantadora, adorada por todos que a conhecem. Ela continua fazendo alegremente
seu jogo do contente, e tentando ensinar o jogo para todos que conhecem. Sua
fama agora, algo que ela desconhece, ultrapassou os limites da pequena cidade
onde vive. Quando sua tia recebe uma carta, de uma enfermeira que
conviveu com Pollyanna no hospital, ela viaja para passar as férias em Boston.
O que Pollyanna sabe, é que vai ser
recebida por uma senhora, irmã da enfermeira Della Wetherby, que
ela adora. Ela vai passar algum tempo na cidade e estudar em uma escola só para
meninas de lá. Enquanto isso, sua tia Polly, poderá viajar com
o marido, Dr. Chilton, para a Alemanha.
Na verdade Ruth Carow é
uma mulher sofrida, que ficou viúva muito nova e acabou perdendo o sobrinho,
que desapareceu. Depois disso se tornou uma mulher solitária, reclusa e
infeliz. Della acredita, que só Pollyanna conseguirá tirar a irmã desse
sofrimento, para que ela volte a ser feliz novamente. Sem saber de nada, a
menina espalha sua alegria pela casa e pela cidade.
Em Boston, Pollyanna aprende muitas
coisas, conhece muita gente interessante. E se assusta com a miséria, enquanto
tanta gente tem tanto dinheiro. Ainda muito inocente, ela não entende que não
pode confiar em estranhos, e o porquê de tamanha desigualdade social.
Alguns anos se passam, reencontramos
Pollyanna com 20 anos, de volta a seu pequeno vilarejo. Menos inocente, a moça
agora tem grandes desafios para enfrentar.
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Esse eu também tinha lido na infância,
mas não guardava lembranças dele na memória. Ele não tem aquela magia do
primeiro, que emociona o leitor de forma tão bonita. Mas é uma delícia
reencontrar todos os personagens, ver oque tinha acontecido com todos eles ao
longo dos anos.
Engraçado que aos 13 anos, Pollyanna é
ainda uma criança. Comparando com essa mesma idade nos tempos atuais, as
meninas de 13 anos já são consideradas adolescentes. Sem tv, internet ou
celular, Pollyanna era uma criança. Sua inocência era ainda maior por passar a
vida no interior, e em Boston, ela recebe um grande choque de
realidade. Foi lindo e triste, ver ela tentando fazer o jogo do contente, em
meio a toda aquela miséria e coisas ruins. E, por fim, reconhecendo que não havia ali, nada
para ficar feliz.
Foi uma delícia reencontrar a Tia
Polly, o Dr. Chilton, Jimmy, Nancy, o Sr. Pendlenton e tantos outros
personagens. Torci e sofri por eles mais uma vez. Adorei a forma como a autora
consegue destacar cada um dos personagens secundários. Gostei também dos
personagens novos, de Boston, e de Pollyanna conhecer um menino, que ao seu
modo, fazia o jogo do contente ainda melhor do que ela.
Eu só não gostei muito da Pollyanna já
adulta, com 20 anos, excessivamente inocente e bondosa. Aí foi um pouco
exagerado em algumas partes. Tem um drama final, a parte do romance, onde ela
está disposta a casar com alguém por quem não sente nada, estando apaixonada
por um rapaz, só porque não pode partir o coração de alguém.
A leitura vale muito a pena.
Principalmente do primeiro volume, Pollyanna é item indispensável a estante.
Mas acho que todos que se encantarem por ela, vão ficar curiosos para saber o
que acontece em seguida. Leiam!
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Avaliação (1 a 5):