O assassinato do comendador - Haruki Murakami
>> quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019
MURAKAMI,
Haruki. O assassinato do comendador. Rio de Janeiro: Editora
Alfaguara, 2018. (Kishidancho Goroshi, v.1). Título original: Kishidancho Goroshi.
Sempre
ouvi falar do famoso escritor Haruki Murakami, mas ainda não tinha lido nada
dele. Não por falta de interesse ou curiosidade. Na verdade, fui protelando meu
primeiro contato com suas obras, até que vi a oportunidade de finalmente poder
conhecer a escrita do autor com O assassinato do comendador.
Um
pintor de quadros (cujo nome não é revelado no livro) é traído por sua esposa,
e eles se separam. Após uma longa viagem de carro sem rumo pelo Japão, graças a
um amigo da época da escola de artes, filho de um grande artista japonês, o
protagonista vai viver nas montanhas, em meio às arvores e ao silencio. Ele é
especialista em pintar retratos de pessoas, mas não gosta do que faz. Ele quer
fazer outra coisa com o seu dom de pintar, mas ainda não conseguiu descobrir o
quê.
Um
dia, o pintor descobre, escondido em um sótão, um antigo quadro, possivelmente
pintado pelo antigo dono da casa. O quadro leva o título de “O assassinato do
comendador”, o que o deixa intrigado. Ao mesmo tempo, ele recebe uma ligação de
seu agente dizendo que alguém quer contratá-lo por um
alto preço para pintar um retrato.
Resistente
a princípio, ele aceita o trabalho e conhece o cliente, Menshiki, um cara um
pouco mais velho, solitário e cheio de mistérios que passa a frequentar a nova casa
do pintor. Os dois passam a ter uma convivência cada vez mais próxima, e o
protagonista é levado a conhecer os mistérios que envolvem a vida de Menshiki.
Porém,
além dos mistérios que cercam seu cliente, há outras coisas muito misteriosas
acontecendo no terreno e na casa onde o pintor está vivendo.
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O
livro, narrado em primeira pessoa, é envolvente a ponto de, apenas no meio da
história, eu me dar conta de que o protagonista não teve seu nome revelado.
Você vai me chamar de desatenta, mas eu juro que prestei atenção em cada
capítulo desde o início.
O
protagonista, apesar de ser um cara, digamos, atípico ou exótico, me causou
empatia e fiquei muito chateada pelo que ele teve que passar por causa da
esposa.
Menshiki,
por outro lado, me causou desconfiança desde o começo, e fiquei com medo do que
ele pudesse fazer com o pintor, ou com a casa, assim como também desconfiei das
reais intenções dele com aquela história de ter um retrato pintado e se
aproximar tanto do pintor.
Há
ainda o “comendador”, sobre quem eu prefiro não dar muitos detalhes; prefiro
que vocês tenham o prazer de conhecê-lo e entender quem ele realmente é na
história.
A
narrativa de Murakami é envolvente, o livro é bem-escrito, não há como não
ficar o tempo todo ligado na história.
Eu,
que não curto mais tanto histórias que mesclam realidade e fantasia, comprei a
história e entrei nela de cabeça, devorando cada página e esperando pelos
desdobramentos.
Contudo,
ainda que tenha sentido empatia, medo, desconfiança, fato é que estou me roendo
para saber como a história prossegue, já que este é apenas o primeiro volume.
Outra
coisa que sempre me chama atenção em livros de autores japoneses é, claro, a
descrição de lugares no país. Todas as vezes que termino o livro, estou morta
de vontade de viajar para conhecer o Japão (sonhar não custa nada, ainda).
Então, volto para a realidade e passo para o próximo livro, me contentando em
viajar apenas através da história.
Assim,
após concluir a leitura, fiquei não só com vontade de ler, com urgência, o
volume 2, como também para ler outras histórias de Haruki Murakami. Se você já
é um leitor assíduo do autor, me diga qual livro dele você indicaria para uma
próxima leitura, e se não é, indico a começar o quanto antes, pois vocês estão
perdendo um grande autor! De toda forma, indico a leitura para todos!
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