O abrigo - Nora Roberts
>> sexta-feira, 28 de dezembro de 2018
ROBERTS, Nora. O abrigo. Rio de Janeiro: Editora
Bertrand, 2018. 462p. Título original: Shelter in place.
“Ele sabia a contagem das mortes, pelo menos até
às quatro da manhã, quando havia
verificado pela última vez. Oitenta e nove. E sua Lisa estava entre os
242 feridos.
Porque três garotos drogados, armados até a porra dos
dentes, entraram no shopping em uma sexta-feira à noite com a missão de matar e
mutilar.” p.44
Nora
Roberts dispensa apresentações quando falamos
de romances e suspenses românticos. Com mais de 200 títulos lançados, a autora
é sucesso no mundo todo. Tinha um tempinho que eu não lia nada da autora, e
fiquei atraída pelo seu novo livro no Brasil, O abrigo.
Portland, Maine, 2005
Simone Knox, 16 anos, estava passando por típicos problemas
adolescentes, seu namorado, Trent, terminou
com ela do nada e ainda fez um post humilhante nas redes sociais, dizendo que a
tinha trocado por um modelo mais novo e melhor, Tiffany. Suas duas melhores amigas, Mi e Tish, queriam animá-la,
e a convencem a ir no cinema, e para seu azar, o novo “casal” também estava lá.
Sua mãe e sua irmã, Natalie,
aproveitaram para ir ao Shopping fazer compras. Era uma sexta a noite como
outra qualquer.
Reed Quatermaine trabalhava em um restaurante no
shopping para juntar dinheiro para a faculdade. Seu plano do dia era convencer Angie, que trabalhava em um quiosque, a sair com ele naquela noite. Seu melhor amigo, Chaz, também trabalhava na loja de jogos.
Essie McVee era policial
e estava de plantão aquela noite, atendia um chamado com o parceiro, Barry, bem próximo ao Shopping . Eles
foram os primeiros policiais no local, quando tudo aconteceu.
Três adolescentes, fortemente armados, começaram,
a atirar para todo lado. Durou apenas 8 minutos, mas a vida de todos que estavam
no local, mudaria para sempre. Mais de 100 mortos, centenas de feridos.
Anos mais tarde, os sobreviventes estão seguindo
em frente. Dois deles foram considerados heróis daquela tragédia. Ela virou uma artista, ele um detetive. Tudo ia bem, até que alguns sobreviventes começam
a morrer esporadicamente. Um assassino estava a espreita, e parecia querer
terminar o trabalho. Aquelas pessoas que já haviam passado por tanta coisa, agora
temiam novamente pela vida.
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Eu não sei o que acontece com esses livros mais
novos da Nora (esse foi lançado em 2018 nos EUA), todos seguem uma fórmula
muito bem definida. Isso cria personagens estereotipados e diálogos muito
perfeitinhos, acho tudo muito robótico. Mas, apesar disso, o enredo é
sensacional.
É impossível não se envolver com a trama, com a
tragédia, com todos os personagens. Um tiroteio em um shopping, inúmeros mortos
e feridos. Os familiares, os sobreviventes, a vida de ninguém seria a mesma. E
aí para piorar, anos depois alguém começa, aos poucos, a matar os sobreviventes.
O leitor sabe desde início quem é a assassina, mas cabe a polícia descobrir
quem ela é e conseguir detê-la.
Você se apega aos personagens desde a primeira linha,
afinal, eles sobreviveram ao inferno. Mas a forma como eles são tão
estereotipados me irrita demais. A mocinha, sempre perfeita, linda, com um caminho
lindo pela frente. O mocinho lindo, bem sucedido, só esperando conquistar a
mulher da sua vida. A avó da mocinha, perfeita, o toque de humor do livro. A
assassina, uma psicopata fria e calculista (e pelo jeito alguém com 15 anos que
aprendeu todas as artes de matar e de agir pelo Google). A menina má na escola,
que se tornou uma escrota quando adulta. A melhor amiga perfeita (sem vida
pessoal, porque o papel dela é ser a melhor amiga)... e por aí vai.
Então por um lado, eu amei. O enredo, a trama
emocionante, o romance, o final digno de cinema. Por outro, eu não consigo
engolir os personagens 100% perfeitos ou totalmente maus da autora. Os personagens secundários mal desenvolvidos e
a trama de suspense meia boca rs.
Amar ou não, vai de cada leitor. Reclamando ou
não, eu devorei a leitura e fiquei ansiosa até o final. Leiam! Quem leu, me
conte se gostou.
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Avaliação (1 a 5):