Leah fora de sintonia - Becky Albertalli
>> quarta-feira, 10 de outubro de 2018
ALBERTALLI,
Becky. Leah fora de sintonia. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2018. 320
p. título original: Leah on the offbeat.
Não
escondo de ninguém o quanto sou fã de Simon vs. a agenda homo sapiens e que não sou fã de modinha, ou seja, li e me
apaixonei pela história antes de virar filme. Tanto que me recuso a chamar a
história de Com amor, Simon. Logo, quando fiquei sabendo que Leah, a melhor
amiga de Simon, ia ganhar uma história própria, confesso que me dividi entre a
curiosidade e a impressão de que a autora havia lançado o livro por causa do boom provocado pelo lançamento do filme. A
conclusão a que cheguei conto para vocês agorinha.
Quando
está tocando bateria, Leah Burke está sempre em sintonia – pena que nem tudo na
vida é fácil assim.
Leah
é diferente da maioria de seus amigos: filha de mãe solteira e com uma vida bem
menos privilegiada, ela ama desenhar, mas morre de medo de expor seu trabalho.
E, embora a mãe saiba que ela é bissexual, Leah ainda não teve coragem de
contar a verdade nem a seu melhor amigo Simon, que é gay. Para completar, o
mundo que ela conhece está prestes a mudar drasticamente. A escola se aproxima
do fim, e a tensão entre seus amigos aumenta a cada dia. Leah está perdida, sem
saber o que fazer, sem saber o que sentir. E fica ainda mais confusa quando
certa garota linda e simpática – com quem ela até então implicava – não sai mais
de sua cabeça.
Leah está
fora de sintonia, e talvez seja disso mesmo que ela precisa, para sair de sua
zona de conforto e finalmente ir atrás do que quer.
____________
A
história se passa um ano depois de Simon vs. a agenda homo sapiens e foi muito bom ver a continuação da história de Simon
e Bram depois do que ocorreu no primeiro livro. Fiquei muito feliz de poder
acompanhá-los, dessa vez como coadjuvantes.
Além
disso, curti muito a intenção da autora de mostrar os conflitos por que os
adolescentes passam nesse momento transitório da vida. Aquele momento em que a
pessoa não sabe o que ou quem vai ser no futuro, o que vai acontecer, se há
mesmo vida após o ensino médio, se há como ter ou não um relacionamento a
distância.
Entretanto,
caros viajantes, na minha humilde visão, esses foram os únicos pontos positivos
da história.
Acompanhar
Leah tão de perto me fez achá-la uma adolescente cansativa, insegura (demais
para o bem dela e do leitor), implicante demais. Como eu disse acima, sei que
intenção da autora foi das melhores ao mostrar ao leitor o lado inseguro de uma
pessoa dessa faixa etária, mostrar que Leah não é tão forte quanto demonstra,
mas pra mim isso ficou demonstrado de forma negativa, mais atrapalhou do que
ajudou na construção da personagem.
Além
disso, em determinados momentos, não reconheci o Simon que tanto amei no livro
anterior. Algo nele estava diferente de uma forma que me fez me perguntar se
era o mesmo Simon. Mas vale ressaltar que nesta história ele é mostrado do
ponto de vista de Leah. Felizmente ele não era o foco da história, de modo que
não deu tempo de pegar ranço (ainda bem!).
Uma
coisa que me incomodou foi a sensação de que, para justificar determinado acontecimento
na história, a autora forçou um conflito entre dois personagens – me refiro ao
ponto que descrevi, no resumo, sobre a garota que não saía da cabeça de Leah.
Acho que foi um pouco exagerado o conflito e enrolados os acontecimentos (talvez
seja um pouco culpa do bom e velho drama adolescente) para chegar ao desfecho
que, para mim, deixou muito a desejar.
Falando
em desfecho, ele deixou a desejar, ainda, porque achei que alguns pontos não foram
amarrados de forma satisfatória. Por exemplo, houve um conflito em que fiquei
supondo várias formas legais de como ele poderia ser resolvido, e, na hora H, a
solução foi vaga e a quebra de expectativa foi decepcionante.
Enfim,
gostei da ideia de Leah ter uma história própria, mas não curti a forma com que
a história foi executada. Para quem já acompanha a história de Simon e sua
turma vale a leitura!
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