Celular - Stephen King
>> segunda-feira, 1 de outubro de 2018
KING, Stephen. Outsider. Rio de Janeiro: Editora
Suma das Letras, 2018. 384p. Título original: Cell.
“- Eu sou um nerd de computador – Jordan afirmou, em frente à caneca de
chocolate quente. Clay achou a confiança emburrada do garoto estranhamente
charmosa. – Um completo nerd. Sempre fui, a vida inteira. Tenho certeza de que
aquelas coisas estão reiniciando. Eles poderiam ter INSTALANDO SOFTWARE, POR
FAVOR AGUARDE piscando na testa.
- Não estou entendendo – Tom comentou.
- Eu estou – Alice declarou. – Jordan, você acha que o Pulso foi mesmo um
Pulso, não acha? E ele... apagou o disco rígido de todo mundo que o escutou.
- É claro - respondeu Jordan. Ele
era educado demais para dizer ‘dã’.” p. 176-177
E tem mais Stephen
King por aqui! Lançado nos EUA em 2006 e em 2007 pela primeira vez no
Brasil, o livro ganha uma edição nova. Engraçado que o autor aborda um
sobrenatural bem interessante, cria uma espécie de zumbi, muito antes do
assunto virar modinha literária. E fala dos excessos causados pelo uso dos
celulares, anos antes dele virar a febre que é hoje. Confiram o que achei de Celular.
Clay Riddell tinha se divorciado da esposa, Sharon, não fazia muito tempo. Eles tinham um filho de 12 anos, Johnny. Depois de muito tempo triste com tudo isso, parecia que as coisas iriam, finalmente, melhorar. Tudo começou com um dia normal,
um dia muito importante para Clay. Ele tinha conseguido uma ótima oportunidade,
ira ganhar um bom dinheiro. Para comemorar, entrou na fila de um caminhão de
sorvete, em uma linda tarde em Boston. Foi então que o inferno surgiu diante dos seus
olhos. Todos os que estavam usando celulares surtaram, ele que não tinha um, logo conseguiu
perceber o que havia em comum entre eles.
Fora de si, as pessoas começam a atacar, morder
e matar quem passava pela frente. O caos
toma conta da cidade, provavelmente, do mundo todo. Carros batem, incêndios se
iniciam por toda parte. Aviões começam a cair... o inferno toma conta do mundo.
Na confusão, Clay conhece Tom McCourt, e juntos eles fogem em busca de sobrevivência. Clay só
pensa em voltar para o seu hotel, para se esconder, e logo que entender o que
está acontecendo, precisa voltar para casa. Ele precisa encontrar Sharon e seu
filho, reza para que eles estejam bem, e que ele consiga voltar a tempo.
Eles resgatam Alice Maxwell, uma adolescente que perdeu a mãe para o Pulso. Eles
se tornam amigos, e seguem juntos tentando de tudo para sobreviver. Os poucos
que não usavam celulares, ainda são humanos. Enquanto isso, o caos toma conta
do mundo.
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Um
dos livros mais pesados do autor e dos mais assustadores. Esse segue realmente
a linha de terror, embora eu leia tranquilamente. Sou medrosa para filmes, mas
livros não me causam medo, não sei bem o porquê.
A
história começa muito bem! Logo nas primeiras páginas o Pulso já surge e a
loucura toma conta do mundo. Acompanhamos Clay e seus amigos tentando
sobreviver, ao mesmo tempo, que ele tenta ir atrás do filho. Eu me empolguei
muito o livro todo! Eu sempre gosto de cara dos personagens do autor, então é
impossível não torcer por todos eles.
O
problema desse livro, é que o final é um balde de água fria! Sim... eu já sei
que o King não é lá muito bom com finais, que vários dos seus livros terminam
de forma aberta... mas esse, termina totalmente no ar!! Eu não me conformo com
o final, fui até ver se tinha continuação, mas não tem nada. Termina assim e
pronto, fim. Estou com raiva até agora.
Os
seres que ele criou são bem interessantes. Todo mundo que recebeu o tal Pulso,
ou seja, que usava o celular naquele momento, ou tentou usar depois, surtou. Ficaram
loucos, violentos. No início podem ser descritos como zumbis; eles não
raciocinavam, ficaram violentos, arrancavam pedaços dos poucos ainda humanos
que conseguiam encontrar. Ficavam vagando sem direção, se comportavam como
bichos. Mas eles também tem um lado meio vampiro ao contrário, dormiam a noite
toda e só circulavam de dia. Eles
morriam do jeito "normal", mas não sentiam dor, continuam seguindo em frente,
mesmo que feridos. Com o tempo, eles percebem que esses seres começam a
evoluir, se organizar, como bichos em migração. E desenvolvem uma certa
telepatia, os que os tornam muito mais perigosos.
Outra
coisa que não gostei, tudo ficou muito simplista. Primeiro esses seres são bem burros, zumbis, mas
depois eles conseguem se comunicar por telepatia, conseguem plantar pensamentos
e impedir ações dos “humanos”. Ou seja, eles ficam bem poderosos. A forma como
a turma do Clay, decide tentar acabar com eles, foi fácil demais. Tudo
acontecem sem grandes dificuldades. Não mostra o resto do mundo, não mostra o
que aconteceu com o exercito e etc (aparentemente todos tinham celulares rs).
Não mostra nada...
Sobre
o protagonista, apesar de ter gostado dele, achei Clay, devagar quase parando.
Desde o início, seu objetivo era voltar para a sua cidade (basicamente
andando), para tentar encontrar o filho. Mas ele faz tanta coisa no caminho!
Fica dias em um lugar sem tentar chegar logo, eu não consegui entender.
Como não se virou e correu logo para lá pra tentar salvar o menino. As
prioridades dele, são no mínimo, duvidosas.
Achei
engraçado um aspecto, que me fez lembrar um pouco de The walking dead. No livro eles praticamente só andam a pé, porque
as ruas e avenidas estão todas interditadas, de tanto carro abandonado. É
impossível dirigir, eles conseguiam por um tempo pequeno, e já tinham que
abandonar o veículo. Imaginem avenidas lotadas de carros abandonados? Faz bem
mais sentido do que na série, onde desde início eles circulam de carro para
todo lado rsrs, com poucos momentos onde isso se torna complicado. Considerando
o tanto de carro que tem no mundo, o cenário de King faz bem mais sentido (e olha que ele foi escrito em 2006).
Esse
não entra na minha lista de favoritos do autor. Gostei da trama, mas encontrei
tantos furos na historia que não conseguir comprar totalmente a ideia. E com
esse final... ainda não me conformo rs. Quem leu me conte o que achou. ^^
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