Uma casa no fundo de um lago - Josh Malerman
>> quarta-feira, 19 de setembro de 2018
MALERMAN,
Josh. Uma casa no fundo de um lago. Rio
de Janeiro: Intrínseca, 2018. 160 p. Título original: A house at the bottom of
a lake.
Terceiro
livro de Malerman na minha vida. Depois do que passei com Caixa de pássaros e
Piano vermelho, eu já deveria não esperar nada das histórias do autor, ou
esperar que a história e o final se dessem da mesma forma que nos livros
anteriores. Mas, como a curiosidade não me deixa em paz, quando fiquei sabendo
do lançamento de Uma casa no fundo de um lago, fui acometida pela vontade de
ler, ainda mais depois de saber que o livro era infinitamente menor que os
anteriores. E o que aconteceu na minha leitura eu conto para vocês.
James
estava interessado em Amélia há um tempo e estava morrendo de vontade de
convidá-la para sair. Quando finalmente tomou coragem de fazer o convite, no
meio da loja em que trabalha com o pai, o fez de forma inusitada. Ao invés de
cinema, jantar, ele convidou Amélia para passear nos lagos da cidade. E o mais
incrível: ela aceitou.
No
dia do encontro, entre insegurança, frases fracas – com medo de dizer bobagem –
e uma lancha cheia de pessoas descoladas e felizes, tanto James quanto Amélia
sentiram a necessidade de que o encontro se tornasse mais emocionante. Assim,
enquanto lanchavam na canoa do tio de James, em meio ao segundo lago da cidade,
eles observaram que havia uma entrada escondida por um túnel, para o que
parecia um terceiro lago.
Depois
de um pouco de esforço, chegaram a esse lago, que mais parecia um pântano. Com
a água turva, parecia abandonado, havia peixes boiando aqui e ali, mas não
parecia haver nada de excepcional.
Contudo,
enquanto remavam, olharam para a água e viram algo que jamais imaginariam: um
telhado submerso. E se havia um telhado, devia haver uma casa. A curiosidade,
maior do que tudo, levou James e Amélia a entrarem na água e explorarem o
telhado. Descobriram não só que havia uma casa, como ela tinha dois andares.
A
partir de então, os encontros passam a ocorrer quase que diariamente no
terceiro lago, com excursões à casa. Tiveram aulas de mergulho, adquiriram
equipamento, James comprou a canoa do tio e decidiram que a casa seria o
segredo deles. Apenas uma regra: nada de perguntar como e por quê.
Contudo,
a casa começa a se apresentar um pouco “viva”, além de todas as coisas
“mágicas” que encontraram lá dentro, e isso começou a assombrar Amélia e James,
e, mais do que isso, plantou a dúvida cruel: estariam eles loucos?
Foi
a primeira vez que, desde o início, tive empatia pelos protagonistas e torci
por eles. James e Amélia, com toda a insegurança de adolescentes, não trouxeram
dúvidas suficientes para me tirar a paciência, rs.
O
livro é narrado em terceira pessoa, alternando entre James e Amélia contando
que está acontecendo com eles.
Com
a experiência dos outros livros do autor, de repente, comecei a pensar que podia
ser uma alusão a alguma coisa que não estava claramente dita. Então tenho três teorias
que talvez você possa adotar ao ler este livro. Não tentem entender agora;
quando lerem a história, vão compreender o que quero dizer: a) eles estão
loucos de verdade; b) a casa é uma alusão ao relacionamento, às inseguranças,
às descobertas de dois adolescentes de 17 anos; c) é tudo real e você tem a imaginação fértil demais.
Qualquer
que seja a interpretação que você adote, fato é que não tem como não imaginar algo
por detrás das aparências, assim como em Caixa de pássaros, quando um ser
atacava as pessoas, e em Piano vermelho, quando um som misterioso era ouvido no
deserto.
O
livro é bem enxuto. São 150 páginas, aproximadamente, de história. Isso me
levou a ter a certeza de que a agonia seria breve. Ledo engano. Uma vez mais,
Josh Malerman termina a história com o bom e velho “entenda como quiser”. Até os 45 do segundo tempo, pensei que
finalmente iria terminar a história com uma bela nota cinco. Mas o final, uma
vez mais, me deixou com sentimento de ter sido enganada.
Obviamente,
muita gente vai dar uma interpretação diferente à leitura e achar que o final
foi UAU! Outros vão achar a história fraca por inteiro.
Eu
faço parte do time que, apesar do final, considerei este o melhor livro de
Malerman. Talvez tenha sido exatamente pelo fato de a história ser mais enxuta,
sem embromação. Li praticamente em uma sentada e super agoniada para saber o
desfecho, pois a situação inicial da história é bem instigante.
O
foco da história, obviamente, é a casa e as incursões feitas pelo casal para
descobrir seus mistérios, enquanto se envolvem, emocionalmente, cada vez mais
um com o outro. Todo o restante é bem secundário.
Deixo
para vocês descobrirem se o mistério da casa é revelado ou não, no fim das
contas. Essa é uma dúvida que não está na regra criada por Amélia e James. Só
resta saber se foi esclarecida. Leiam!
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