Mentes sombrias - Alexandra Bracken
>> quarta-feira, 5 de setembro de 2018
BRACKEN, Allexandra. Mentes
sombrias. Rio de Janeiro: Editora Intrínseca, 2018. 384 p. Título
original: The Darkest Minds.
Confesso que
não foi de cara que esse livro me chamou atenção. Apenas após assistir ao filme
(e me surpreender), decidi que queria ler, sobretudo para confirmar o
percentual de semelhança com o filme. E ao longo da leitura, meu interesse pela
história foi ficando cada vez maior, o que eu conto para vocês agora.
Ruby estava
presente quando a primeira criança da escola morreu, mais precisamente sentada
de frente para a garotinha que, de repente, começou a tremer o corpo inteiro,
revirou os olhos e caiu, ao que parecia, desfalecida no chão, mas, na verdade,
estava morta. Em um mês, metade das crianças da escola estavam mortas.
A “doença”
foi identificada como NIAA: Neurodegeneração Idiopática Adolescente Aguda.
Aqueles que não morriam começaram a apresentar "sintomas" que, na
verdade, eram poderes. Assim, o governo começou a criar acampamentos para
"curar" as crianças. E foi para um desses que, aos 10 anos de idade,
Ruby foi enviada.
Em Thurmond,
assim como nos demais "acampamentos", as crianças eram catalogadas
por cores, de acordo com os poderes: verde para superinteligentes; azul para
superforça; amarelo para poderes com a eletricidade; laranja para poderes com a
mente; e vermelho para poderes com o fogo.
A questão é
que os “amarelos”, “laranjas” e “vermelhos” eram considerados muito perigosos e
eram mantidos bem separados dos demais. Ruby era uma “laranja”, mas conseguiu
esconder esse fato por muito tempo, passando-se por “verde”. E quando não pôde
mais esconder, foi quase por um milagre que ela conseguiu escapar do
acampamento com uma forcinha extra de uma estranha.
Contudo,
após conseguir escapar, Ruby não esperava conhecer pessoas que passaria a
considerar como sua nova família, da mesma forma que não esperava encontrar
pessoas tão cruéis e focadas em acabar com as crianças que tinham poderes. Tudo
isso somado à necessidade de encontrar o Fugitivo, fugir de rastreadores, FEPs
(guardas dos acampamentos) e da Liga das Crianças.
_________
A narrativa
é em primeira pessoa, contada integralmente por Ruby.
A história
começa quando as primeiras crianças começam a morrer misteriosamente, até...
bem, o final é um spoiler terrível e preciso poupá-los da tragédia que é contar
algo que não queremos saber antes de ler a história toda, rs.
Como assisti
ao filme primeiro, como disse antes, foi inevitável comparar a Ruby do livro, com a que eu tinha assistido, e confesso para vocês que gostei muito mais da do
livro. Não fisicamente, já que quem me conhece sabe que adoro as atuações da
Amandla Stenberg. Refiro-me à personagem em si, do ponto comportamental. Talvez
diante da necessidade de demonstrar de uma forma mais expressiva o que a
personagem pretende dizer no filme, o que não é necessário no livro, já que
acompanhamos integralmente tanto seus pensamentos quanto suas demais atitudes,
achei a Ruby do filme excessivamente desconfiada em comparação à do livro.
De qualquer
modo, torci pela protagonista todo o tempo e queria que ela fosse feliz.
Liam é o bom
garoto, o protetor. A calmaria no meio da tempestade. É um “azul”, com poder de
mover as coisas com a mente. Torci por ele também e fiquei extremamente de boca
aberta com os acontecimentos em relação a ele que aguardam o leitor mais para o
final da história.
Bolota é um
“verde” de verdade (não como a Ruby, que apenas fingia). Superinteligente,
emburrado e que não curtia gente nova no seu pequeno mundo, composto
inicialmente de Liam e Zu, até Ruby entrar na vida deles. Não consegui
entender, na verdade, para que servem os “verdes”, além de saberem consultar
mapas, fazer cálculos e afins. Achei o poder menos útil em tempos de guerra,
ainda que seja importante ter alguém que saiba se localizar, rs.
Zu é a mais
novinha do grupo, uma descendente de japoneses classificada como “amarela”,
cujo poder está relacionado com a eletricidade. Dá vontade de adotá-la e levar
para casa.
Clancy Gray,
ou o Fugitivo, é o vilão (apesar de também ser um dos “doentes”), aquele que dá
vontade de passar a cara no muro de chapisco e fazer uma crueldadezinha de leve
(ah... imaginação fértil). Não vale a pena se estender muito sobre ele.
Não sei o
que me deixava mais agoniada: cada hora um perseguindo Ruby e os garotos, não
dando uma trégua, ou o fato de Ruby não poder ser tocada nem tocar as pessoas
sem correr o risco de se apagar da memória delas ou causar um estrago na mente
daqueles que a tocam.
Outra coisa
que me fez curtir ainda mais a história foi o suspense de não saber, assim como
os personagens, quem era realmente confiável e quem era lobo em pele de cordeiro.
A referência
a bandas de rock como Led Zepellin encheu meu coração de alegria. É tão bom
encontrar referência a algo que reconheço... enfim kkk.
O desfecho
não é exatamente um desfecho, já que o livro é o primeiro de uma série de
quatro livros. Ainda assim, termina de uma forma que me deixou muito
desesperada para atravessar a história toda e ler o último livro (a não ser
que, antes do último livro, haja uma solução plausível e aceitável para o que
me deixou extremamente chateada; do contrário, que venha o último logo!).
O jeito é
esperar que a Editora Intrínseca lance os demais livros da série o mais rápido
possível.
Além disso,
por ter assistido ao filme, a leitura serviu muito bem para relembrar as
emoções e tensões da história.
Falando em
filme, preciso dizer que a versão da telinha ficou extremamente parecida com o
livro. Numa escala de 0 a 10, diria que ficou em 9,5 a semelhança.
Então indico
o livro e o filme. Para quem gosta de adaptações, para quem gosta de distopias,
histórias fantásticas (no sentido literal e figurado, rs).
Deixo abaixo
o trailer do filme, só para deixá-los com mais vontade ainda. Mas é o que eu
sempre digo: se possível, leia o livro primeiro! ;)
Série Mentes
sombrias:
- Mentes sombrias (The darkest minds)
- Never fade (Ainda não lançado no Brasil)
- In the afterlight (Ainda não lançado no Brasil)
- The Darkest Legacy (Ainda não lançado no Brasil)
1.5 No
último minuto – Um conto da série mentes sombrias.
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