O Tempo Desconjuntado – Philip K Dick
>> sexta-feira, 3 de agosto de 2018
DICK, Philip K. O Tempo Desconjuntado. Rio de Janeiro: Editora Suma das Letras, 2018. 265p. Título original: Time out of joint.
Escolhi
“O Tempo Desconjuntado” para ser a minha estreia na literatura Philip K Dickiana. O famoso e celebrado
escritor marcou o gênero da ficção científica, o que normalmente eu evito.
Porém, como venho comentando aqui nas minhas resenhas, uma das minhas
resoluções de ano novo é experimentar coisas novas e quebrar preconceitos
infundados literários. Foi assim que me deparei com este livro.
Na
verdade, o que realmente me fez ler foi o fato de eu ter outras duas obras me
esperando aqui em casa. Ia começar por “O Homem do Castelo Alto”, mas a edição lançada
pela Editora Suma de “O Tempo Desconjuntado” me conquistou. Este festival de
cores neons, com uma unha a la gel com esmalte risque de nome engraçado, sintonizando
com cuidado um rádio é o que eu imagino que uma viagem de entorpecentes deve
ser. Ou seja, a capa perfeita para uma obra de Ficção Científica. E tem um ar
retrô: na hora lembrei dos livros que via na estante da casa da minha avó
quando era criança, frutos das preferências peculiares de um tio engenheiro que
adora física e seus mistérios.
Devo
dizer que este livro é perfeito para este meu tio e todas outras pessoas que
aqui se encaixam.
Temos
a história de Ragle Gumm, um homem comum, vivendo sua vida ordinária em 1959
(ano em que o livro foi originalmente publicado), numa pequena cidade suburbana
estadunidense. Gumm mora com seu cunhado Victor, sua irmã Margo e seu sobrinho
Sammy. Victor trabalha no supermercado local, Margo é uma das muitas donas de
casa da rua e Sammy vive correndo por aí. E Gumm? Bom, ele ganha a vida de um
jeito um pouco bizarro, mas bem lucrativo: ele é o campeão nacional de um
concurso de jornal chamado “Onde estará o homem verde? ”. Gumm tem um talento
para encontrar padrões, fazer cálculos e prever onde o homenzinho estará na
próxima edição do jornal.
Esse
trabalho nada braçal lhe rende muitos olhos tortos, especialmente do casal de
vizinhos June e Bill Black, que inconvenientemente sempre aparecem para jantar
ou propor algum programa social. Só que nem sempre Gumm está com vontade dessas
coisas mundanas comuns, o concurso exige muito dele e o pobre coitado está à
beira de um ataque de nervos. O bastante para querer desistir do concurso e
seguir sua vida em outra direção. A pressão é tanta, e desgasta tanto, que ele
se vê imaginando coisas: itens que estavam em um lugar e num piscar de olhos
não existem mais, degraus em quantidade menor do que previa seu cérebro, e
inteiros objetos começam a desaparecer, entrando em seu lugar apenas um papel
branco com a descrição do que antes estava ali.
Quando
seu cunhado tem uma experiência semelhante, os dois resolvem investigar, e
acabam descobrindo um catálogo telefônico com números que não existem, e uma
revista com uma atriz que nunca viram antes na capa, Marilyn Monroe. Isso deixa
toda a família intrigada, e vão em busca de uma razão para os estranhos acontecimentos,
para descobrir que a vida em 1959 não é tão perfeita como imaginavam.
Achei
o livro sensacional para ter sido escrito em 1959, e fiquei impressionada com o
talento do escritor. Certamente quem é fã de ficção científica vai BABAR nesta
obra, que é compra obrigatória! Eu, que estou começando a entrar na onda de
ficção e até mesmo distopia, achei um pouco exagerado demais, viajado demais.
O
livro tem seus méritos: a história é fechadinha, bem escrita e pensada. Só peca
no fato de que apenas funciona para um gênero. Não há “quês” de romance, as partes
de ação não empolgam muito, e os personagens não são os mais carismáticos. Mas
esta é a opinião de uma iniciante desacostumada.
Meu
conselho? Fãs de Ficção Científica: COMPREM. Os demais... bem, fica pra
próxima!
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