A máquina do tempo - H.G. Wells

>>  quarta-feira, 29 de agosto de 2018

WELLS, H.G. A máquina do tempo. Rio de Janeiro: Editora Suma, 2018. 168p. Título original: The time machine.


Até começar a escrever resenhas para o VL, eu não tinha um grande hábito de ler ficção científica. Mas foi um dos estilos que passei a ler mais e tem me interessado muito. Logo, depois de ver a capa maravilhosa deste livro e por se tratar de um dos grandes precursores da ficção científica, não pude recusar a leitura de A máquina do tempo, e conto para vocês agora o que achei.

O Viajante do Tempo é um homem que está construindo uma máquina do tempo. Em uma noite em que está recebendo alguns amigos em casa, resolve contar para eles sobre a sua empreitada de construção da máquina. Ele mostra aos amigos um protótipo pequeno que corresponde à máquina original, que está no laboratório do Viajante.  Para demonstrar aos amigos que está dizendo a verdade, ele coloca o protótipo para viajar no tempo. Mas não adianta. À exceção do narrador da história,  que não acredita, mas também não desacredita, todos os demais amigos do Viajante acham que ou ele é louco ou é um excelente contador de histórias.

Um belo dia, ao fazerem uma nova visita a ele, os amigos são surpreendidos pela ausência do Viajante do Tempo, que apenas deixou um comando para que o jantar fosse servido às 20 horas.
No meio do jantar, ele aparece, sujo, machucado, abatido e visivelmente cansado. Ele então começa a contar o que estava fazendo e como ficou daquele jeito. Não pede que ninguém acredite, mas que apenas deixem que ele conte a história até o fim.

E então conta que viajara no tempo e fora parar no ano 802701 do futuro. O que ele encontrou foi surpreendente, ao mesmo tempo decepcionante, assustador e, ainda assim, estimulante.

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O livro tem duas narrativas bem divididas: a do narrador, sobre o qual apenas se sabe que é um dos amigos do Viajante do Tempo; e a do próprio Viajante, que narra a sua viagem no tempo propriamente dita.

Com exceção de pouquíssimos personagens, como vocês devem ter percebido na sinopse ali em cima, não há nomes citados na história. Eles são denominados por suas profissões, como O psicólogo, O editor, O jornalista, O viajante do tempo.

Na minha percepção, o texto se mostrou bastante simples, de modo que em mim não causou grandes emoções ao longo da leitura. Claro que o fato de saber que se tratava de um clássico pode ter influenciado minha expectativa inicial sobre o livro. Mesmo assim, por ser um livro pequeno, com apenas 158 páginas de texto, a leitura é rápida, fluida e nada complexa.

Como eu disse, trata-se de um clássico e um dos precursores da literatura de ficção científica (que na época do lançamento da primeira edição, em 1895, ainda era conhecida como Scientific Romance, conforme é explicado no prefácio). Portanto, é uma obra que merece respeito por seu pioneirismo.

Considerando que a obra é do século 19, o que eu achei interessante foi que, assim como outros autores do gênero, acho que H. G. Wells é mais um visionário ao descrever o futuro, demonstrando, por exemplo, como a natureza cobrou a forma como o ser humano lidou de forma desrespeitosa com os seres, o mar, a natureza, de forma em geral. O sol, mais quente. Ou seja, efeitos na natureza que temos sentido, ou pelo menos discutido com mais preocupação hoje, quase um século e meio depois do livro ter sido escrito. Basicamente, o autor já imaginava o futuro caótico, como vemos, por exemplo, nos filmes de distopia, e uma sociedade e um planeta decadentes.

Eu não esperava o que aconteceu no desfecho, mas não cheguei a ficar surpreendida de fato com o final. Talvez pela forma como a história transcorre, de uma forma geral sem grandes “emoções”, não fiquei admirada que o final tenha sido da mesma forma.

Isso, porém, é compensado por essa nova edição lançada pela Suma, que é muito linda, de capa dura e com ilustrações fantásticas que ajudam a incentivar a imaginação.

Para grandes amantes da ficção científica, é uma boa pedida! Leiam!

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