Flores de fogo - Stephanie Grünheidt
>> quarta-feira, 11 de julho de 2018
GRÜNHEIDT, Stephanie. Flores de fogo. São Paulo: Chiado
Editora, 2017. 130p.
Há muito tempo eu não lia um
livro de fantasia. Há muito eu já tinha perdido aquele frisson pelas histórias
fantásticas. Até que recebi o convite para ler essa historia e fui vencida
tanto pela curiosidade, quanto pelo título, e por se tratar de uma autora
nacional. Sim, autores nacionais sempre terão espaço na vida, no coração e nas
resenhas desta que vos fala. Agora resta dividir com vocês como foi a minha
experiência com Flores de fogo.
Benjamin é um
rapaz que vive em um vilarejo de pescadores. O vilarejo é pequeno, todos se
conhecem e trabalham juntos para conseguir os alimentos de que precisam para
sobreviver.
Um dia, contudo, ao entrarem no
único rio que corta o vilarejo, de onde obtêm os peixes para ganharem o dinheiro
do sustento, suas redes começam a pegar fogo. Ao encostarem os dedos na água,
os pescadores notam o quanto ela está quente.
Eles resolvem, então, reunir
toda a cidade para descobrir o que está acontecendo e decidir o que fazer, pois
sem os peixes, todos morrerão de fome.
Quem descobre o mistério é uma
criança, um menino que alega ter visto o ancião da cidade jogar coisas
estranhas e brilhantes na água. Esse senhor então se manifesta dizendo que havia
sido salvo por um ser que lhe deu flores de fogo para que se mantivesse
aquecido durante uma noite em que ficou preso no meio da floresta. Não fossem
as flores, ele teria morrido de frio.
O pessoal então decide que algo
deve ser feito para salvar o povoado. Sem que ninguém do vilarejo soubesse, o
ancião conta a Benjamin o que realmente aconteceu entre ele e a criatura, e
pede que ele a procure para que ela diga como solucionar o problema.
Benjamin sai do vilarejo, na
calada da noite, para viver uma grande aventura cheia de povos, seres e lugares
sobrenaturais, presentes inusitados e, quem sabe, até mesmo uma história de
amor.
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Vou começar falando de alguns
pontos curiosos do livro. O primeiro deles foi que, no início, me lembrou um
pouco Game of Thrones. Que saudade me deu da série! O segundo foi que, pela
primeira vez na minha vida “literária”, vi um livro que te avisa expressamente:
este é o final. Pois o último capítulo está nomeado como “Desfecho”, enquanto
os demais estão numerados.
Superadas as curiosidades,
vamos às minhas impressões.
Torci muito para que Benjamin
alcançasse seu intento e conseguisse salvar o vilarejo onde vivia. Ele é claramente
o herói da história, quando se lança numa aventura recheada de seres
sobrenaturais, tentando reestabelecer o equilíbrio na natureza, da qual ele e seu
povo dependem para sobreviver.
Um dos personagens mais
cativantes para mim também foi a princesa do povo do gelo, apesar de teimosa.
Foi justamente aí que me lembrei de Game Of Thrones (vocês se lembram do povo
do gelo na série também?!). Ah, e no livro tem, ainda, povos da água, do ar e
do fogo, que ajudam a construir esse universo de fantasia.
Já Iole, embaixatriz do povo do
fogo, para mim, se expressava mais com gestos, caras e bocas do que verbalmente.
Talvez por ser tão silenciosa, ela não me cativou muito.
De modo geral, o livro é bem-escrito,
bem-contado, e isso me deixou querendo mais! Achei bacana como a autora
conseguiu contar uma história “fantástica” com tantos detalhes em tão poucas
páginas (130, mais especificamente!). Admiro a habilidade de expressão dela e imagino
que, se o livro tivesse um pouco mais de páginas, ficaria ainda melhor! As
frases de efeito, nem um pouco clichês, me agradaram bastante e me colocaram
para pensar.
Infelizmente, assim como os
livros que tenho lido ultimamente, acho que a autora pecou um pouquinho no
final, principalmente na trajetória do personagem principal, Benjamin. Esse foi
o único ponto negativo, na minha opinião. Mesmo assim, o final da história, de
certa forma, me surpreendeu, mas ainda estou em conflito sobre as escolhas de
Benjamin, embora eu tenha simpatizado com ele. Não decidi se para mim ele foi egoísta
ou romântico. Vou deixar para você, leitor(a), descobrir e dar sua própria
interpretação.
Indico para amantes de
literatura fantástica, para amantes de literatura nacional, para amantes de
livros em geral e, claro, para aqueles que amam uma leitura rápida e fluida!
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