Viagem Cinematográfica: Um Lugar Silencioso
>> sexta-feira, 1 de junho de 2018
Um Lugar Silencioso (A Quiet
Place, 2018)
Gênero: Terror
Tempo de duração: 90 min.
Direção: John Krasinski
Roteiro: Bryan Woods, Scott Beck. John Krasinski
Elenco: Emily Blunt, John Krasinski,
Millicent Simmonds, Noah Jupe, Cade Woodward.
John
Krasinski e Emily Blunt são hoje um dos casais de ouro em Hollywood: bom círculo
de amizades, ótima exposição midiática, boa base de fãs desde as origens (ele
em The Office e ela roubando a cena
em O Diabo Veste Prada). Vivem
aparecendo em tomadas de seus amigos famosos, como Jimmy Kimmel e Ellen
Degeneres, e têm agenda cheia de trabalho. Porém, conseguiram unir as agendas e
juntar o útil ao agradável e resolveram trabalhar juntos neste filme de terror,
o gênero que graças a sucessos cult como Anabelle,
de bilheteria como It: A Coisa, e de
crítica como Corra!, voltou a moda e vem quente quase fervendo.
John
Krasinski fecha o quadrado neste filme: escreve, dirige, produz e estrela, o
que mostra como é um projeto querido e bem pensado. O filme conta a história da
família Abbot, que vive numa distopia pós apocalíptica onde criaturas rondam a
terra e matam pessoas, e são atraídas pelo som.
A
família Abbot tenta sobreviver, mas logo de cara sofre uma perda que muda os
rumos da história: relacionamentos são afetados, protocolos são alterados e
gravidez acontece. Sim, imagine dar a luz e colocar um bebê num mundo onde o
barulho do pé batendo no cascalho é o suficiente para alertar uma criatura e te
levar a morte.
Este
é o dilema da família, que tenta acima de tudo sobreviver, mas sempre com o
medo no olhar e a certeza de que muito em breve algum deles irá morrer.
Essa
sensação desde cedo é passada ao espectador, apesar dos primeiros 20 minutos
totalmente tediosos naquele silêncio louco. Depois disso, é uma ação quieta,
com direito a arrepios e muita concentração, mas sem apelar para sustos ou uma
trilha sonora que induza essas sensações. Acredito que isso é mérito da
direção do filme, que soube usar as qualidades das obras de Terror bem sucedidas,
e fugir do terror que beira a comédia, como aquele dos anos 1990.
Não
há como falar em sucesso sem mencionar a atuação de Emily Blunt. Completamente
tensa e totalmente assustada, tendo que pisar em pregos sem gritar, segurar
contrações em silencio, ver o que você mais ama ser devastado e ter forças para
lutar, sempre. Tudo isso já exigiria uma baita atriz. Agora, fazer isso sem uma
fala sequer? Só para quem é extraordinária.
O
que deixa a desejar é o roteiro, especialmente no desenvolvimento da história.
Sem dar spoilers, quando o filme acaba, não tem como não pensar “COMO NINGUÉM
NO MUNDO INTEIRO NUNCA TEVE ESSA BRILHANTE IDEIA ANTES”? E ao pensar isso, a
coisa inteira fica muito estúpida e o filme perde a graça. Então não dá para
levar a história a sério, nem mesmo com a máscara de “distopia”, “mundo pós
apocalíptico”, “ficção”.
Se
você conseguir relevar este grande problema, vai gostar do filme. Se você for
fã de filmes de terror, vale a pena o ingresso.
Avaliação (1 a 5):