Leia.Seja. Cinco livros para (talvez) curar o trauma de ler clássicos
>> quinta-feira, 26 de abril de 2018
Você
sabia que no dia 23 de abril comemoramos o Dia Mundial do Livro? Não? Pois é! O livro,
aquele bloco de papel que tem um cheiro espetacular, cheio de letras e com uma
capa que te faz suspirar e querer comprar só de olhar, ou aquele texto
eletrônico fácil e prático de carregar. Aquele que, eu sei, você colocou com
orgulho na estante ou presenteou um amigo, com a certeza de que ele iria adorar
a leitura.
Não
poderia, de forma alguma, deixar essa data passar sem um post de comemoração,
afinal, é por causa, principalmente, dos livros que este blog existe e a minha vida tem muito mais graça.
Para
fazer a minha parte nessa comemoração, resolvi reviver minha paixão por
clássicos da literatura nacional.
Sei
que muitos leitores (eu, inclusive!) foram obrigados a ler clássicos na escola,
o que acabou causando um verdadeiro pavor desses livros, que são taxados de
velhos, ultrapassados, difíceis. Mas chega um momento em que é preciso superar
os traumas, e eu posso ajudar você a curar o seu de ler clássicos! Não posso
garantir, mas, de todo o meu coração, acho que se você der uma nova
oportunidade para aquele livro que teve que ler para o vestibular ou para
prova/trabalho de literatura da escola, sua visão mudará totalmente. Ou, no
caso daqueles que você sequer leu, imaginando que seria tão chato quanto os
demais, leia! Você vai se emocionar!
Não
digo que não indico essas leituras também para os adolescentes. Muitas amigas
minhas disseram que leram determinados clássicos no colégio e ali já se
apaixonaram por eles. Logo, pode-se concluir que o trauma não é uma regra. :)
Estou
adquirindo para ler e reler alguns clássicos que li ou de que ouvi falar na
escola. E, para ajudá-los com a escolha de alguns, deixo aqui uma lista com
meus clássicos favoritos! Assim, você terá uma luz por onde começar. Então,
divirta-se!!
5 – O coronel e o lobisomem, do José Cândido de Carvalho. Acho que, como a
maioria dos livros clássicos nacionais, esse livro tem uma linguagem quase
própria, claro que não como Grande sertão: Veredas, mas uma linguagem
específica que apenas quem lê consegue compreender. Ao contrário do que possa
parecer, esse livro tem uma linguagem fluida e envolvente, e há diversão e
tensão de forma tanto alternada quanto simultânea, do início ao fim.
4
– Senhora, de José de Alencar. Esse sim, um legítimo romance de época. O amor
segundo os padrões da época, pautado em interesse, orgulho, e o que isso pode
fazer com o sentimento mais puro que uma pessoa possa nutrir por outra. Fiquei
grudada na história do começo ao fim. Tinha receio de ler esse livro, que foi
escolhido para mim pela Cíntia, no Clube do Livro, mas ao final da leitura me
surpreendi tanto com a escrita, com a história, que não me canso de agradecê-la
pela escolha.
3
– Dom Casmurro, de Machado de Assis. Tenho certeza absoluta de que você já
ouviu, pelo menos uma vez na vida, falar de Dom Casmurro e da pergunta que
jamais se calou: Capitu traiu ou não Bentinho? Li esse livro com 23 anos, ao
mesmo tempo em que acompanhava a história em uma série que a Globo estava
exibindo à época. E, meu Deus! A primeira pergunta que me fiz ao terminar o
livro não foi se Capitu tinha realmente traído Bentinho, mas sim por que cargas
d´água eu demorei tanto para ler esse livro.
2
– Sargento Getúlio, de João Ubaldo Ribeiro. Um dos primeiros livros que li
sobre o sertão nordestino. Sargento Getúlio recebe a incumbência de levar um
preso político de Paulo Afonso até Aracaju. Muitas surpresas o esperam no
caminho até o destino, e a forma como foi conduzida essa viagem e o que tudo significava
no final foi o que mais me fez amar e dar o segundo lugar para esse livro. Não
se engane pelo início truncado, rapidinho você se situa e tudo fluirá.
1
– Capitães da areia, de Jorge Amado. Li esse livro quando tinha uns 19 anos, e
talvez por já ter amado o livro naquela época foi que ele se tornou o mais
amado por mim de todos os tempos entre os clássicos nacionais. Um dia desses,
vi um vídeo falando sobre Vidas secas e uma cena específica que faz todo mundo
chorar, e que aparentemente tem a ver com uma cadela chamada Baleia. Eu ainda
não li Vidas secas, mas está na minha lista para ser lido ainda este ano. Mas o
que eu quero dizer é que, assim como a cena da cadela Baleia, não tem como falar
de Capitães da areia sem se referir à cena da Dora e do Pedro Bala. Quem leu
vai saber exatamente do que estou falando. E quem não leu, corra, leia e descubra
do que estou falando. Além disso, tem toda aquela vida de Pedro Bala e de seus
amigos no trapiche (uma espécie de armazém abandonado, na Bahia). Essa foi a
primeira vez que tive vontade de conhecer a Bahia. Ainda não conheci, mas isso
não vem ao caso, rs.
Então,
espero que tenham gostado da listinha! Se leram ou pretendem ler algum deles,
me contem! E feliz Dia Mundial do Livro!