Fique onde está e então corra - John Boyne
>> terça-feira, 24 de abril de 2018
BOYNE, John. Fique
onde está e então corra. São Paulo: Editora Seguinte, 2014. 222p. Título original: Stay where you are and then leave.
“- Tínhamos ordens para ficar imóveis até que os
homens à nossa frente tivessem desparecido em meio à fumaça do tiroteio. Fique
onde está e então corra, é o que ele dizia. Fique onde está e então corra. Toda
noite. Toda noite, Alfie.” p.192
Continuando o meu desejo de ler todos os livros
do John Boyne lançados no Brasil, mais um saiu da fila, Fique onde está e então corra. Até agora, todos os livros do autor
se passam durante uma das grandes guerras. E até então, cada um deles tem um
foco diferente, o que estou achando muito interessante. Em O menino do pijama listrado – seu livro
mais famoso – acompanhamos uma criança alemã, que não entende nada do que está
acontecendo, mas que vive ao lado de um campo de concentração. Em O
menino no alto da montanha vemos também a Segunda Guerra, mas dessa
vez, sob os olhos de uma criança alemã, que cresceu aprendendo a idolatrar
Hitler e seguindo todos os seus preceitos. E hoje conto para vocês o que o
autor conta em mais uma de suas histórias, vem comigo!
Inglaterra, julho de 1914
Alfie Summerfield nunca se esqueceu do dia em
que tudo mudou, ele tinha apenas 5 anos, quando a Primeira Guerra Mundial
começou. Nessa época, claro, eles pensavam que era somente a Grande Guerra, que
terminaria até o Natal. E que nunca mais algo assim aconteceria. Ele não
entendia direito o que estava acontecendo, mas depois disso, tudo mudou.
Seu pai, Georgie,
logo se alistou como voluntário e partiu para o treinamento. Mesmo deixando a
esposa e a mãe desconsoladas, ele queria ajudar seu país. Logo depois nenhum
homem teria escolha. O alistamento era obrigatório aos 18 anos, era fazer
aniversário e partir para a guerra. No começo ele mandava cartas, algumas para
Alfie, algumas somente para a esposa. Mas Alfie encontrava todas as cartas, e
mesmo sem entender tudo, lia todas as informações e sofria pelo pai.
Quatro anos depois, a guerra ainda não havia terminado, e Georgie parou de escrever. A mãe de Alfie trabalha sem parar, tentando colocar alguma comida em casa. Para ajudar, ele começa a faltar as aulas e trabalhar escondido como engraxate na estação de trem local. E enquanto isso, procurava por seu pai. Alfie decorara o número de soldado do pai, e agora já quase um adulto, aos nove anos, procurava diariamente no jornal o número na lista dos mortos. Até que um dia ele descobre uma pista, e disposto a fazer o que for preciso, resolve encontrar o pai e trazê-lo para casa.
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Não é que eu não tenha gostado, mas foi o que
menos me emocionou entre os livros do autor.
Eu gostei do foco do livro, dessa vez o autor falou sobre os soldados,
pelo olhar de uma criança, descreveu os horrores da guerra, de todos os
homens que lutaram, e voltaram ou não para casa. Os traumas, físicos e mentais,
a forma como os problemas mentais eram ignorados pelos comandantes, que queriam que os soldados voltassem logo para o front. E, claro, a família que todos deixaram para trás. Idosos, mulheres e crianças, que sobreviviam com o pouco alimento que conseguiam, e torciam pela volta dos maridos e filhos.
Mesmo Alfie sendo tão novo, ele entendia tudo o
que acontecia. Aos 9 anos já trabalhava como engraxate escondido, para ajudar a
mãe a pagar as contas. Procurava o nome do pai todo dia na lista dos mortos.
Procurava as cartas escondidas... depois de um tempo, tinha certeza que o pai
estava morto, mas queria a verdade.
Alfie fez algo inacreditável, descobriu uma
pista, e tentou achar o pai e trazê-lo para casa. Claro que aí, apesar de fofo,
muita coisa fica bem inacreditável. Como uma criança dessa idade conseguiu
fazer tantas coisas sozinho.
Não posso falar muito porque não quero dar
spoilers e o livro já é bem pequeno e fininho. Continuo querendo ler todos os
livros do autor, fiquei curiosa para saber o que ele vai abordar em todas as
histórias. Para mim o mais interessante é ele falar meio que do mesmo tema, mas
sempre com um foco diferente.
Alfie é um fofo, impossível não se apegar ao
menino e torcer por ele. Só que eu estava esperando chorar horrores como nos
outros do autor, e nesse não rolou rs. Apesar que o final, ah o final, quando dizem a frase "fiz por amor", foi impossível não se emocionar.
Quem leu me conte o que achou, leiam! O autor é
sempre uma ótima pedida.
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Avaliação ( 1 a 5):